Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 456

A princípio, trajava-se de maneira discreta e elegante, porém aquele rosto transmitia uma imponência intensa e dominante, capturando imediatamente a atenção de todos.

Késia caminhava atrás do mordomo, que antes servira como assistente de Raimundo e possuía uma estatura elevada e músculos bem definidos. Em contraste, Késia, de compleição delicada, ficava completamente oculta atrás dele.

Na primeira olhada, Demétrio não a enxergou.

Somente quando o mordomo apressou o passo para recebê-lo.

“Sr. Rodrigues, o senhor chegou tão rápido! Não haviam dito que só chegaria à noite?” O mordomo demonstrou surpresa, pois, segundo as informações recebidas, o voo de Demétrio só aterrissaria ao entardecer.

Não esperava que ele aparecesse ainda ao meio-dia! E, pelo aspecto cansado, parecia que viera direto do aeroporto assim que desembarcou.

O mordomo informou respeitosamente: “O senhor Raimundo está no escritório.”

Demétrio assentiu levemente, mas, no instante seguinte, sua expressão distraída desapareceu. O olhar recaiu sobre Késia, que estava a alguns passos atrás do mordomo.

Ao se encararem, Késia sentiu-se, de modo incomum, constrangida.

Ela tinha várias perguntas para fazer a Demétrio, mas ao cruzar o olhar intenso e profundo dele, simplesmente se viu sem palavras.

Késia recompôs a expressão, preparando-se para se aproximar de Demétrio.

“Demétrio, você anda tão rápido, espere por mim!” Uma voz doce e travessa ecoou atrás deles.

Késia se sobressaltou e logo viu uma mulher de feições delicadas, como uma boneca, alcançando-os e segurando o braço de Demétrio com intimidade.

Ela abaixou os olhos.

Discretamente, Demétrio soltou o braço que fora segurado. “Preste atenção por onde anda.”

Késia ouviu o mordomo chamar a jovem: “Sra. Mendonça, a senhora também chegou.”

O tom era de extrema deferência.

Uma folha de bambu oscilou lentamente até cair sobre o sapato de Késia, que a afastou com um leve toque.

Aquele caminho parecia um tanto apertado para quatro pessoas.

Havia um desvio ao lado que também levava para fora.

Educadamente, Késia dirigiu-se ao mordomo: “Não precisa me acompanhar. Leve o Sr. Rodrigues e a Sra. Mendonça para ver o Sr. Raimundo. Eu vou indo.”

Após falar, ela fez uma breve reverência ao mordomo e se dirigiu pelo desvio.

Sem saber por que, a frase dita por Demétrio, “não gosto”, surgiu em sua mente.

Demétrio observou as costas de Késia enquanto ela se afastava, notando que ela agora caminhava consideravelmente mais rápido.

Seus olhos, escurecidos, demonstravam insatisfação.

Ele era quem desejava vê-la...

Mas, ao encontrá-lo, por que ela optou por fugir?

Demétrio não respondeu, lançou um olhar ao conteúdo de fofoca no celular dela, curvou os lábios com indiferença e apagou a postagem.

“Se tem interesse em mim, por que não me pergunta diretamente?” Ele a encarou, com um brilho brincalhão nos olhos.

Késia sentiu-se constrangida. “Foi só um clique sem querer. Me devolva o celular.” Ela estendeu a mão, aproximando-se naturalmente de Demétrio, que quase pôde sentir a fragrância suave de seus cabelos.

Ele engoliu em seco discretamente. Quando Késia estava prestes a alcançar o aparelho, ele recuou meio passo. Ela, perdendo o equilíbrio, inclinou o corpo para frente e, para se sustentar, apoiou a mão no peito dele, apressada.

A risada abafada de Demétrio soou acima dela.

Sob sua mão, sentiu os músculos firmes vibrarem suavemente com o riso.

Késia ficou ainda mais sem graça.

Ela retomou o celular e afastou-se rapidamente.

“Ela se chama Andreia, é filha caçula da princesa Sari e do rei dos navios.” Demétrio explicou em tom neutro. “Ela veio felicitar Raimundo pelo aniversário e, como eu precisava resolver algo fora, aproveitei e a trouxe.”

“…”

Ele estava se explicando para ela?

Késia não soube como reagir. “Eu não te perguntei isso.”

Demétrio sorriu de leve, deu um passo à frente e falou de maneira descontraída: “Sim, você não perguntou. Eu quis dizer.”