Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 595

“A nossa tecnologia atual, com certeza, não era capaz disso”, declarou o Professor Castellani. “Talvez, daqui a algumas décadas, quando a ciência avançar ainda mais e surgir um supergênio, quem sabe, isso possa se tornar realidade. Késia, se você escolher física, talvez, daqui a alguns anos, você mesma consiga realizar esse feito.”

Essa última frase foi dita em tom de brincadeira, quase uma provocação leve do Professor Castellani.

No entanto, Késia não conseguiu esboçar um sorriso.

Ela parecia ter tocado no contorno de uma verdade surpreendente...

E se o corpo da avó tivesse sido preservado não por técnicas modernas, mas, sim, por uma tecnologia vinda do futuro?

Os registros de pesquisa deixados pelo avô seriam apenas confusos e errados, ou seriam, na verdade, conhecimentos vindos do futuro?

Késia pensou tanto que ficou com dor de cabeça.

Ela passou a noite inteira sentada em frente ao computador, reunindo uma grande quantidade de informações e estudando durante toda a madrugada.

Na manhã seguinte, quando Késia apareceu diante de Corina, a empregada até se assustou.

“Senhora, a senhora passou a noite inteira sem dormir?”

“Sim, Corina, depois do café da manhã vou descansar um pouco. À noite, vou precisar que você busque o Ricardo.”

“Está bem, senhora, coma um pouco e vá logo descansar.”

No café da manhã, Corina preparou canjica de milho, e Késia tomou um gole, sentindo o estômago aquecer-se agradavelmente.

As folhas das árvores do lado de fora já estavam amarelas, o que indicava a chegada do outono.

“Corina, daqui a alguns dias vamos nos mudar. A casa onde eu morava antes, eu a comprei de volta.”

“Certo, senhora.”

Após terminar o café da manhã, Késia retornou ao quarto para dormir um pouco.

Ela não percebeu que havia deixado o celular no escritório; uma chamada internacional entrou, tocou três vezes e depois foi desligada.

O sono de Késia não foi tranquilo.

Teve vários pesadelos estranhos e perturbadores.

No início, sonhou com Ricardo e Vânia; os três, mãe e filhos, estavam juntos e felizes. De repente, Geovana apareceu e Vânia correu em direção a ela, deixando Késia para trás. Késia tentou segurar Vânia, mas acabou com a mão atravessada por uma faca.

De repente, o chão sob seus pés transformou-se em um abismo sem fim, no qual ela caiu. Ao abrir os olhos novamente, ela era quem estava presa no caixão de âmbar, com o rosto de Demétrio aparecendo acima dela...

Késia despertou assustada do pesadelo já à tarde.

Ela foi ao banheiro, lavou o rosto e sentiu-se mais desperta.

Na porta do centro cirúrgico, toda a família de Brenda aguardava reunida. Brenda, de olhos vermelhos, ao ver Késia, sentiu como se visse uma salvadora. “Késia, eu...”

Késia apertou o ombro da amiga, evitando palavras desnecessárias, e foi diretamente ao médico, informando: “Meu sangue é RH negativo. Posso doar para a gestante.”

O médico imediatamente conduziu Késia para os exames e, em seguida, iniciou a coleta de sangue. A agulha penetrou no braço, e o sangue fluía de modo constante.

Brenda permaneceu ao lado dela o tempo todo, segurando a outra mão de Késia quando percebeu que ela ficava cada vez mais pálida, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

“Késia, se não aguentar, diga, não se force.”

“Fique tranquila, eu já...” Késia lembrou-se da época da faculdade, em que quase perdera a própria vida ao doar sangue para salvar Arnaldo, vítima de um acidente.

Mas, ao chegar nesse ponto, apenas sorriu suavemente e disse: “Já precisei doar ainda mais sangue para salvar uma pessoa. Não se preocupe.”

Após a doação, Késia sentou-se numa cadeira do saguão para descansar, enquanto Brenda foi comprar algo para ela comer.

Logo ao lado, o elevador se abriu. Leôncio Veloso, que acabara de visitar Geovana e estava prestes a sair, viu Késia assim que saiu do elevador.

Sentiu uma raiva inexplicável!

Arnaldo mal chegara ao hospital e aquela mulher já o seguira até ali!

Era como se fosse uma sombra que nunca desaparecia!