Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 598

Leôncio apertou com força o laudo de exame que tinha nas mãos. Olhou para Arnaldo, cujo rosto exibia uma expressão assassina, deu meio passo para trás e tentou se explicar.

“Arnaldo, me escute...”

“Me entregue.” Arnaldo não queria ouvir mais nenhuma palavra inútil. Seu semblante estava completamente sombrio e ele estendeu a mão.

Vendo que Leôncio ainda hesitava, Arnaldo perdeu a paciência e se virou, dirigindo-se imediatamente ao quarto de Geovana.

Leôncio teve um mau pressentimento e o seguiu apressadamente.

No quarto, Geovana estava fazendo uma chamada de vídeo pelo Whatsapp com Vânia, usando o celular reserva que Leôncio lhe havia providenciado. Arnaldo, agora, não queria nem que ela se comunicasse com Vânia e já havia bloqueado o número de Geovana no celular da filha.

Geovana, porém, não desistia facilmente. Apesar de tudo, Arnaldo realmente amava Vânia profundamente; enquanto estivesse próxima da filha, teria motivos para permanecer ao lado de Arnaldo!

Tinha confiança em si mesma: em pouco tempo, conseguiria reconquistar o coração de Arnaldo. Se mexesse alguns pauzinhos na justiça, sua mãe, Veridiana Gomes, provavelmente não receberia uma sentença muito severa.

“Senhora Geovana, quando a senhora vai sair do hospital?” Vânia estava um pouco aborrecida. “Pode vir me buscar na escola?”

Pensava em como Késia e Flávia eram tão próximas e sentia-se incomodada. Se Geovana fosse buscá-la, poderia provocar as duas!

Geovana suspirou suavemente: “Vânia, então você precisa falar com seu pai. A senhora Geovana também quer muito ir te buscar na escola, mas tenho receio de que seu pai não concorde, ele ainda está zangado comigo. Querida, seu pai te ama mais do que tudo, faça um pouco de charme para ele... ou, se quiser, finja uma greve de fome para assustá-lo.”

Vânia pensou um pouco e concordou de imediato: “Tá bom!”

No fundo, só queria que Geovana fosse buscá-la logo e, de preferência, que Késia visse.

Geovana, satisfeita, encerrou a chamada de vídeo.

Pouco depois, a porta do quarto se abriu.

Quando viu que Arnaldo havia retornado, Geovana ficou surpresa e animada.

Será que Vânia já havia convencido Arnaldo?!

Certamente ele viera para levá-la de volta para casa.

“Arnaldo, por que voltou?”

Arnaldo mantinha o rosto frio, sem demonstrar emoção: “Venha comigo!”

Geovana ficou radiante.

Seria para levá-la para casa?

Levantou-se imediatamente da cama.

“Arnaldo, espere só um instante, vou trocar de roupa e arrumar minhas coisas... Ah!” Antes que terminasse a frase, Arnaldo já havia se aproximado, segurou seu braço com força e a puxou para fora de maneira brusca!

Tão violento, que Geovana achou que teria o braço arrancado!

“Arnaldo, você está me machucando!” O rosto de Geovana ficou lívido de dor, mas Arnaldo agia como se nada ouvisse, arrastando-a pelo corredor.

Logo adiante, encontraram Leôncio, que os havia seguido.

“Arnaldo! Solte a Geovana primeiro!”

“Saia da frente!” Arnaldo respondeu com um tom carregado de raiva. Pessoas de outros quartos começaram a sair para ver a cena.

Só então Geovana percebeu que algo estava realmente errado.

“Arnaldo, você sempre diz que Geovana te salvou, mas eu, Késia, já te salvei três vezes, isso não conta?” O grito doloroso de Késia ecoou em sua mente.

Arnaldo sentiu uma dor de cabeça intensa.

Apertou a cabeça com força.

Mas só conseguia ouvir as acusações de Késia.

Três vezes...

Sim, ela dissera, já havia dito que o salvara três vezes!

Uma vez, quando ele se perdeu nas trilhas da serra e ela o carregou de volta, deixando uma cicatriz permanente! Achava que a segunda vez fora quando ela levara o dinheiro do resgate ao cativeiro dos sequestradores; a terceira, no dia do parto...

Mas, e se, na verdade, quem doou sangue para ele naquela época foi Késia?!

Vendo Arnaldo tão abalado, Geovana tentou consolá-lo, mas ele a agarrou pela gola da roupa.

Seus olhos estavam vermelhos de raiva.

“Quem me doou sangue naquela ocasião foi a Késia, não foi?!”

Leôncio já não podia mais assistir àquela cena.

Quando Arnaldo agia de verdade, nem ele suportava, quanto mais Geovana, uma mulher frágil.

“Arnaldo, solte a Geovana!” Leôncio correu para tentar afastar a mão de Arnaldo. “Considere tudo que a Geovana fez por você nesses anos, converse com calma...”