Késia quase chorou de emoção.
“Papai.” Ricardo chamou, lançando um olhar para Késia na cadeira de rodas, como se tivesse adivinhado quem ela era. Ele apertou a barra da camisa com nervosismo, parecendo um pouco perdido.
Enquanto isso, Vânia olhava para Geovana com os olhos brilhando.
“Senhora...” Ela abriu a boca para chamar, mas viu que Geovana balançava levemente a cabeça para ela. Vânia, sem entender o motivo, preferiu obedecer e ficou em silêncio.
“São Vânia e Ricardo?” Késia, contendo o coração partido, abriu os braços na direção dos dois. “Sou a mamãe, venham... deixem a mamãe abraçar vocês, pode ser?”
Vânia, em vez de ir até Késia, recuou assustada. Apenas Ricardo hesitou por um instante e, então, foi devagar até a frente de Késia.
Com muito cuidado, Ricardo estendeu a mão na direção de Késia e tocou de leve o rosto dela, como se quisesse confirmar se era realmente ela.
“Você é mesmo a mamãe?”
“Sim, querido, sou a mãe sua e da Vânia.” Késia respondeu com doçura.
Ela queria muito puxar Ricardo para um abraço, mas temia assustar o filho.
Afinal, para Ricardo e Vânia, ela provavelmente era apenas uma estranha que dormira por cinco anos...
Arnaldo interveio: “Certo, já está tarde. Ricardo, leve sua irmã para o quarto e coloquem-se para dormir. Sobre a mamãe, amanhã, quando vocês voltarem da escola, eu explico tudo direitinho.”
Ricardo olhou várias vezes para Késia antes de se virar para subir as escadas.
Késia, não conseguindo mais segurar, falou: “Ricardo, posso te dar um abraço?”
Com uma postura quase suplicante, uma lágrima escorreu debaixo dos óculos escuros.
Ricardo hesitou bastante, mas quando se virou para ir até Késia, Arnaldo falou novamente, com autoridade de pai: “Ricardo, vá para o seu quarto agora.”
Arnaldo colocou a mão no ombro de Késia e a confortou baixinho: “Não se preocupe, os dois perderam você logo que nasceram, eles precisam de tempo para aceitar tudo isso.”
Késia sentiu um frio percorrer o peito.
Arnaldo fazia de propósito!
Ele não queria que ela se aproximasse dos filhos!
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