Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 617

Arnaldo seguiu em direção à saída, mas, por algum motivo, parou de repente e se virou, indo em direção ao chalé da senhora Viviana.

Paula estava acompanhando a senhora Viviana no pátio da frente.

Viviana sentava-se na cadeira de balanço. A brisa da noite era suave. Ela fechava os olhos, conversando com Paula de maneira dispersa. Desde que Késia e Arnaldo decidiram se divorciar, Viviana dividiu suas ações igualmente entre filhos e netos, deixando de se envolver nos assuntos da empresa. Embora continuasse morando na antiga casa da família, não dividia mais a mesa com Samuel e os outros, nem permitia que a incomodassem.

Os únicos que podiam entrar e sair livremente eram Vânia e Ricardo.

Arnaldo ficou parado diante do portão do jardim, hesitando se deveria entrar.

Nesse momento, a voz preocupada de Paula soou: “Senhora, a sua dor de cabeça voltou? Justamente, a Sra. Késia ainda enviou ontem um remédio por meio de um conhecido. Pedi ao pessoal da cozinha para preparar, já esfriou um pouco, logo trago para a senhora.”

Arnaldo ficou surpreso. Não esperava que Késia ainda enviasse remédios para sua avó, Viviana.

“Nesses anos, só os remédios daquela menina, Késia, realmente fazem efeito em mim.” Viviana suspirou, com os olhos umedecidos. Ela falou, emocionada: “Aquela menina tem um coração bondoso. Se eu fui boa com ela em três partes, ela me retribuiu em dez. Cada remédio que ela traz para mim é preparado especialmente para o meu caso; não sei quanto tempo ela gasta nisso! Esse tipo de dedicação, não há dinheiro que compre lá fora... Que pena, aquele tolo do Arnaldo não teve sorte.”

Viviana continuou dizendo algo, mas Arnaldo já não escutava mais. Ele se virou, atordoado, e saiu. Na verdade, Késia já o tinha acompanhado por esse caminho muitas vezes.

Naquela época, ele andava rápido, e ela sempre tinha que apressar o passo para alcançá-lo.

Arnaldo lembrava que Késia sempre tinha um leve cheiro de remédio. Sempre que vinha visitar Viviana, esse aroma ficava ainda mais forte. Durante muito tempo, ele detestava esse cheiro.

Agora entendia que o perfume de remédio, que tanto o incomodava, era resultado do cuidado diário e sincero que ela dedicava a ele, e à família Castilho.

Foi ele quem não soube valorizar.

Seu estômago doía intensamente.

Arnaldo pressionou o abdômen, sentindo tanta dor que acabou apoiando um dos joelhos no chão. Confusamente, pareceu-lhe ver a silhueta de Késia correndo aflita em sua direção.

“Késia...” Arnaldo estendeu a mão, agarrando com força quem se aproximava.

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