Quando Carla chegou ao hall de entrada e ouviu aquelas palavras, virou-se desconfiada, quase acreditando que seus ouvidos estavam lhe pregando uma peça.
“Senhora, o que a senhora quer dizer com isso?” Carla expressou total incredulidade, correu até Késia e começou a se fazer de vítima. “Trabalhei nesta casa por dois anos, sempre me dedicando, como a senhora pode…”
Késia não quis perder tempo com explicações e tirou diretamente do celular o vídeo gravado pelas câmeras de segurança, colocando-o diante dela.
Sem entender, Carla abaixou a cabeça e olhou. No vídeo, apareciam provas claras de que ela havia trocado ingredientes na cozinha nos últimos dias!
A expressão de injustiça, que antes dominava o rosto de Carla, congelou-se imediatamente, e sua face enrugou-se num esgar distorcido.
“Tem mais alguma coisa a dizer?” Késia recostou-se no sofá, apoiando a cabeça com uma mão, olhando-a de maneira fria.
Apesar do tom aparentemente gentil, a presença dominante de Késia como dona da casa era evidente, e o olhar claro transmitia uma pressão intimidadora.
“…”
Carla apertou as mãos com força, mantendo a expressão carregada, e de repente saiu em silêncio para a cozinha, onde começou a revirar tudo. Finalmente, em um canto extremamente discreto, encontrou uma microcâmera do tamanho do polegar!
Ela a apertou com raiva. “Então estava escondida aqui!”
Antes de Késia voltar, nunca havia câmeras na cozinha! Aquilo só podia ter sido colocado depois por Késia!
E ela, que entrava e saía tantas vezes da cozinha, nunca percebera. O aparelho estava mesmo muito bem oculto… Mas como uma cega teria conseguido fazer isso?
“Agora entendi, você nunca foi cega!” Carla saiu correndo e atirou a câmera diante de Késia, ameaçando-a, tomada pela raiva. “Vou contar tudo agora mesmo ao Sr. Castilho, sua dissimulada! Você fingiu o tempo todo!”
“Heh.” Késia riu, arqueando as sobrancelhas para ela. “Você, uma empregada que rouba ingredientes, tem coragem de denunciar a dona da casa? Quem te deu essa audácia?”
Um brilho de satisfação passou no olhar de Carla, que estava prestes a responder, quando Késia disse um nome antes.
Carla, desesperada, apanhou as fotos do chão. Havia registros deles indo para a escola e voltando para casa… tudo capturado de forma nítida.
Com tranquilidade, Késia disse: “Carla, seus netos são bem bonitinhos. Mas crianças são inquietas, gostam de correr para todo lado. Ninguém sabe quando podem se perder… Você pode tentar, e então veremos se sua querida Sra. Correia será capaz de ajudá-la a encontrá-los.”
Enquanto falava, Késia aproximou-se do rosto pálido de Carla e, com um gesto delicado, retirou uma folha de chá dos cabelos dela. Carla estremeceu involuntariamente.
Késia sorriu de canto, com ar benevolente, e aconselhou: “Por isso, Carla, é melhor que você volte para casa e cuide bem dos seus netos.”
“……”
Por mais prestígio que Geovana tivesse, no fim das contas era apenas uma amante. Já Késia, continuava sendo a verdadeira Sra. Castilho.
A influência financeira e social da família Castilho era inegável. Se Késia realmente decidisse fazer algo contra as crianças, Carla jamais conseguiria impedir.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol
Boa noite. Estou lendo o livro Depois da tempestade, quando tento comprar aparece uma nota dizendo para tentar mais tarde. Isso é muito incoveniente....