Bruno, impecavelmente vestido e com uma taça de champanhe na mão, socializava com os convidados com uma postura relaxada e distinta. Seu olhar, no entanto, se voltava de tempos em tempos para a porta do salão de festas, na esperança de ver, por acaso, a figura de Helena.
Mas a noite já passava da metade e ela ainda não havia aparecido.
— Bruno, está olhando o quê? — Uma voz familiar soou ao seu lado.
Bruno virou o rosto e viu que era o CEO do Grupo Braga. Ele sorriu educadamente, cumprimentando:
— Sr. Braga.
O Sr. Braga deu um tapinha em seu ombro e brincou com bom humor:
— Percebi faz tempo que você está com a alma fora do corpo. Está esperando alguém?
Bruno sorriu com contenção:
— Imagina!
O Sr. Braga olhou para aquele jovem bonito e imponente e suspirou:
— O Tomás realmente soube educar o filho. Você, Bruno, tão jovem e já com tanta presença, tão capaz. Aí olho para o meu filho... Um desgosto só.
O filho do Sr. Braga se chamava Fabrício, conhecido na Cidade D como um típico playboy de segunda geração, basicamente um encrenqueiro.
Bruno já havia ouvido falar, mas nunca o tinha visto pessoalmente. Então, respondeu com educação:
— Fabrício é um jovem de grandes talentos. Com a orientação certa, com certeza vai se tornar alguém de valor no futuro.
Os olhos do Sr. Braga brilharam e ele falou:
— Bruno, você acredita no potencial do Fabrício? Que tal deixar ele aprender com você? Assim ele aprende sobre negócios e, de quebra, pega um pouco da sua elegância. Você nem imagina, o rapaz tem quase dois metros de altura, vive brincando com armas e facas, um verdadeiro vexame.
Na mente de Bruno surgiu a imagem de um brutamontes desajeitado.
O Sr. Braga era um homem corpulento, e Bruno não pôde evitar imaginar seu filho como um clone malcriado. Ao mesmo tempo, amaldiçoava mentalmente o velho Sr. Braga por ser tão astuto.
Apesar das mil reações internas, Bruno manteve o sorriso gentil:
— Eu ficaria muito honrado em recebê-lo, mas talvez eu tenha um lugar ainda melhor para ele. Minha esposa também tem seus próprios negócios aqui na Cidade D, e com muito sucesso. Que tal deixá-lo aos cuidados dela? Tenho certeza de que ela vai saber orientá-lo da melhor forma.
Na verdade, o plano de Bruno era simples: fazer com que o filho do Sr. Braga se tornasse motorista e guarda-costas de Helena. Um sujeito de quase dois metros era perfeito para o papel.
O Sr. Braga ficou surpreso, mas concordou prontamente:
— Genebra não está bem para você? Eu vou cuidar do banco de sangue e da questão do transplante renal.
Melissa começou a chorar baixinho:
— Você não quer que eu volte, né? Está com medo de ela ficar chateada? A Camila morreu, meus pais estão envelhecendo... Você realmente vai me deixar sozinha nos meus últimos dias? Vai permitir que meus pais passem o resto da vida com esse arrependimento?
Bruno, com expressão fria, respondeu:
— Melissa, você está imaginando coisas.
Dito isso, ele desligou o telefone.
Do outro lado, Melissa ainda chamava:
— Bruno... Bruno...
O celular escorregou de seus dedos. Ela ficou em silêncio por um tempo, depois sorriu levemente.
Bruno já não pensava mais nela. Ele havia se apaixonado pela sua esposa, ele havia se apaixonado por aquela peça de xadrez que ele mesmo havia escolhido.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...