Helena não recuou.
Ela caminhou até Bruno e o encarou.
Na brisa da noite, seus cabelos pretos e roupas brancas esvoaçavam. Os lábios vermelhos faziam com que até as luzes de néon ao redor parecessem desbotadas.
Ela falou suavemente:
— Veio me procurar por algo? Se for por causa do Fabrício, estou muito satisfeita. Tenho que te agradecer.
Bruno, com os olhos profundos, respondeu:
— Que bom que você gostou. — Naquele momento, ele parecia ter recuperado a compostura de antes, diferente do tom submisso e suplicante de antes, e até mesmo acrescentou uma frase. — Se você quiser, amanhã escolho mais alguns bons e mando pra você.
O olhar que Helena lançou para ele já era outro.
“Doente!”
Ao lado, Fabrício se divertia com a cena. Ele abriu a porta do carona da Rolls-Royce rosa e gritou de propósito:
— Ô, minha dona, temos que ir para casa agora!
Bruno franziu o cenho, questionando:
— Ele te chama de “minha dona”?
Helena caminhou até o carro e respondeu com indiferença:
— Não pode? Se eu quiser, ele pode me chamar até de querida.
Bruno ficou em silêncio. Viu com os próprios olhos o rapaz forte que ele mesmo tinha escolhido entrar no carro de Helena e ainda levá-la para casa, chamando-a de “minha dona”...
Na verdade, ele também poderia chamá-la de “minha dona”.
Dentro do carro, Fabrício acariciou o volante:
— Esse carro é sensacional! E você também é, o rosto daquele falso moralista ficou roxo de raiva!
Helena afivelou o cinto, respondendo friamente:
— Daqui para frente, não me chame mais de dona.
Fabrício pisou no acelerador, perguntando:
— Então te chamo de querida?
Helena se calou.
O carro de afastou, mas o Bruno continuou parado ali.
Depois de um tempo, soltou uma risada curta.
“Fabrício? É só um moleque qualquer. Ele não é uma ameaça.”
Ele terminou o cigarro, entrou na van preta e foi direto para a Mansão Torrente, onde agora passava a maior parte do tempo.
O carro parou, um empregado veio recepcioná-lo e pegou o casaco, perguntando:
— Senhor, deseja um lanche noturno?
Bruno hesitou:
— Não estou com apetite.
O empregado entendeu o recado e não insistiu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...