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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 146

Helena não recuou.

Ela caminhou até Bruno e o encarou.

Na brisa da noite, seus cabelos pretos e roupas brancas esvoaçavam. Os lábios vermelhos faziam com que até as luzes de néon ao redor parecessem desbotadas.

Ela falou suavemente:

— Veio me procurar por algo? Se for por causa do Fabrício, estou muito satisfeita. Tenho que te agradecer.

Bruno, com os olhos profundos, respondeu:

— Que bom que você gostou. — Naquele momento, ele parecia ter recuperado a compostura de antes, diferente do tom submisso e suplicante de antes, e até mesmo acrescentou uma frase. — Se você quiser, amanhã escolho mais alguns bons e mando pra você.

O olhar que Helena lançou para ele já era outro.

“Doente!”

Ao lado, Fabrício se divertia com a cena. Ele abriu a porta do carona da Rolls-Royce rosa e gritou de propósito:

— Ô, minha dona, temos que ir para casa agora!

Bruno franziu o cenho, questionando:

— Ele te chama de “minha dona”?

Helena caminhou até o carro e respondeu com indiferença:

— Não pode? Se eu quiser, ele pode me chamar até de querida.

Bruno ficou em silêncio. Viu com os próprios olhos o rapaz forte que ele mesmo tinha escolhido entrar no carro de Helena e ainda levá-la para casa, chamando-a de “minha dona”...

Na verdade, ele também poderia chamá-la de “minha dona”.

Dentro do carro, Fabrício acariciou o volante:

— Esse carro é sensacional! E você também é, o rosto daquele falso moralista ficou roxo de raiva!

Helena afivelou o cinto, respondendo friamente:

— Daqui para frente, não me chame mais de dona.

Fabrício pisou no acelerador, perguntando:

— Então te chamo de querida?

Helena se calou.

O carro de afastou, mas o Bruno continuou parado ali.

Depois de um tempo, soltou uma risada curta.

“Fabrício? É só um moleque qualquer. Ele não é uma ameaça.”

Ele terminou o cigarro, entrou na van preta e foi direto para a Mansão Torrente, onde agora passava a maior parte do tempo.

O carro parou, um empregado veio recepcioná-lo e pegou o casaco, perguntando:

— Senhor, deseja um lanche noturno?

Bruno hesitou:

— Não estou com apetite.

O empregado entendeu o recado e não insistiu.

— Eu sei que o Bruno te magoou, e também entendo que certas coisas não têm volta. Mas ele anda bem cabisbaixo, parece que percebeu o valor que você tem... Que tal vocês se reaproximarem? Daqui a uns dias, vai até lá em casa jantar com a gente. Aproveita e sirva uma oferenda para o Sr. Diogo. Já vai fazer cem dias, né?

Helena tomou um gole de café e respondeu calmamente:

— Tio, não é que eu não queira te dar esse respeito, mas eu e Bruno realmente não temos mais como continuar. A existência da Melissa é algo que eu não consigo aceitar. Além disso, ontem fui ao cemitério, levei um buquê de margaridas. Tenho certeza de que o Sr. Diogo gostou.

Ela foi direta demais, e Tomás não conseguiu mais insistir.

O caso da Melissa realmente era uma mancha que a família Lima tinha com ela. Na época, não contaram porque acharam que não precisava. Depois, não contaram por medo.

Tomás ficou mais um pouco e logo se despediu. Na saída, ainda fez recomendações atenciosas sobre o clima, pedindo que ela se agasalhasse bem.

Helena ficou um pouco surpresa com tanta consideração.

Depois que ele saiu, Ana entrou no escritório, pegou um dos doces que ele trouxe e comentou:

— Isso é bem raro. Se não reservar antes, tem que pegar fila de duas horas.

Helena respondeu com indiferença:

— Se você gosta, leva para casa. Eu não gosto de doce.

Ana saiu feliz da vida.

A visita de Tomás não abalou Helena, ela continuou trabalhando normalmente.

Fabrício apareceu no meio do expediente, mas ela o expulsou rapidinho. Aquele cachorrinho era bem grudado.

No fim da tarde, Manuel ligou convidando Helena para a festa pré-noivado, como uma forma de apresentar Karen para os amigos íntimos.

Helena, a princípio, não queria ir.

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