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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 156

Ainda era o mesmo restaurante. Eles terminaram juntos a refeição que haviam deixado incompleta da última vez.

Bruno claramente havia se preparado com cuidado. A comida era ainda mais refinada que antes, o vinho tinto era de sua melhor safra pessoal, e até o ambiente estava diferente... Em frente à janela panorâmica, havia agora um piano caríssimo.

Tudo parecia falar de despedida.

À luz trêmula do candelabro de prata, sob a iluminação suave, eles se olhavam com serenidade. Fazia sete anos desde que se conheceram.

Bruno serviu meia taça de vinho para Helena, e disse suavemente:

— Beba um pouco, trouxe especialmente para esta noite. O caviar de hoje também está excelente, provei antes de mandarem servir.

Helena perguntou em voz baixa:

— Por quê?

Bruno sorriu com leveza:

— Está perguntando por que tanto esforço? Porque o Manuel teve, então eu também tenho que ter.

Helena abaixou a cabeça e sorriu levemente, quase indiferente.

Fazia muito, muito tempo que eles não conviviam em tanta paz. Talvez por saberem que seria o fim de vez, deixaram de se importar com as pequenas feridas.

Se ainda se amavam ou se ainda se importavam... Já não fazia mais diferença. Depois dessa refeição, cada um seguiria seu caminho, sem olhar para trás.

Não houve nada de especial, ele só queria ter um último encontro. Não disse palavras românticas, e ela também não disse palavras rancorosas, apenas se sentaram e jantaram com tranquilidade.

O apetite de Helena, no entanto, não estava bom. Na verdade, naquela última semana ela vinha comendo mal. Talvez tivesse comido algo que a fez mal.

Ela foi ao banheiro.

Mais tarde, Bruno tocou uma música ao piano, a “Nocturne” de Chopin.

Helena não o impediu, apenas ficou ali, sentada, observando-o diante da janela, enquanto ele tocava. Tudo aquilo que ela um dia sonhou, Bruno parecia disposto a oferecer agora, mas era tarde demais.

Mesmo assim, quando ele terminou a música, ela ainda sorriu levemente.

— Vou comprar aquelas velinhas de faísca, espere um pouco.

Se o Manuel tinha, ele também queria ter.

Helena achou infantil. Sete anos de convivência, e Bruno nunca tinha feito algo tão bobo. Mas por ser a última vez, ela não se importou.

Bruno então tirou a gravata e cobriu suavemente os olhos dela, dizendo:

— Fique de olhos vendados. Vai ser uma surpresa quando eu voltar com as velinhas.

Helena sorriu com calma. Mais uma vez, ela não se importou.

Ficou ali, de pé, com a gravata preta de Bruno cobrindo os olhos, cercada pelas luzes da cidade, esperando ele voltar com as velas...

Mas o tempo passou, e ele nunca voltou.

Helena piscou devagar. Ela sabia, Bruno não voltaria mais.

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