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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 157

As luzes de néon no céu foram pouco a pouco se apagando, e tudo ao redor parecia mergulhar no silêncio.

A gravata de seda, aos poucos, ficou úmida.

Ela e Bruno, finalmente haviam chegado ao fim.

À distância, Bruno permanecia parado sob as luzes ao longe, e assim como nos velhos tempos, ele ainda parecia ser aquele rapaz elegante como um pinheiro ao vento. Ele observava Helena em silêncio. Observava ela parada ali, sozinha.

“Helena, eu ainda menti para você. Disse que queria tudo o que o Manuel teve. Mas como eu poderia ser igual aos outros? Mesmo na despedida, eu quis ser diferente. No fundo, eu só queria que você me lembrasse para sempre, que se lembrasse do aroma do Bruno naquela noite de vento, e que recordasse que eu te dei mais do que dor e lágrimas. Helena, por mais que doa, a nossa despedida chegou. Agora, eu te devolvo por completo a sua vida.”

Bruno se virou e foi embora.

Ele acendeu um cigarro, aproximou-o dos lábios com os dedos trêmulos e deu uma tragada.

“É isso, um adeus em paz, que ela fique livre.”

A fumaça azulada se dissipando era o último rastro de calor que ele deixava para Helena.

Bruno chorou.

Um brilho surgiu no canto de seus olhos, era uma lágrima que ele nunca havia deixado cair antes.

Ele caminhou apressado entre a multidão, por baixo do brilho agonizante dos letreiros de néon.

Enquanto as lágrimas escorriam, pensava consigo: “Eu sou o Bruno Lima, como posso estar chorando? Deve ser ilusão. Tem que abrir mão de uma coisa para ter outra, então, não vou me arrepender... Certo? Certo, eu não vou.”

Mas no fundo, bem no fundo do seu coração, uma voz sussurrava:

“Bruno, a sua felicidade estava ao alcance das mãos. Você realmente entende o que é o amor? Naquele dia, na Cidade Y, quando você disse à Helena que talvez o Denis preferisse o papai... Naquele momento, isso já era amor. Todas aquelas vezes no apartamento da Helena, como aquilo poderia não ser amor?”

Nunca, nunca foi uma relação sem sentimentos. De fato, o tempo podia fazer nascer o amor. Mas eles não podiam mais voltar atrás.

Vozes gritavam em sua mente:

Diogo, antes de morrer, deixou uma carta para ele. Nela dizia:

[Bruno, não há vergonha em se apaixonar por outra pessoa. O vovô espera que você possa enxergar seu próprio coração.]

Na época, Bruno não deu importância. Ele gostava da Helena, mas achava que não tinha nada a ver com amor. Achava que era apenas atração entre homem e mulher, ou o afeto entre marido e esposa.

Só agora ele acordou.

Desde o primeiro olhar para Helena, ele já havia se apaixonado. Mas passou anos se convencendo de que era apenas porque queria que Melissa fosse como ela: saudável, confiante, vibrante.

A verdade era que tudo não passava de orgulho, ele não conseguia aceitar que também era frágil, que também podia amar outra pessoa. Inventava desculpas para si mesmo, tentando negar o que era óbvio: ele já amava Helena há muito tempo.

Na verdade, sempre foi Helena.

Desde o começo, sempre foi ela.

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