Helena baixou os olhos, observando aquele homem humilhado. Se ela já não tivesse sofrido tanto com ele, talvez agora estivesse mesmo comovida.
Bruno, o homem inalcançável da Cidade D, que mulher não queria tê-lo só para si?
Mas ela já estava ferida demais. Bruno era como arsênico envolto em mel: bonito por fora, mas venenoso por dentro. Helena agora tinha medo dele, não ousava provar de novo.
Ela murmurou:
— A vida toda é longa demais, quem pode garantir algo? Bruno, vá embora, não volte mais.
Helena puxou a mão de volta e entrou na casa, desaparecendo na escuridão da noite. A única coisa visível era um cantinho verde de sua camisola se afastando.
Bruno continuou ajoelhado ali...
O trovão ressoava ao longe, a chuva caía sobre Bruno como mil flechas cravando em seu corpo.
Helena subiu ao segundo andar e viu Fabrício bloqueando o corredor. Os olhos dele estavam fixos nela. Helena desviou, dizendo:
— Está fazendo o quê acordado a essa hora? Está achando que te passei trabalho de menos?
O rapaz seguiu atrás dela, bufando:
— Aí, você desceu para ver ele! Você realmente desceu para ver ele! Está com pena dele, é isso?
Helena fingiu não entender:
— Você agora é da patrulha de flagra? Quer que eu te pague hora extra?
Fabrício a ajudou a entrar no quarto, já mais manso:
— Enfim, você não pode vê-lo, não pode mostrar carinho, não pode perdoar ele. Está ouvindo, mulher?
Helena queria brincar com ele, mas o coração estava mole. Ela alisou os cabelos do rapaz, e falou suavemente:
— Fabrício, na sua idade eu já estava casada há dois anos. Já passei por muita coisa nos negócios. Agora, ainda por cima, estou esperando um filho do meu ex-marido. Nós dois somos incompatíveis. Não desperdice seu tempo comigo. Amanhã, volte para casa, está bem?
Fabrício não quis ir embora e resmungou:
— Ai, era só uma brincadeira! Você levou a sério? Meu pai deixou eu morar aqui, quer que eu aprenda com você de verdade. Não pode dizer não.
Helena não conseguia resistir às manhas desse cachorrinho.
...
De manhã, Bruno foi embora.
As duas se viraram.
Bruno estava ao lado de uma brilhante limusine preta. Vestia um sobretudo cinza-escuro, com camisa preta e calça social por baixo. No pulso, o brilho metálico do relógio acentuava ainda mais seu ar refinado e imponente.
Agnes observou por um momento. “Realmente, parece um bom partido por fora.”
Bruno abriu a porta do banco traseiro com elegância, dizendo:
— Estive doente nos últimos dias e não queria arriscar contagiar a Helena, por isso não apareci. Agora estou bem. Sogra, por favor, entre.
Agnes pensou: “Se rebaixar até esse ponto... Bruno realmente é persistente no que quer.”
Mas, claro, ela não ia aceitar a carona.
Justo nesse momento, um extravagante Rolls-Royce rosa apareceu, parando diante delas. O vidro baixou e surgiu o rosto jovem e atrevido de Fabrício.
Ele saltou do carro animado, abriu a porta com um sorriso branco e brilhante e falou:
— Sogra, pode entrar.
Agnes não se conteve e caiu na risada. Até os lábios de Helena se curvaram em um sorriso discreto. Realmente, com Fabrício por perto, os dias eram mais leves.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...