Helena não ficou para o jantar.
Ela pediu o celular de Bruno, mas ele permaneceu em silêncio. Reprimindo suas emoções, Helena falou suavemente:
— Bruno, você quer me trancar de novo? Mas, dessa vez, eu não tenho mais minha avó.
A palavra "avó" perfurou o coração de Bruno.
Sua garganta apertou levemente, e ele respondeu em voz baixa:
— Vou te levar para casa. Quando chegarmos, te devolvo seu celular.
Helena não discutiu com ele. Ela trocou de roupa, vestindo o que usava quando chegou. Uma empregada da casa, preocupada com o fato de Helena precisar de repouso pós-parto, trouxe um xale grosso para cobri-la e disse algumas palavras com a voz embargada.
Helena se sentia desconfortável. Ao entrar no carro, seus olhos estavam marejados.
Bruno estava exausto, mas insistiu em levar ela pessoalmente. Para ele, aquele pequeno momento juntos era precioso. No futuro, talvez não houvesse outra oportunidade como essa.
Ele trocou de roupa, desceu as escadas e viu Helena sentada no banco de trás. Ao abrir a porta do carro, pediu gentilmente:
— Você pode sentar no banco da frente?
Ele queria conversar com ela, apenas os dois, queria ouvir Helena falar sobre Bella.
Helena continuou no banco de trás, seu corpo magro parecia imerso na penumbra. Ela não respondeu. A garganta de Bruno se apertou, mas ele apenas fechou a porta suavemente e entrou no banco do motorista.
No caminho para a mansão da família Cunha, o carro estava em completo silêncio. Bruno olhava ocasionalmente pelo retrovisor, depois perguntou baixinho:
— Ela está se alimentando bem? Dorme tranquila à noite? Seus traços lembram mais a mim ou a você?
Helena virou o rosto para a janela, olhando para a escuridão da noite lá fora...
Bella tinha traços que lembravam Bruno, especialmente o formato suave do rosto e as covinhas discretas que surgiam quando sorria. Além disso, já era grandinha. Quando adulta, provavelmente teria pelo menos 1,70m de altura.
Mas Helena não queria falar sobre isso.
A noite estava silenciosa, e o interior do carro ainda mais quieto. De vez em quando, apenas a voz de Bruno quebrava o silêncio.
Meia hora depois, o carro de Bruno entrou lentamente na mansão dos Cunha.
Assim que Bruno abriu a porta do carro, as empregadas da família Cunha vieram os receber. Uma delas, ao querer cumprimentar Bruno, quase disse "patrão", mas logo engoliu a palavra. Elas ajudaram Helena e disseram baixinho:
— A Sra. Agnes está lá em cima com o bebê. Acho que a pequena está com fome, é melhor a senhora subir logo para ver.
Helena olhou para Bruno, exigindo:
Cerca de 20 minutos depois, o carro de Bruno entrou em um hospital particular. Após algumas curvas, ele seguiu para o interior de um pequeno prédio.
A porta do carro se abriu e Bruno desceu, caminhando apressado até o segundo andar.
No segundo andar, havia apenas uma sala: o berçário.
Dentro de uma incubadora transparente, estava um pequeno bebê.
O pequeno tinha alguns tubos conectados ao corpo, o umbigo estava envolto em curativos, e seus membros finos pareciam os de um frágil girino. Ele lutava para abrir os olhos, deixando apenas uma pequena fresta por onde seus olhos negros brilhavam.
O bebê não conseguia enxergar muito longe. Ele estava em um ambiente quente, mas não sentia o cheiro da mãe. Suas pequenas mãozinhas se moviam, procurando por algo.
Procurando a mãe, procurando a irmã.
Um dedinho fino tocou levemente a parede transparente da incubadora. O pequeno olhou na direção de Bruno, com seus olhos negros e brilhantes. Suas feições, os traços do rosto, lembravam muito Helena, com sobrancelhas e expressões suaves.
Mas ele era tão magrinho, tão pequeno...
Os olhos de Bruno se encheram de lágrimas. Ele se agachou, colocando a palma da mão contra a parede da incubadora, tocando suavemente aquele pequeno ser.
"Gonçalo, meu Gonçalo..."

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Já está uma semana no capítulo 530. Não vão finalizar o livro?...
A história é maravilhosa, mas e as atualizações? GoodNovel lembre-se do seu compromisso com os leitores....
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...