Tomás e sua esposa também haviam chegado.
Dentro da incubadora, Gonçalo movia seu corpo frágil com dificuldade, respirando com esforço, lutando para viver.
Harley se ajoelhou no chão. Ela olhou para o bebê e, com lágrimas nos olhos, falou ao filho:
— Bruno, por que você não conta para a Helena? O Gonçalo é filho dela, você não pode esconder isso dela para sempre. A família Cunha quer mandar ela para o exterior, e se... Se algo acontecer com o Gonçalo, ela nem vai ter a chance de vê-lo. Isso vai ser um arrependimento para toda a vida!
Bruno abaixou os olhos, sua voz rouca e quase inaudível:
— Uma chance de sobrevivência de um por cento. Como eu posso contar para ela? Contar só vai acabar com ela, vai tirar o sono dela, vai fazer ela sofrer. Eu prefiro que ela me odeie. Pelo menos, depois de superar a tristeza, ela vai poder viver bem. Ir para o exterior é bom, pelo menos ela não vai ficar triste, pelo menos ela vai poder ter uma vida nova.
Harley chorava copiosamente. Ela olhou para o pequeno bebê na incubadora. Embora sua aparência fosse frágil, ele era da família Lima, era seu precioso neto, seu Gonçalo.
"Avó da Helena, se você está no céu, por favor, proteja o Gonçalo para que ele cresça com saúde."
Ninguém poderia imaginar que Gonçalo ficaria na incubadora por dez meses, muito menos que o Bruno permaneceria ao lado dele, dia e noite, por dez meses, até que o pequeno bebê começasse a ganhar força.
...
Era tarde da noite, na Mansão dos Cunha.
Helena subiu para o segundo andar.
Agnes estava ninando a criança. Ao ouvir os passos, soube que Helena havia voltado.
Ela suspirou levemente, mas, ao se virar, trocou por um sorriso suave:
— Voltou? A nossa Bella ficou o tempo todo chamando pela mamãe. Dei leite para ela duas vezes, mas, no fundo, ela só queria você. Só aceitava beber um pouquinho de cada vez.
— Vou alimentar ela.
Helena retirou o xale dos ombros, caminhou até Bella e a pegou nos braços. Desabotoando a roupa, a pequena, ao sentir o cheiro da mãe, imediatamente se aconchegou e começou a mamar avidamente. O som suave de sua garganta engolindo o leite podia ser ouvido.
Agnes permaneceu um tempo ao lado delas. Logo, em silêncio, desceu as escadas para preparar a refeição pós-parto da filha.
No primeiro andar, David olhou para a esposa e suspirou profundamente:
— Não sei se essa decisão foi certa ou errada.
Agnes abaixou a cabeça, refletindo por um momento. Ela disse:
— O corpo da Helena não suporta mais sofrimento. Eu odeio o Bruno, mas David, não posso arriscar a saúde da Helena. Se isso se prolongasse por mais alguns meses, tenho demo de que o corpo dela não suporte mais.
Nas montanhas, o som dos sinos ecoava. No grande salão, Helena se inclinava profundamente, o rosto molhado de lágrimas.
Ao amanhecer, ela saiu do Templo da Esperança e, no estacionamento, encontrou Bruno.
A névoa branca envolvia as montanhas. Bruno, vestindo uma camisa branca impecável e calças sociais pretas, estava parado ao lado do carro, fumando. A fumaça cinzenta que exalava obscurecia seu rosto bonito.
Helena o observava, sentindo, em um momento de distração, que Bruno parecia ter emagrecido bastante. Ele parecia estar esperando por ela.
Ao vê-la, caminhou em sua direção. Depois de um breve silêncio, Bruno falou com a voz rouca:
— Ouvi dizer que você vai para a França na próxima semana.
Helena não respondeu. Ela ajeitou o xale sobre os ombros e abriu a porta do carro preto da família Cunha.
Atrás dela, a voz suplicante de Bruno soou:
— Deixe a Bella ficar comigo por uma semana, por favor. Helena, vocês vão para a França, e eu, sem tempo, vai ser bem difícil ter outra oportunidade de ver ela.
Com a mão no puxador da porta, Helena olhou para a névoa branca nas montanhas e respondeu suavemente:
— Bruno, quando foi que você, ao menos uma vez, teve piedade de mim?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Já está uma semana no capítulo 530. Não vão finalizar o livro?...
A história é maravilhosa, mas e as atualizações? GoodNovel lembre-se do seu compromisso com os leitores....
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...