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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 226

Em um piscar de olhos, três anos se passaram.

Setembro chegou, trazendo consigo as folhas douradas do outono.

Foi em uma festa que Bruno e Helena se reencontraram inesperadamente.

Ele não sabia que ela tinha voltado. Nos raros contatos que mantiveram, ela quase nunca mencionava onde estava. Bruno apenas sabia que, nesses três anos em que ela esteve na França, Helena se dedicava a cuidar de Bella e a aprimorar suas habilidades em pintura.

No salão de festas, as luzes brilhavam intensamente, destacando a presença marcante de Bruno.

Contudo, o terno que deveria estar impecavelmente ajustado estava apenas jogado sobre os ombros dele, escondendo a sequela deixada por uma antiga lesão.

Três anos se passaram, e aquele braço só conseguia realizar movimentos simples.

Bruno havia se acostumado gradualmente a usar a mão esquerda. Ele segurava uma taça de champanhe, observando em silêncio, através da multidão, a mulher que tanto havia desejado rever.

Helena vestia um vestido curto com estampas discretas, que realçava sua silhueta esguia. Seus cabelos negros estavam presos, revelando o pescoço branco e delicado. Ela usava apenas um par de brincos de pérola, irradiando o charme de uma mulher madura.

Talvez fosse o olhar intenso de Bruno que a fez perceber. Por um momento, Helena olhou em sua direção.

Ela ficou visivelmente surpresa, provavelmente não esperava o encontrar ali. Tentou desviar o olhar, mas achou que seria forçado demais, então, através da multidão, ofereceu a Bruno um sorriso sereno.

Com o passar dos anos, até mesmo os sentimentos mais amargos perdiam força.

A vida, afinal, precisava seguir adiante.

Bruno começou a caminhar lentamente em sua direção, seus olhos ainda fixos em Helena, devorando cada detalhe dela com o olhar.

Três anos. Três longos anos haviam se passado.

Durante esse tempo, ele esteve ocupado demais: focado em sua reabilitação, cuidando de Gonçalo, lidando com os assuntos do Grupo Glory. Não teve tempo sequer para visitar a França, muito menos para pensar nela com frequência.

Agora, ao vê-la novamente, vieram à tona os sentimentos reprimidos com uma intensidade avassaladora.

Bruno não conseguiu conter a emoção.

Ele parou a apenas dois passos de distância, tão perto que podia ver a maquiagem leve em seu rosto, podia notar o brilho úmido em seus olhos...

O passado, como o vento, havia ficado para trás. Mas, ao se reencontrarem, a dor era inevitável, mesmo que ambos estivessem sorrindo.

Depois de um longo momento de silêncio, Bruno falou com uma voz suave e quase embargada:

— Helena, quanto tempo.

Helena também sorriu levemente:

— Quanto tempo, Bruno.

Eles estavam divorciados. Mas, por terem uma filha em comum, sempre haveria assuntos a serem discutidos, ele queria saber se a Bella tinha retornado com ela ou não, se pretendiam se estabelecer na Cidade D. Contudo, uma festa não era o lugar ideal para essas conversas, ainda mais quando um convidado inesperado apareceu.

— Srta. Helena.

Helena se virou para encarar o homem.

— Sr. Rui, que coincidência!

O recém-chegado era Rui Luís Fagundes, uma figura influente no mundo das coleções e um dos grandes clientes da Origin. Antes conhecido por sua discrição, agora ele surpreendia ao marcar presença na festa. O instinto de Bruno dizia que Rui estava interessado em Helena.

— A Bella não se adaptou ao clima de lá. Sempre tinha crises de rinite, então voltamos.

Helena havia hesitado em relação a isso, mas seus pais insistiram que viver na Cidade D seria melhor para o futuro de Bella.

Depois de refletir por um momento, ela disse:

— Daqui a alguns dias, a Bella vai ter uma entrevista de admissão escolar, quero que você me acompanhe. Quanto ao horário, vou avisar à secretária Juliana com antecedência.

— Entre em contato diretamente comigo. — Bruno foi categórico e, em seguida, perguntou. — Você ainda tem meu número?

Helena não respondeu, apenas abaixou a cabeça e continuou lavando as mãos.

O passado, como uma velha canção, ecoava repetidamente na noite.

Bruno percebeu que ela estava se lembrando de momentos desagradáveis e decidiu não insistir. Ele apagou o cigarro e se aproximou, parando ao lado dela diante da pia. Pelo espelho, observou o rosto pálido de Helena e, com a voz suave, perguntou o que vinha querendo saber a noite toda:

— Esse Rui está correndo atrás de você?

Helena não negou:

— Sim, ele tem essa intenção.

Bruno fixou os olhos no rosto dela, analisando cada expressão, como se quisesse decifrar tudo o que ela sentia.

Depois de um longo silêncio, ele perguntou novamente:

— E qual é a sua intenção?

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