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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 249

Melissa enlouqueceu, começou a gritar e xingar, dizendo palavras bem pesadas, até tentou cuspir em Helena.

Do lado de fora, alguém entrou às pressas com um trapo imundo e o enfiou à força em sua boca. Melissa só pôde arregalar os olhos cinzentos e turvos, cheios de ódio, fixos em Helena, enquanto da garganta escapavam apenas sons abafados e lamurientos.

Helena ajeitou levemente a gola do casaco e, com a mesma suavidade de sempre, ordenou:

— Tirem um pouco de sangue dela, quero saber se tem AIDS.

O homem concordou prontamente:

— Bem lembrado! Com uma vida tão nojenta, é bem possível.

Helena lançou a Melissa o último olhar, dizendo:

— Fique tranquila, eu vou preservar a sua vida. Mas você vai apodrecer aqui dentro, até envelhecer, até morrer.

E, sem dar atenção aos gemidos e impropérios que vinham de trás, Helena se virou e saiu.

Do lado de fora, o céu se tingia de um vermelho ardente, como se o sol poente tivesse incendiado a terra inteira. Helena ficou imóvel diante daquela claridade, e nela pareceu ver o rosto sereno da avó, ouvir a canção de ninar murmurada em voz baixa, sentir o cheiro dos pãezinhos de queijo recém-saídos do forno sob a luz branda da cozinha.

Mas tudo isso, por causa de Melissa, nunca mais voltaria.

...

De volta à casa dos Cunha, Helena tratou logo de organizar a mudança de Bella. Os dois pequenos, obviamente, transbordavam de alegria.

Decidida a cuidar de Gonçalo pessoalmente, ela reformou um dos quartos infantis. No espaço de oitenta metros quadrados couberam duas camas, ainda com folga para um pequeno estúdio, onde poderia ler e pintar com os filhos.

E claro, o plano de ter outro filho com fertilização in vitro também estava em andamento.

Naquela noite, depois que as crianças adormeceram, Helena abriu a porta do escritório. O ambiente estava silencioso. Bruno, atrás da mesa, revisava documentos. Os anos de dedicação ao filho haviam consumido o vigor dele, mas não a elegância.

Ao ouvir a porta, Bruno ergueu o olhar e, com a voz carregada de ternura, perguntou:

— O Gonçalo e a Bella já dormiram?

Helena desviou o olhar, respondendo firmemente:

— Amanhã cedo tomo a injeção para induzir a ovulação.

O olhar de Bruno ficou ainda mais sombrio, mas ele não insistiu, não queria que Helena o julgasse um homem vulgar que só pensava em transar. Apenas prometeu que a acompanharia ao hospital.

...

No dia seguinte, Helena vestia os filhos para a escola.

Gonçalo insistia em usar um casaco de que gostava muito. Para agradá-lo, ela foi buscá-lo no quarto principal, enquanto pensava que seria melhor transferir as roupas do menino para o quarto infantil, seria mais prático.

Era pouco depois das sete. Normalmente, Bruno já estaria de pé. Helena não desconfiou de nada, ela empurrou a porta do quarto, e o encontrou mergulhado em escuridão.

As pesadas cortinas bloqueavam a luz da manhã, tornando o aposento sombrio como a noite. O ar, úmido, carregava um cheiro forte, masculino, denso, quase opressivo...

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