No helicóptero, Bruno observava tudo de cima. Ele olhou para as duas figuras abraçadas lá embaixo, os olhos levemente úmidos, e continuou dando ordens:
— O Helicóptero 1 está descendo em direção ao alvo. Helicóptero 2, aguarde ao lado. Quando o helicóptero 1 retirar o primeiro ferido, vocês descem em seguida.
Depois disso, ele largou o rádio comunicador e sorriu de leve para Ian.
Ian, com o rosto levantado, tinha os cabelos negros erguidos pela ventania provocada pela hélice. Diferente da tempestade da noite anterior, aquele vento trazia esperança.
O helicóptero 1 desceu lentamente e, quando atingiu uma distância segura, jogaram a escada de cordas. A equipe de resgate desceu rapidamente, prendeu Ian com as cordas e começou a içá-lo para cima. Em seguida, o helicóptero 2 se aproximou para retirar Eduardo daquele estádio abandonado.
No ar, Ian não tirava os olhos de Eduardo. Uma mão grande pousou suavemente em sua cabeça, e uma voz elegante e firme disse:
— Fica tranquilo, ele não vai morrer.
O sol brilhava intensamente, refletindo no mar dourado. Abaixo, Brighton parecia um inferno na Terra... Incontáveis corpos flutuavam na água suja, ninguém sabia seus nomes, ninguém sabia quem eram. Tudo o que podiam fazer era recolhê-los e esperar que seus familiares aparecessem.
Bruno olhou para baixo e disse, com voz suave:
— Garoto, você tem mesmo muita sorte.
Ian não respondeu, continuava apenas olhando fixamente para Eduardo.
...
Uma hora depois, num hospital particular em Londres, em uma ala de internação VIP, Eduardo e Ian foram colocados juntos. Para facilitar a convivência deles, Bruno mandou colocar as duas camas no mesmo quarto, que tinha quase 80 metros quadrados. A ala ainda tinha quatro suítes adicionais, com luxo digno de um hotel seis estrelas. O preço também era digno: 4 mil por dia.
Os dois receberam um excelente tratamento médico. Ian tinha principalmente o ferimento na perna e estava debilitado pela fome, mas seus danos eram mais leves. Eduardo, porém, estava bem mais grave: retiraram um pedaço de metal de dez centímetros que estava cravado em suas costas. Se tivesse entrado dois centímetros mais fundo, teria perfurado o coração. Ter sobrevivido foi pura sorte.
Yasmin permaneceu ao lado dos dois o tempo inteiro.
Do lado de fora do quarto, Bruno já havia trocado de roupa, nada no mundo impedia Bruno de manter sua elegância. Ele estava conversando ao telefone com a família Lima.
Do outro lado da linha, Vitor e Estella estavam muito aflitos. Sob organização de Helena, como Amélia e Rosa não podiam viajar, Jéssica e Paloma voariam de jatinho direto para Londres, chegando provavelmente de madrugada.
Quando terminou a ligação com Helena, Bruno guardou o celular e estava prestes a abrir a porta, quando percebeu pela fresta iluminada que Ian já tinha acordado, e Eduardo também. Os dois conversavam, e Yasmin não estava no quarto, era possível ouvir o som de facas cortando frutas na pequena cozinha da suíte.
Bruno pensou um pouco e decidiu não atrapalhar os três, então caminhou até o jardim, acendeu um cigarro e tragou profundamente. Ele realmente não ousava imaginar o que teria acontecido se não tivessem encontrado Eduardo. Como a família reagiria? Como Yasmin viveria o resto da vida?
"Ainda bem... Ainda bem que encontramos eles."


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...