Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 502

Anoiteceu.

Ian terminou de revisar o último dos documentos e massageou a testa.

Nos últimos dois anos, a pressão tinha sido enorme, mas ele conseguiu suportar. Voltando à capital, tratou de retomar os assuntos da Empresa Flyer rapidamente, para aliviar um pouco a tia Yasmin, e depois organizar o casamento o mais rápido possível. Ian ansiava por casamento, ansiava por se casar com Jéssica.

No entanto, a menina ainda não tinha maturidade suficiente. Mesmo depois daquele beijo no carro, ela não tinha consciência de estar namorando de verdade, e ainda se preocupava com a futura noiva dele.

Ian ergueu os olhos e contemplou a noite silenciosa lá fora, tão tranquila.

Na verdade, em casa todos já entendiam seus sentimentos e presumiam que eles se casariam no futuro. Caso contrário, o tio Eduardo não teria permitido tão facilmente que ele levasse Jéssica ao apartamento. Mas, no fundo, o tio devia estar roendo os dentes.

Ian sorriu levemente, pegou o celular para verificar os envios de suplementos para Vitor, Estella, Tomás e Harley, que já haviam sido despachados da Inglaterra. Conferiu o progresso, guardou o aparelho e se levantou, indo em direção ao quarto de hóspedes.

O quarto havia sido preparado especialmente para Jéssica. Embora estivessem namorando, ela ainda era jovem e estudava. Ian pensava que, mesmo que se casassem, a noite de núpcias poderia esperar, porque ela ainda era muito jovem.

Ao abrir a porta do quarto, sentiu o aroma agradável do ambiente, com um leve toque de ameixa. A menina estava deitada sobre o travesseiro, os longos cabelos negros espalhados, dormindo profundamente.

Ian observou por um momento, sentindo o coração amolecer. Logo, ele se sentou ao lado da cama, levantou levemente a coberta e viu o roupão rosa-claro dela, solto sobre o corpo fino. Ian desamarrou o laço, afastou o tecido e viu a barriga lisa dela.

Sob a luz amarelada do abajur, a cicatriz em sua barriga já estava quase apagada, mas ainda presente. Sempre que voltava, conferia como parte de um hábito, como se fosse rotina.

Ian, na verdade, não sabia explicar por que fazia isso, apenas sentia necessidade de verificar.

A menina acordou, meio sonolenta, e chamou suavemente:

— Ian.

Ian respondeu gentilmente, ajeitou o roupão dela e a cobriu com a coberta, falando em voz baixa:

— Vou terminar meu trabalho e já volto para te ver. Durma bem.

Jéssica fechou os olhos, mas logo segurou a mão dele delicadamente e chamou baixinho mais duas vezes, antes de encostar a cabeça no colo dele, abraçando sua cintura e adormecendo tranquilamente.

Ian a observou e pensou que não conseguiria se afastar. Mesmo crescida, ainda era grudada como quando criança. Ele tirou os sapatos e se deitou ao lado dela, abraçando a menina junto com a coberta antes de dormir, beijando levemente os cabelos dela e sussurrando seu nome, mas Jéssica dormia profundamente e não ouviu.

Ele ergueu a mão e apagou completamente a luz.

A cidade dormia. A garota que ele desejava estava ali em seus braços. Tudo pelo que havia lutado durante a vida estava ao seu alcance. Ian pensou consigo mesmo que era, de fato, muito sortudo.

...

Do outro lado, na casa dos Freitas, Eduardo andava de um lado para o outro na pequena sala, quase perfurando o piso com tanta inquietação.

Yasmin estava ao lado dele, relaxada no sofá, lendo uma revista sem nem levantar os olhos:

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