Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 6

Era tarde da noite, e o carro estava aquecido.

Helena sentiu o cheiro fresco de tabaco no homem ao seu lado. O cigarro que Manuel fumava era o mesmo que Bruno costumava fumar. Por um instante, sua mente ficou confusa, e, atordoada, ela pensou que o homem ao seu lado fosse Bruno...

Seus olhos se fecharam suavemente, e ela segurou a mão dele, chamando em um sussurro:

— Bruno.

Seus pensamentos estavam uma bagunça, e, por um momento, ela sentiu como se tivesse voltado ao passado.

Ao passado que compartilhou com Bruno...

Manuel não afastou a mão, nem disse nada. Apenas virou o rosto, encarando a escuridão à frente do carro. A noite estava tão densa e escura quanto uma noite chuvosa, macia e úmida, semelhante ao que ele sentia naquele momento.

Manuel já teve mulheres antes.

Mas eram relações baseadas apenas em necessidade mútua, sem qualquer carga emocional. Ele nunca havia experimentado sentimentos tão intensos quanto os de Helena. De repente, se sentiu curioso... Como seria ser amado por ela?

No céu distante, fogos de artifício desabrochavam um após o outro.

A noite se iluminou como se fosse dia.

No banco do passageiro, Helena se mexeu levemente. Foi um movimento quase imperceptível, mas Manuel percebeu. Se virou para encará-la, seus olhos negros eram profundos como um abismo.

— Você acordou?

O corpo de Helena parecia fraco, mas sua lucidez começava a retornar lentamente.

Ela estava bêbada, mas, vagamente, se lembrava de que foi Manuel quem a tirou do bar. No entanto, os detalhes lhe escapavam...

Com a voz rouca, ela perguntou:

— Que horas são?

— Quase duas da manhã. — Manuel respondeu.

Helena olhou silenciosamente para os fogos de artifício no céu. Seu olhar estava levemente úmido, e um silêncio incomum tomou conta dela.

— Eu já vi os fogos de artifício mais deslumbrantes do mundo. Acreditei que eles seriam meus para sempre... Mas esqueci que, por mais belos que sejam, desaparecem rápido demais. Assim como eu e o Bruno. Pensei que, ao abrir mão de tudo, poderia ficar com ele para sempre. Só agora entendo... Talvez o Bruno tenha fantasiado sobre o amor, mas a mulher desse sonho nunca fui eu.

Helena sorriu, um sorriso carregado de amargura. Depois de um longo tempo, sua voz soou baixa e hesitante:

— Manuel, eu sou um fracasso, não sou?

— Não. — Manuel respondeu, com uma expressão indiferente. — Se quiser, você sempre será a esposa dele.

Ele não disse aquilo para confortá-la.

Um homem como Bruno não se divorciaria tão facilmente para trocar de esposa. Ele poderia se entreter por um tempo com uma mulher jovem e bonita, mas, para ser sua esposa, teria que ser alguém como Helena...

Helena apenas sorriu de leve e continuou observando os fogos de artifício em silêncio por um longo tempo.

...

Passava das duas da madrugada quando Manuel a levou de volta à Mansão Belezas.

Quando o carro parou, Helena virou o rosto e agradeceu ao Manuel em voz baixa, devolvendo o paletó dele.

Mas Manuel apenas disse:

— Fique com ele por enquanto. Está frio lá fora.

Helena ponderou que seria mais apropriado lavar a peça antes de devolvê-la, então não insistiu. Segurando o paletó, desceu do carro e se despediu de Manuel. O homem permaneceu sentado no veículo, acenou discretamente com a cabeça e, em seguida, pisou no acelerador, se afastando da mansão.

A lua brilhava friamente no céu, e o vento noturno soprou suavemente...

Helena levou a mão à têmpora, sentindo a dor de cabeça latejar.

Uma empregada veio recebê-la.

Ao se aproximar, sentiu imediatamente o cheiro de álcool impregnado nas roupas de Helena.

Sem fazer muitos comentários, apenas perguntou com preocupação:

— A senhora bebeu? O Sr. Bruno ligou há pouco, disse que passaria aqui para pegar algumas roupas. A senhora prefere separar as peças ou quer que eu suba para arrumar?

Helena já havia tomado sua decisão sobre o divórcio, então não se importava mais com os assuntos de Bruno.

Ela pediu à empregada que subisse para organizar a bagagem, enquanto ela mesma, com o paletó nas mãos, subiu cambaleando as escadas. Assim que entrou no quarto e se deitou na cama, o sono a dominou por completo.

Uma brisa noturna agitou a cortina branca, e a luz do luar entrou suavemente, se derramando sobre o corpo adormecido da mulher, envolvendo ela com um brilho delicado. Seu semblante parecia sereno e sensual ao mesmo tempo.

O paletó preto de Manuel estava jogado displicentemente aos pés da cama...

...

No meio da noite, o som de um carro ressoou pelo jardim.

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Capítulo 6 2

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