Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 221

Natália Ferreira inconscientemente disse: "Hoje vi-o no térreo do hospital militar."

Ela perguntou com curiosidade a Fabiano Alves: "Ele é um conhecido seu?"

A conversa deles soava como se fossem velhos conhecidos.

" Ele é apenas um funcionário governamental ignorante de segunda geração."

Fabiano disse isso levemente, pegando a mão de Natália.

"Vamos, vamos voltar para o hospital."

...

No caminho de volta, Natália observava a paisagem externa através da janela do carro.

Nas ruas esburacadas, havia muitos mendigos e sem-teto, mancando e revirando lixeiras, e mulheres em trapos dançando pelas calçadas.

Com expressões de entorpecimento e olhares distantes.

Pareciam todos mentalmente perturbados.

Eram pessoas descartadas, sem utilidade.

Sem passaporte, sem identidade, loucas e sem condições de comprovar quem eram, muito menos de voltar para suas terras natais.

Estavam condenadas a passar o resto de suas vidas ali.

Natália suspirou, sentindo uma tensão crescente no coração.

Mas ela estava impotente, sem poder fazer nada.

Lorena havia lhe contado antes.

Uma vez no norte de Mianmar, começavam com pequenas fraudes, para gerar grandes negócios para o grupo empresarial. Se não rendessem, seriam espancados, privados de comida, trancados em celas alagadas, submetidos ao tratamento de jaulas de cães.

Se continuassem sem gerar lucros, o grupo ligaria para suas famílias para cobrar um resgate, sugando até a última gota de seus recursos.

Depois, seriam submetidos a tipagem sanguínea para doação de sangue ou remoção de órgãos.

Se nem os órgãos servissem, sem qualquer valor, seriam simplesmente jogados nas ruas com as pernas quebradas.

Normalmente, aqueles que eram descartados já estavam tão machucados que não viveriam muito, nem teriam mais qualquer valor.

Os mais azarados ainda poderiam ser vendidos para o País T, transformados em 'homens-porcos', usados em espetáculos de acrobacias e para mendigar.

Cada nível era um horror.

Cada dia era uma questão de vida ou morte.

"Não olhe mais."

De repente, uma grande mão caiu sobre os olhos de Natália, bloqueando sua visão.

"Não adianta olhar mais, você não pode salvá-los."

Natália puxou a mão de Fabiano para baixo e suspirou baixinho.

"Eu sei."

"Vitor, dê mais dinheiro a eles." Fabiano ordenou calmamente.

"Sim, Sr. Alves."

Vitor baixou a janela do carro e jogou algumas notas para fora. Os mendigos correram para pegá-las, em uma luta frenética semelhante à de cães selvagens por comida.

O coração de Natália deu um salto, e ela desviou o olhar em silêncio.

"Estou com fome, vá cozinhar." Fabiano disse.

O olhar de Natália ficou fixo no celular. "Mas..."

"Vá cozinhar."

Fabiano não lhe deu chance de hesitar e tirou-lhe o celular diretamente de suas mãos.

Natália sabia que se apressar e se irritar não serviriam de nada agora; João apenas queria provocá-la mais a cada dia.

O que ela precisava fazer era manter a calma e a compostura.

Não se deixar levar por João.

Ela respirou fundo, esforçando-se para se acalmar, e então abriu a porta e saiu.

No quarto do hospital.

Fabiano abriu a mensagem e discou o número que estava lá.

A voz arrogante de João veio do outro lado, "Pequena Natália, finalmente decidiu me ligar, hein? O que achou do vídeo que te mandei? Foi emocionante, te surpreendeu?"

"Esses seus métodos tão baixos, quando vai me deixar experimentá-los?"

A voz serena e fria atravessou a linha.

João hesitou por um segundo, imediatamente reconhecendo quem estava do outro lado da linha, e sua voz involuntariamente gaguejou.

"Você, você..."

"Já faz tempo, não vai cumprimentar seu tio?"