Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 222

João ficou sem palavras por um momento, toda a sua arrogância tinha desaparecido.

Ele ainda tinha um certo receio de Fabiano, uma sombra psicológica que vinha desde a infância.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a voz de Fabiano continuou:

"Fale, se Natália não voltar, que outros artifícios vocês pretendem usar contra ela?"

Fabiano estava encostado na cama, vestindo um pijama listrado largo, e mesmo com a aparência de um paciente debilitado, não perdia a aura de nobreza que lhe era característica.

Com apenas algumas palavras desinteressadas, fez João suar frio.

"Eu... eu não tinha intenções contra você, eu só queria a Natália. Você não está noivo de Helena Carvalho? Por que se meter nessa confusão? Depois de tanto esforço, você não vai se casar com ela mesmo."

"Não mude de assunto." Fabiano falou com uma voz gelada. "Eu te pergunto, que outras medidas você pretende tomar?"

João estremeceu de medo, tentando se impor: "Ah, temos muitas, aqui não falta coisa para torturar alguém. Se Natália quiser, eu posso trazer novidades todos os dias, 365 dias por ano, sem repetir."

Fabiano deu um sorriso frio: "João, isso é tudo o que você aprendeu no exterior? Esqueceu quem você é, de que família vem?"

João, como se tivesse sido atingido, se irritou subitamente.

"Lembro sim! Eu sempre lembro quem sou, não preciso que você me diga. Não sou apenas um filho de um assassino criado pela família Silva? Devo ajoelhar e bater três vezes a cabeça no chão em agradecimento?"

Fabiano disse friamente: "Esta é sua última chance. Ou você volta ao país e se entrega, ou espere que eu te leve de volta para ser interrogado na fronteira."

"Faz diferença? De qualquer forma, vou acabar na cadeia, como meu pai, morto com um tiro."

João riu exageradamente.

"Eu te digo, eu não vou voltar. Prefiro morrer no norte de Mianmar." A voz dele soava um pouco louca. "Até você pode ser baleado aqui, imagine o quão bom é para mim. Você não entende, Cidade Norte pode ser o seu paraíso, mas aqui é o meu."

"Que país, que lei, eu quero é viver bem, ser superior aos outros."

Fabiano franziu a testa, sua voz ainda gelada.

"Realmente, igual ao seu pai, uma má semente."

"Eu te aviso, não me importo com o que você faz com o Lucas, mas se continuar assustando Natália com essas coisas, tudo o que aparece no vídeo, eu vou te fazer experimentar em dobro."

Sua voz era extremamente fria e intimidadora.

Mesmo por telefone, o gelo em sua voz era capaz de penetrar os corações e assustar seriamente.

João, que havia sido oprimido desde a infância, sentiu-se covardemente intimidado.

"E mais, diga a Leandro Reis, quem faz o mal por si só perece."

Fabiano desligou o telefone e, sem expressão, deletou todos os vídeos da mensagem.

Em seguida, bloqueou João.

Pouco depois, o telefone de Pedro Ferreira também tocou.

Acompanhado de algumas mensagens:

"Natália, por favor, salve seu irmão, ele está sofrendo muito. Você sempre foi esperta e inteligente, salve-o, não o deixe sofrer..."

Fabiano interveio inesperadamente.

"Então, você não deve se culpar. Sem você, ele já estaria morto. Deixar esse jogador sofrer um pouco não é ruim, assim ele aprende a não te importunar mais."

Natália baixou os olhos, sentindo um leve alívio em seu coração.

De qualquer forma, pelo menos ele ainda estava vivo.

...

À noite, a brisa estava fresca como a água.

Fabiano subiu silenciosamente na cama de Natália e a abraçou em seus braços.

Seu corpo estava quente, como uma lareira, imóvel, aquecendo suas mãos e pés gelados.

Natália encolheu-se em silêncio em seu abraço, sentindo o cheiro familiar e fresco que vinha dele, e por algum motivo seu coração começou a pesar.

Você sabe que ele vai se casar com a Helena?

Você acha que foi por conta de quê que o Fabiano conseguiu te tirar? Quão próxima você acha que é a relação entre a família Carvalho e o comando militar do norte de Myanmar?

As palavras de Leandro ecoavam em seus ouvidos, repetindo-se como um feitiço que não se podia dissipar.

Natália abriu a boca e, na escuridão, perguntou em voz baixa.

"Dr. Alves, você gosta de mim?"