Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 277

Natália estava mastigando em silêncio quando parou abruptamente.

Ela levantou os olhos e viu o rosto de Valério.

Ele se inclinou um pouco, seus cachos cobrindo suas sobrancelhas e olhos, revelando apenas a metade inferior de um rosto bonito, como um filhote de cachorro adorável e grudento.

"Vai ou não vai, fala alguma coisa."

Valério começou a pressioná-la.

Natália engoliu o que tinha na boca, soltando apenas algumas palavras.

"Você nunca desiste?"

Valério respondeu: "Você só precisa dizer sim, e eu paro."

Natália colocou os talheres de lado, com uma firmeza na voz: "Eu não vou aceitar."

"Por quê?" Valério franziu a testa, "Você nem imagina quantas mulheres lá fora querem estar comigo, todas esperando na fila para namorar comigo. Um cara tão atraente como eu te querendo, como você só pode recusar, isso é não ter visão!"

Natália ficou em silêncio.

Ela admitiu, Valério tinha realmente um rosto bonito.

Uma beleza padrão e cativante que arrebata os olhares femininos por onde quer que passe. Mas...

Natália deu-lhe um olhar e disse em silêncio: "Você nem mesmo gosta de mim de verdade, eu não vou namorar com você."

Valério com uma expressão confusa: "Como você sabe que eu não gosto de você?"

"O jeito que você olha para mim não tem emoção, amor, só tem segundas intenções e cálculos."

Valério ficou atordoado por um momento, acabou soltando um suspiro.

"Você consegue perceber isso?"

Natália baixou os olhos, com uma voz baixa: " Não me trate como se eu nunca tivesse namorado. Eu entendo sobre olhares."

Antes, ela não percebia.

Desde que teve aquele relacionamento, ela aprendeu a distinguir.

Aquele olhar que ele tinha para ela estava cheio de amor desenfreado, tão vasto quanto o céu noturno, tão profundo quanto um lago, camada por camada, sem fim.

Ninguém mais olharia para ela daquela maneira.

Ninguém mais alcançaria esse tipo de amor.

De qualquer forma, ninguém poderia se comparar a ele.

Natália escondeu sua expressão, visivelmente desapontada.

Valério tocou o próprio nariz, sentindo-se um tanto culpado, e desviou rapidamente o assunto.

"Que tal isso, a gente finge um namoro só de fachada, pode ser?"

Natália ficou confusa: "?"

Valério começou a explicar, contando nos dedos.

"Olha só, você está passando por dificuldades agora, tendo que se proteger disso e daquilo, enfrentando problemas com as famílias dos Silva e dos Santos, além de ter que tomar cuidado com meu pai... Se você fingir estar comigo, vai afastar todos esses problemas de uma vez, matando três coelhos com uma cajadada só."

Valério ergueu uma sobrancelha: "Estou tentando te ajudar porque tenho pena de você. Podemos ser um casal só de fachada, mas aliados em segredo."

No momento seguinte, ela sentiu um olhar penetrante sobre ela, impossível de ignorar.

Mesmo com Helena, sua noiva, ao seu lado, ele não escondia seu olhar.

O olhar de Fabiano era intenso demais.

Fazendo com que Fábio também olhasse em sua direção.

Natália, sem resistir, levantou os olhos, encontrando o olhar de Fábio.

Num instante, a espinha de Natália foi tomada por uma sensação de frio.

Ela não havia esquecido as palavras prometidas naquele dia, na casa de chá.

Jamais provocaria Fabiano, jamais se intrometeria em seu casamento, romperia com ele de maneira absolutamente clara e definitiva.

Tudo o que desejava era permanecer em Cidade Norte.

Natália comprimiu os lábios sob o escrutínio do olhar deles, ergueu a mão e segurou firmemente a manga de Valério.

Valério hesitou por um momento, virando-se para olhá-la.

Com a cabeça baixa, os longos cabelos negros caíam sobre seu rosto, ocultando suas expressões, mas a força com que segurava a sua manga era palpável.

Era como se estivesse agarrando um salva-vidas em meio a uma tempestade feroz.

“Valério, este é seu amigo?” perguntou Fábio.

Valério arqueou as sobrancelhas, segurou a mão de Natália com a sua, posicionando-se à frente dela, e disse abertamente:

“Permitam-me apresentar a todos, esta é minha namorada, Natália.”