Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 423

Os olhos de Jorge se estreitaram.

"Essa sua filosofia soa familiar."

Antigamente, Leandro também gostava de dizer isso.

Ele se virou para olhar para Glória.

"Como tem sido a sua relação com Leandro ao longo desses anos?"

Glória permaneceu em silêncio por alguns segundos, com uma leve ironia no olhar.

"Ele me odeia, com ódio profundo."

Jorge suspirou. "Foi minha culpa, te fiz sofrer todos esses anos."

"Pai, você se arrepende?" Glória perguntou de repente.

"O quê?"

"Se arrepende de tê-lo mandado embora, de tê-lo expulsado, ou de tê-lo adotado?"

Jorge ficou em silêncio.

Memórias de tempos distantes começaram a emergir.

Naquela época, Leandro ainda era jovem, cheio de inocência, mas encantador.

Ele era inteligente, talentoso, uma vez o orgulho de Jorge.

Um verdadeiro cavalheiro, gentil como jade.

Mais suave que o jade Hetian guardado no armazém.

Quão perfeito ele seria como herdeiro da família Barbosa.

Infelizmente...

Foi ele quem cultivou desejos egoístas.

Jorge fechou os olhos.

"Talvez isso seja o karma."

"Perdi-lo, mas acabei criando seu irmão assim, incapaz de assumir grandes responsabilidades por toda a vida, mas felizmente ainda temos você, a família Barbosa ainda tem você."

Glória baixou os olhos.

"Vou te levar para descansar no andar de cima."

Natália saiu da família Barbosa, respirando aliviada.

De qualquer forma, o projeto poderia continuar.

Ela não sabia por que Glória a ajudou.

Nem que planos Glória tinha em mente.

Mas...

O Edifício Prata não podia parar.

Esta era a única chance, e tinha que ser levada adiante a todo custo.

Natália entrou no carro e ligou para Urbano, contando-lhe sobre o ocorrido.

"Vou cuidar pessoalmente de todos os detalhes deste projeto, desta vez não haverá falhas."

Urbano mostrou compreensão. "Não se preocupe, este também é um projeto do grupo, vou substituir tudo por pessoas de confiança e assumir o controle pessoalmente."

Com o apoio de Urbano, Natália se sentiu mais tranquila.

Ela então instruiu Bruno.

"Vamos para o Edifício Prata."

"Claro, Srta. Ferreira."

Às oito da noite, o carro finalmente parou em frente à Casa Antiga dos Alves.

Natália desceu do carro, observando o pequeno edifício estranho e distante à sua frente, respirou fundo e então entrou.

A sala estava tranquila e silenciosa, sem nenhum ruído.

Apenas Yasmin estava sentada no sofá com elegância, tomando chá.

"Mãe, a senhora me chamou?"

Natália tomou a iniciativa, ainda soando um pouco inexperiente com esse tratamento.

Foi um esforço da sua parte.

"Sente-se."

Yasmin deu um pequeno gole em sua xícara de chá, com uma expressão que parecia ainda mais fria e indiferente do que antes, até mesmo com um toque de desdém.

Natália se aproximou, sentando-se à sua frente.

Ela olhou ao redor e não viu Fabiano, supondo que ele ainda não tivesse voltado.

Ajustando sua respiração, ela tomou a iniciativa de perguntar, "A senhora queria falar comigo sobre algo?"

Yasmin colocou a xícara de chá de lado e perguntou, "Com todo esse escândalo na internet, você não tem nada a dizer?"

Natália hesitou por alguns segundos, mantendo uma postura humilde.

"Primeiramente, gostaria de expressar meu pedido de desculpas à senhora e à família Alves, sinto muito por envolver todos em tantas questões delicadas, mas eu prometo resolver tudo. Por favor, me dê um pouco de tempo."

"É só isso que você tem a dizer?" Yasmin franziu ligeiramente a testa.

Natália ficou em silêncio por um momento, então perguntou, "Há algo mais que eu deveria pensar?"

Yasmin colocou a xícara de lado e empurrou um volumoso contrato que estava sobre a mesa de centro em direção a ela.

"Natália, vamos nos divorciar."