Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 572

Bairro Magnético.

Fabiano trocou de roupa para um traje mais confortável de ficar em casa, sentou-se preguiçosamente no sofá, coberto por uma manta fina, com um gato gordo e laranja ao seu lado.

Natália movia-se freneticamente entre a cozinha e a sala.

"Vem, bebe um pouco de água quente."

Um minuto depois, Natália apareceu com um copo d'água.

"Come um pouco de fruta."

Três minutos depois, Natália trouxe um prato de frutas cortadas.

Em pouco tempo, a mesa de centro estava repleta de comidas, bebidas e diversões.

O frio que há anos tomava conta do Bairro Magnético finalmente deu lugar a um calor aconchegante.

Era uma sensação indescritível.

Fabiano continuou sentado, acariciando o gato, aparentemente gostando daquilo.

A ferida no braço não era profunda, algo que uns pontos resolveriam facilmente, mas isso pareceu aproximá-los ainda mais.

Pensando bem... não era de todo ruim.

Ele até sentiu um impulso de agradecer ao Severino.

"O que você quer jantar? Me fala que eu preparo."

Natália finalmente terminou suas tarefas e se aproximou novamente para perguntar sobre o jantar, com toda a ternura de quem mima uma criança.

O coração de Fabiano se agitou.

Ele deu um tapinha ao seu lado no sofá, convidando-a a "vir aqui, sentar."

Natália, confusa, mas obediente, foi e sentou-se.

Num instante, foi envolvida pelos braços longos do homem, pressionada contra seu peito firme, quente e perfeitamente encaixada.

Natália piscou, "O que foi?"

"Nada, só que, como paciente, estou emocionalmente frágil, precisando do conforto da esposa."

Natália corou, lutando para esconder um sorriso. "Sr. Alves, você machucou o braço, não o coração. Não precisa exagerar na fragilidade."

"Não é exagero. O desejo de te beijar é mais real que ouro."

"Você... hmm."

Antes que Natália pudesse terminar, ele a beijou, sem aviso.

O silêncio preenchia o quarto, apenas interrompido pela respiração ofegante de ambos, provocando uma sensação ardente.

O sofá era macio.

Eles estavam cobertos pela manta.

Natália, sem perceber, afundou mais no sofá, enquanto Fabiano se inclinava sobre ela, desviando o gato com um gesto.

Natália, ainda lúcida, colocou a mão em seu peito.

Diante dela estava uma garota com grandes olhos, cabelos castanhos ondulados e bochechas fofas.

O que ela tinha dito?

Tio, tia?

"Você é..." Natália perguntou instintivamente.

Sónia, vendo Natália, respondeu entusiasmada antes mesmo de ser interrompida. "Tia, você provavelmente não me conhece. Sou a Sónia, acabei de voltar do exterior. Sou a sobrinha do seu marido... Ah, quer dizer, do seu ex-marido. É só me chamar de Sónia!"

No sofá, Fabiano "..."

Natália, recuperando-se do choque inicial, comentou admirada. "Fabiano tem uma sobrinha tão adorável assim?"

Ao ouvir isso, os olhos de Sónia brilharam. "É verdade, é verdade, tia, você tem um olhar tão apurado. Eu sempre soube que sou a pessoa mais adorável e bonita da nossa família."

Seu olhar se fixou em Natália, com um elogio sincero. "Mas, tia, você é ainda mais bonita ao vivo do que nas fotos, não é de se admirar que meu tio não consiga comer nem dormir direito, sempre pensando em você."

A voz de Fabiano interveio oportunamente, interrompendo a conversa delas.

"Sónia, entre."

Ao ouvir o chamado familiar, Sónia imediatamente trocou de sapatos na entrada e entrou carregando algumas caixas de suplementos.

Do ponto de vista de Natália, ainda era possível vislumbrar algumas palavras nas embalagens: "idoso", "memória" e "cálcio".

Natália duvidou silenciosamente de seus próprios olhos.

Seu tio, na casa dos trinta, cheio de energia e astúcia, precisaria de suplementos para o cérebro e cálcio?