Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 579

Ele disse que iria abraçar, e realmente abraçou a noite inteira.

Foi uma noite de rara tranquilidade.

No dia seguinte, Natália foi trabalhar como de costume, bateu o ponto na empresa e depois levou Ângela até o departamento do projeto no edifício de medicamentos.

Esse projeto estava prestes a ser concluído, não seria necessário sua presença.

Mas, com os recentes acontecimentos, para prevenir qualquer eventualidade, decidiu ir pessoalmente.

O responsável pelo projeto reconheceu Natália, recebendo-a pessoalmente, e informou que restava meio mês de trabalho para finalizar oficialmente.

Natália o seguiu por todas as partes, inspecionando cuidadosamente. Após verificar que estava tudo em ordem, preparou-se para partir.

Quando estava saindo de carro, Ângela, que estava no assento do passageiro, de repente apontou para o espelho retrovisor e disse:

"Natália, o que está fazendo aquela pessoa parada na plataforma do sexto andar, tão ereta? Parece assustador."

Natália olhou instintivamente para o retrovisor.

E sua calma desapareceu.

De fato, havia um homem de preto parado do lado de fora da grade de proteção da plataforma do sexto andar, com o rosto não visível.

Mas seu corpo balançava perigosamente ao vento frio.

Natália sentiu um peso no coração, pisou no freio e voltou rapidamente.

"Ângela, ligue para o corpo de bombeiros, para o serviço de emergência 192, chame a polícia, vai acontecer uma tragédia!"

Ângela, confusa, questionou: "Será que é um mal-entendido?"

"Que pessoa normal escalaria a grade e correria para fora do sexto andar?"

Natália apressou-se para dentro, e quanto mais se aproximava, mais familiar lhe parecia a silhueta da pessoa.

Até que, embaixo do edifício, ela tirou o celular, tirou uma foto, ampliou ao máximo e viu claramente o rosto do homem.

Seu rosto mudou de cor instantaneamente.

Virgílio!

Ele não tinha sido preso?

Como poderia estar aparecendo em um departamento de projetos concluído?

Ela lembrou imediatamente do que Fabiano havia dito na noite anterior.

"Quem tem pontos fracos, só morre, não fala."

Isso não é bom.

Ele vai morrer aqui?

O rosto de Natália escureceu, e ela rapidamente puxou o responsável pelo projeto que chegava, apontando para Virgílio no sexto andar.

"O que está acontecendo com ele?"

O responsável olhou para cima, confuso e tenso.

"Eu não o conheço, como pode haver estranhos na obra? Como ele chegou lá em cima?"

Vendo que o responsável estava mais confuso do que ela, Natália não quis perder mais tempo.

Comandou, com voz firme: "Rápido, encontrem alguém, liguem para a polícia, preciso de duas pessoas para subir comigo."

O responsável acenou afirmativamente: "Claro, claro."

Este era um projeto importante do Grupo Paz, prestes a ser concluído. Se algo acontecesse agora, como um acidente fatal, seria um mau presságio.

Esse projeto poderia ser diretamente cancelado.

Ângela queria subir junto com Natália, mas foi impedida: "Ângela, espere aqui pela ajuda."

Ângela, preocupada, retrucou: "Mas e você..."

"Eu sei o que estou fazendo, não vai acontecer nada comigo."

Não esperava que a velha raposa mudasse de alvo, indo para o canteiro de obras do outro lado.

Do outro lado.

Natália, ofegante, subiu até o sexto andar, atravessou o longo corredor e chegou à ampla plataforma, avistando de imediato a silhueta à beira do prédio.

"Virgílio!"

Ela chamou suavemente, com uma voz nem forte nem fraca.

O homem virou-se com uma expressão derrotada ao ver Natália parada ao vento, com um semblante calmo e sério.

Ele sorriu amargamente, como se estivesse em transe. "Vocês chegaram bem cedo, antes mesmo dos jornalistas."

Jornalistas?

Ele ainda chamou os jornalistas.

Ele planejava transmitir ao vivo seu próprio suicídio, desviando a opinião pública para o Grupo Paz e Fabiano?

Que grande espetáculo.

Natália se esforçou para manter a calma, com uma voz fria e grave.

"Você quer usar uma vida para incriminar Fabiano e pavimentar o caminho para Severino, está mesmo disposto a morrer assim?"

"Disposto?" Virgílio riu amargamente. "E se eu não estiver disposto, o que posso fazer? Sou apenas um peão descartável, sem saída!"

Ele balançou o celular que segurava, rindo loucamente. "Só a minha morte é uma saída."

Assim que terminou de falar, o celular começou a vibrar.

Virgílio ficou tenso, atendendo o telefone com as mãos trêmulas.

Do outro lado, apenas algumas palavras frias.

"Se você pular, sua esposa e filho ficarão bem."