Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 758

O vento passava pelos cabelos, agitando levemente os fios curtos do homem, que tinha um olhar sereno e refrescante.

"Você ainda não terminou de comer, quer voltar para terminar?" ele perguntou.

Ele ainda estava preocupado com a comida?

Noémia ficou irritada.

"Não, estou de dieta."

Após dizer isso, ela contornou a entrada principal e voltou pela porta lateral, deixando Hugo apenas com a visão de suas costas.

Parecia estar aborrecida.

Hugo levantou as sobrancelhas, lembrando-se de algo que Fabiano havia dito.

"Para conquistar a esposa, não é a educação que conta, mas sim a cara de pau."

Parece que tinha sua lógica.

Patrícia, após almoçar na família Costa, voltou para casa distraída, os eventos do meio-dia foram tão impactantes que ela estava ansiosa para compartilhar as novidades.

Ela chegou ao hospital carregando uma sopa de peixe fresca, e antes mesmo de entrar, ouviu as conversas lá dentro.

"Júlia, por que está tão abafado aqui, será que é meu sistema respiratório que está com problema?"

A voz de uma enfermeira soou, carregada de uma leve frustração.

"Dr. Costa, é que o verão chegou, o calor aumentou, as folhas estão verdes e as flores do térreo estão todas abertas."

Gabriel ficou em silêncio por um momento, depois soltou uma risada baixa.

"Ah, é verdade, quase esqueci que as estações mudam, só não posso vê-las."

A enfermeira sentiu-se um pouco culpada: "Desculpe, Dr. Costa, de agora em diante, vou lhe informar sobre a temperatura e as mudanças das estações todos os dias."

Gabriel balançou a cabeça, sorrindo alegremente: "Não tem problema, é uma questão pequena."

Ele tocou seus olhos, retirando a mão em seguida, com um tom de voz tranquilo.

"É apenas um pouco mais escuro, não há muito o que ver. Com o tempo, a gente se acostuma com a escuridão."

Patrícia, parada do lado de fora, sentiu seu coração apertar.

Então... ele também se sentia triste e solitário.

Viver todos os dias envolto em escuridão, ele também se sentia ansioso e impotente.

Mas ele sempre foi tão bom em esconder sua vulnerabilidade, nunca mostrou esse lado na frente dela.

Ele gostava de beijá-la, de abraçá-la, de ser pegajoso.

Era uma falta de segurança, um desejo por cuidado e salvação.

As pessoas não vivem apenas por viver.

Ele era o orgulhoso Gabriel.

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