Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1698

“Cassandra, você pode cuidar dos trâmites da minha alta pra mim?”, perguntou Quésia, a voz fraca, mas firme de intenção.

Depois de criar a moça por tantos anos, mesmo não sendo sua filha biológica, tinha desenvolvido um apego genuíno por ela. Agora, queria testa-la se era realmente sem coração.

A expressão de Cassandra mudou num instante, um lampejo de surpresa antes que ela rapidamente o escondesse com entusiasmo. “Tá bom, eu resolvo isso agora mesmo.”

Ao se virar pra sair, lançou um olhar convencido pra Celina.

“Sra. Newton, eu te garanto, eu me preocupo muito mais com a saúde da mamãe do que você. Quando ela estiver em casa comigo, tenho certeza que vai se recuperar bem mais rápido.”

O rosto de Celina escureceu um pouco enquanto via a outra sair, a cabeça erguida com autossatisfação.

Depois que a porta fechou, virou pra Quésia, a voz cheia de uma urgência contida. “Senhora, você não pode voltar.”

Ela tinha um pressentimento de que algo ruim podia acontecer se a mulher voltasse pra casa.

Apesar de Quésia receber cuidados constantes dos melhores médicos e fazer exames regulares, seu estado tinha piorado de repente e sem explicação. Os médicos suspeitavam que o problema podia estar na alimentação, o que levantava dúvidas e preocupações inevitáveis.

A mulher notou a aflição de Celina e deu um tapinha leve na mão dela. “Se eu não descobrir o fundo disso, não vou ficar em paz.”

“Mas você não pode arriscar sua saúde só pra testar ela”, disse, o olhar cheio de preocupação.

Quésia deu um sorriso fraco, uma mistura de resignação e determinação nos olhos. “Tá tudo bem. Se realmente fizer algo, só vai provar que todos esses anos que eu passei criando ela foram jogados fora.”

Cassandra não perdeu tempo e arrumou a alta da mãe rapidinho, levando-a pra casa. Mas, na primeira noite, ela se segurou, hesitando em agir tão cedo. Decidiu esperar uns dias antes de dar o próximo passo.

No Grupo Jamieson, desde que Cecilia assumiu a liderança, a empresa voltou a ter ordem e estabilidade. Os funcionários não escondiam o alívio e a admiração, elogiando abertamente.

“Graças a Deus que a Cecilia virou CEO no lugar da Cassandra. Agora a gente consegue focar no trabalho de verdade”, comentou um funcionário.

“É isso aí. Se fosse a Cassandra, nossos bônus já tinham ido pro beleléu. E com aquele jeito arrogante dela, parece que acha que o mundo inteiro deve alguma coisa pra ela.”

O deboche brilhou nos olhos de Cassandra enquanto ria. “Lei trabalhista? Não me faça rir. Vocês só querem grana, né? Pois não vai ter um centavo pra nenhum de vocês!”

Logo que terminou de falar, o gerente de RH chegou, o rosto mostrando hesitação.

Cassandra virou rápido, apontando pro grupo de funcionários. “Esses aí estavam batendo papo à toa em horário de trabalho. Demitam eles agora e botem pra fora do prédio. E nada de exigir indenização!”

O gerente de RH hesitou por um instante, claramente incomodado com a atitude mandona dela. Mas sob o olhar implacável da mulher, não teve escolha a não ser assentir e obedecer. “Entendido”, disse relutante.

Quando Cassandra saiu, não esqueceu de dar um aviso sério pro gerente de RH. “Lembre-se, nada de indenização. Se eu descobrir que você deu algum trocado pra eles por baixo dos panos, pode arrumar suas coisas e vazar também!”

Embora pudesse ter dificuldade pra encarar Cecilia, lidar com uns funcionários fofoqueiros era moleza pra ela ou pelo menos era o que achava.

Acostumada a mandar e desmandar, Cassandra nunca parou pra pensar que seus métodos opressores podiam não cair bem com a geração mais jovem e barulhenta de hoje.

Naquela noite, o caso explodiu na internet, subindo rápido pros assuntos mais comentados.