Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1756

Quando Nicholas atendeu a ligação, a voz de Cecilia soou calma e firme.

“Vamos nos encontrar”, disse ela.

Nicholas apertou o celular com mais força. Ficou em silêncio por um breve momento antes de responder com uma única palavra. “Tá.”

Após encerrar a chamada, olhou o endereço que Cecilia enviou e instruiu o motorista a seguir para lá.

Jaqueline, percebendo a alteração inesperada no caminho, ficou quieta, observando Nicholas de forma sutil pelo canto do olho.

Não demorou muito para chegarem.

Nicholas saiu do carro e virou-se para Jaqueline. “Me espera aqui.”

Jaqueline assentiu. “Tudo bem.”

Observou Nicholas entrado em um café e, então, desviou o olhar, soltando um suspiro baixo.

O motorista, Carlos, não resistiu a provocar: “Sra. Wright, o que está acontecendo com você? Tendo problema no amor ultimamente?”

Diferente de sua postura sempre composta no trabalho, Jaqueline ficava mais à vontade com Carlos, que era mais velho que ela.

Ela riu. “Não, minha vida amorosa tá bem tranquila.”

“Tranquila?”, Carlos ergueu uma sobrancelha, tentando acompanhar o jeito que os jovens falavam hoje em dia. “Então, quando é o casório?”

O casório...

Jaqueline ficou sem palavras por um instante.

Seus pensamentos vagaram até Yago, encantador, mas pouco confiável, deixando nela uma sensação persistente de incerteza.

“Não sei”, admitiu ela. “Estou só deixando rolar.”

“Não te culpo”, refletiu Carlos. “Depois de tanto tempo perto do Sr. Nicholas, imagino que seja difícil encontrar outro homem que chegue aos pés dele. Ele tem aquela mistura perfeita de gentileza e charme.”

Para quem via de fora, Nicholas era o retrato de um cavalheiro, humilde, acessível e gentil com quem trabalhava para ele.

Jaqueline riu de novo, mas dessa vez havia um leve amargor em seu sorriso.

Cecilia voltou a se sentar, e Nicholas puxou a cadeira à frente dela, acomodando-se.

Por um momento, eles apenas se encararam em silêncio.

No fim, foi Nicholas quem quebrou o silêncio. “Ceci... você lembrou?”

Cecilia assentiu. “Sim.”

Outra pausa pesada. A mandíbula de Nicholas se contraiu, sua expressão complicada. “Você me odeia agora?”

“E o que mais? Deveria eu te agradecer?”

Cecilia sempre viu Nicholas como o garoto da casa ao lado, uma pessoa genuinamente boa. Mas agora, ela percebia que havia algo profundamente errado por baixo da superfície.

“Acho que você deveria procurar um terapeuta”, disse ela.

A expressão de Nicholas endureceu na hora. “O quê?”

“Do lado de fora, você parece um cavalheiro, educado, fácil de lidar. Mas lá no fundo, seu coração tá tomado por escuridão. Eu já te disse antes, tudo que aconteceu no passado foi um mal-entendido. E além disso, eu não te devo nada, devo? Se tem alguém que deve, é você pra mim. Eu salvei sua vida naquela época.”