Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1807

O canto da boca de Helena tremeu levemente antes que ela imediatamente atacasse Cecilia. “Você realmente não tem coração. Se não fosse pela minha filha, você teria morrido de frio ou fome há muito tempo. Ela te criou, e agora você nem a reconhece como sua mãe?”

A moça permaneceu completamente impassível. “Quem me criou foram meu pai e Martha. Paula nunca comprou uma única peça de roupa para mim ou cozinhou uma refeição. Pelo contrário, me usou, enganou meu pai e até me vendeu. Não devo nada a ela.”

Ela deu um passo à frente, suas palavras lentas e deliberadas. “Me diga, por que você está realmente aqui?”

Nada acontecia sem motivo. Cecilia não acreditava nem por um segundo que a velha tinha vindo apenas para visitá-la.

Helena ficou momentaneamente sem palavras com a resposta afiada. Demorou um pouco para se recuperar, mas quando o fez, foi direto ao ponto. “Vim reclamar os bens da minha filha.”

Cecilia quase riu da absurdidade de suas palavras. “Os bens da sua filha? Que bens?”

Após a morte de Renato, toda a fortuna da família Smith foi herdada por Matheus e Paula. A mulher esbanjou até o último centavo, não deixando nada.

Helena apontou para a residência Smith atrás dela. “Esta casa pertence à minha filha. Não tem absolutamente nada a ver com você, uma filha adotiva.”

Então agora ela admite abertamente que sou apenas uma filha adotiva?

Cecilia sempre acreditou que ninguém agia sem interesses próprios. Ela suspeitava desde o início que a visita de Helena não era sem segundas intenções, e estava certa.

“Esta casa foi vendida por Paula uma vez”, afirmou calmamente. “Meu marido a comprou de volta. Não é mais dela.”

Helena zombou. “Você está mentindo. Acho que está tentando enganar uma velha. Não tem medo de um castigo divino?”, a velha se comportava como uma megera.

Pela primeira vez, Helena vacilou, um lampejo de medo cruzando seu rosto. “Que absurdo é esse? Eu nunca maltratei Cecilia!”

Benedita soltou uma risada fria. “E mesmo assim, aqui está você, tentando nos extorquir. Por uma casa desse tamanho, isso daria o quê, pelo menos dez anos na prisão, não acha?”

“Você! Está falando bobagem! Esta casa pertence à minha filha! Não estou extorquindo ninguém!” Mas sua confiança estava claramente abalada.

Ela não esperava que Cecilia trouxesse Álvaro e Benedita hoje. Achava que lidar com a moça sozinha seria fácil.

Naquele momento, uma empregada chegou com o certificado de propriedade e os papéis oficiais de transferência. Nathaniel os apresentou a Helena. “Veja por si mesma.”

A velha olhou para os documentos, mas se recusou a reconhecê-los. “Não entendo. Tudo o que quero é a herança da minha filha.”