Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1965

Depois de acertar os termos com Matheus, Denise se preparou para sair para o trabalho.

“Se bater fome perto do meio-dia, cozinha um pouco de macarrão. Você sabe fazer isso, né?”

Matheus assentiu, meio sem jeito. É só macarrão. Claro que sei.

Denise achou que era uma tarefa simples o bastante, então não insistiu. Jogou a bolsa no ombro e acrescentou:

“No meu trabalho de meio período, normalmente eles fornecem o jantar. Vou trazer um pouco pra você mais tarde.”

“Tá bom”, disse Matheus, fazendo um aceno discreto.

Ela ainda explicou o básico sobre o apartamento, depois olhou para as roupas dele.

“A máquina de lavar fica no banheiro. Joga suas roupas lá e dá uma lavada rápida. Com o tempo do jeito que tá, deve secar rapidinho depois de centrifugar. Quero elas limpas e no corpo quando eu voltar.”

“Entendido”, respondeu Matheus, repetindo cada instrução de forma obediente.

Se Cecilia visse ele naquele momento, ficaria chocada com a transformação.

Denise saiu logo em seguida, sem deixar uma chave extra, só por precaução, caso ele fosse mesmo um problema.

Assim que ela se foi, Matheus voltou pra cama e desabou.

Todo o corpo doía. O cansaço era profundo, como se tivesse se enraizado nos ossos.

Aqueles últimos dias tinham sido um inferno. Estava vivendo pior que um animal de rua, fugindo constantemente de cobradores. Agora, finalmente, tinha um teto sobre a cabeça. Parecia até irreal.

Os ferimentos ainda latejavam e sem tratamento. Mas, felizmente, eram superficiais.

Fechou os olhos e logo pegou no sono. Quando o meio-dia chegou, a fome o despertou.

Um prato miserável de macarrão pela manhã não tinha sido nem de longe o suficiente.

Ainda grogue, Matheus foi até a varandinha, onde ficava o pequeno fogareiro por indução. Pegou um pacote de macarrão da geladeira e ficou encarando o fogão como se fosse uma máquina alienígena.

“Como é que liga esse negócio?”

Apertou os botões, estreitando os olhos para tentar entender os símbolos. Depois de alguns minutos tentando, finalmente conseguiu fazer funcionar.

“Ah, era só isso?”

Confiante, colocou uma panela no fogão, encheu com água fria direto da torneira e jogou um punhado de macarrão seco lá dentro.

Depois parou. “Espera... isso não vai ser suficiente.”

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