Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1974

Ao ouvir isso, Denise logo protestou. “Pra quê? Você devia ficar aqui e descansar.”

Era o raro dia de folga dela, e dava para perceber que as feridas de Matheus ainda estavam cicatrizando.

“Estou morrendo de tédio aqui”, ele disse. “Deixa eu ir junto.”

Não tinha coragem de sair sozinho, com medo de ser reconhecido.

Vendo que ele estava insistente, Denise cedeu. “Tá bom, mas vai ter que esperar lá fora. Não deixa meus pais te verem.”

“Sem problema”, respondeu Matheus, sem hesitar. Vestiu uma roupa nova que tinha comprado, colocou um boné e se cobriu direito antes de sair com Denise.

Eles se espremiam num ônibus lotado.

Matheus franziu a testa. “Por que não pegamos um táxi? Tem gente demais.”

“Economizar dinheiro”, respondeu Denise, seca.

Matheus olhou para ela, confuso. “Você deve ter ganhado uma grana boa esse mês, né? Por que ser tão pão dura?” Nunca tinha ficado sem dinheiro, então não entendia esse jeito de pensar.

Denise não respondeu. Quando chegaram ao ponto, ela desceu rápido, e Matheus a seguiu.

No hospital, ela foi direto ao balcão de pagamento. Ainda não tinha recebido o salário, então conseguiu pagar só uma parte.

“Vou receber amanhã. Pago o restante que falta, por favor”, pediu Denise, com os olhos suplicando.

A enfermeira, que conhecia a situação dela, não causou problemas. “Tá bom”, disse. “Só lembra de vir cedo amanhã.”

“Obrigada”, disse Denise, aliviada.

“Vai visitar seus pais”, acrescentou a enfermeira. Depois parou e falou: “E... quando puder, faça um exame também.”

Algumas doenças podem ser hereditárias.

Denise ficou paralisada por um segundo, o rosto ficou um pouco pálido. Forçou um sorriso. “Pode ficar tranquila, estou saudável. Minha empresa fez um exame recente, e tudo deu normal.”

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