Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1975

“Eu já paguei as contas do hospital. Se saírem agora, não vão reembolsar nada”, disse Denise, a voz carregada de emoção enquanto olhava para os pais. O cabelo deles estava quase todo grisalho, e o corpo parecia ficar mais fraco a cada vez que ela os via.

O dinheiro que ela ganhava mal cobria o básico, só o suficiente para mantê-los no hospital e pagar coisas como a quimioterapia.

Matheus tinha perguntado antes por que ela parecia tão abatida. Era porque, toda vez que ia ver os pais, sentia uma culpa enorme. Por mais que se esforçasse, ainda não ganhava o bastante para cuidar deles de verdade.

Depois de conversar um pouco, Denise se despediu, com medo que suas emoções pesadas afetassem os pais.

Matheus esperava no corredor do lado de fora. Ele tinha ouvido trechos da conversa e não esperava ver uma família passando por tanta dificuldade nos dias de hoje.

E, mesmo com a luta, os pais dela não desistiam da vida.

Quando Denise saiu, Matheus caminhou ao lado dela. Soltando um suspiro, disse: “Ultimamente acho que sou o cara mais miserável do mundo. Mas depois de ver você e sua família, percebi que minha vida é moleza.”

Denise forçou um sorriso. “Não fica pensando nisso. Cada um tem sua vida pra viver, né?”

Matheus assentiu. “Você tem trabalhado tanto. Hoje deixa eu te pagar uma boa comida.”

“Nem precisa. Tô bem com algo simples”, respondeu Denise, acostumada a viver com pouco.

“De jeito nenhum”, Matheus falou, firme. “É meu dinheiro, e eu que vou gastar.”

“Mas você não precisa guardar pra cuidar da sua família?”, ela perguntou, confusa.

“Meus pais já se foram. Não tenho mais ninguém pra cuidar”, disse Matheus, quase casualmente.

Ao ouvir isso, Denise olhou para ele com simpatia. “Sinto muito.”

“Por que você sente?”, ele perguntou.

“Eu não sabia que seus pais tinham falecido.”

Pensando bem, Denise percebeu que, de certa forma, ela tinha mais sorte que Matheus. Pelo menos os pais dela ainda estavam ali, ainda podiam estar com ela. Mesmo nas dificuldades, ter a família ao lado fazia toda a diferença.

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