Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1989

Ao saber que Matheus havia voltado, o gerente saiu furioso do escritório, levantando o punho para acertar um soco no rapaz.

“Você ainda teve a cara de pau de aparecer! Onde está o dinheiro?”, gritou o gerente, tomado pela raiva.

Matheus gemeu de dor e cambaleou alguns passos para trás. Ainda assim, não revidou nem tentou desviar.

Em vez de responder, olhou em volta e perguntou:

“Cadê a Denise?”

“Você ainda tem coragem de perguntar por ela? Sabia que os pais dela estão arruinados por sua causa?”, gritou o gerente.

“Arruinados... por minha culpa?”

Os olhos de Matheus se arregalaram, cheios de choque e incredulidade.

“Está fazendo essa cara por quê? Você desviou os cem mil que seriam usados para salvar os pais dela! Tem ideia das consequências disso?”, o gerente gritou.

Matheus cambaleou levemente. “Como assim? Eu... eu só queria fazer mais dinheiro para dar pra ela, pra que ela não precisasse se matar de trabalhar... Eu... eu não fiz por mal...”

Ele deu alguns passos para trás, visivelmente abalado.

O gerente achava que tudo aquilo era só mais um monte de mentiras. Respondeu com frieza:

“Chega. Você devia era se entregar à polícia agora mesmo.”

Balançando a cabeça, Matheus murmurou: “Não... eu preciso encontrar a Denise. Onde ela está?”

“Não sei”, disse o gerente, com desdém. “Depois do que aconteceu com os pais dela, acha mesmo que ela ia continuar aqui?”

As lágrimas começaram a se acumular nos olhos de Matheus, deixando-os vermelhos.

Naquele instante, sentiu como se o peito tivesse sido perfurado por uma lâmina, uma dor que nunca havia sentido antes. Era como se tivesse cometido um pecado imperdoável.

“Eu vou encontrá-la!”

Matheus tentou sair, mas o gerente e os outros o impediram. Só depois de levarem o rapaz a uma boa surra é que o deixaram ir embora.

Assim que ele saiu, um dos colegas perguntou ao gerente: “Mas a Denise ainda trabalha aqui, não? E os pais dela estão bem, não estão?”

O gerente suspirou.

“Foi ela quem me pediu para contar essa história. Caso contrário, acha mesmo que eu deixaria esse traste sair assim?”

Será que ela foi embora? Eu sou mesmo um idi*ta!

Denise não estava lá, e Matheus não fazia ideia de onde procurá-la. Sentou-se no chão, derrotado, e cenas do tempo que passaram juntos começaram a invadir sua mente.

Ela foi a única pessoa que nunca o desprezou por ser pobre e que realmente se importou com ele.

Foi também a primeira a ensinar que viver de forma egoísta não levava a lugar algum.

Foi ela quem lhe ensinou a fazer macarrão, a lavar roupa, a limpar o chão. Pela primeira vez, ele não se sentia um inútil.

Quando ele era maltratado na boate, era ela quem o defendia.

Como eu pude machucar uma pessoa tão boa?

“Me desculpa. Eu não quis fazer isso. Juro que só queria ganhar um pouco de dinheiro. Sou um fracassado!”

Nesse momento, Matheus finalmente se deu conta do tipo de pessoa que havia se tornado, e do quanto era incompetente.

Não é à toa que desperdicei toda a fortuna da família, e que o Nathaniel quer me demitir.

Matheus jamais havia sentido tamanha vergonha de si mesmo.

Mesmo usando roupas leves, parecia não sentir o frio. Sozinho, ficou ali parado, encarando o breu da noite, completamente perdido.

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