Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1993

“Você ainda fala com ele hoje em dia?”, Matheus perguntou.

Denise balançou a cabeça.

“Não temos contato há muito tempo. Ouvi dizer que ele já se casou e tem um filho.”

Ela parecia indiferente.

Mas Matheus percebeu um traço de melancolia no fundo do olhar dela, algo que o incomodou mais do que gostaria de admitir.

“Então ele sabia da sua situação familiar e, por isso, aceitou terminar com você?”, insistiu Matheus.

As perguntas contínuas começaram a incomodá-la.

“Qual é o seu problema hoje? Está investigando meu passado, é isso?”

“Só estou perguntando.”

Matheus rapidamente abaixou a cabeça e começou a tomar o mingau.

Mesmo sendo doce, por algum motivo, parecia ter um gosto amargo.

“Tem o que investigar?” Denise disse, com a voz firme. “É assim que o mundo adulto funciona. Não estamos num drama de TV. Todo mundo só quer sobreviver sem ser um peso pra ninguém.”

Matheus manteve o olhar baixo, sem coragem de encará-la novamente.

“Se fosse eu, não teria feito isso.”

“Talvez porque você teve uma vida muito boa até pouco tempo”, disse Denise, agora convencida de que Matheus era filho de gente rica.

Afinal, aquele tal de Sandro, com quem ela tinha falado, claramente não era uma pessoa comum.

E ele mesmo havia dito para ela dificultar as coisas pro Matheus.

Na cabeça de Denise, uma pessoa rica não pediria isso à toa.

“Minha vida tá bem dura agora, mas mesmo assim... se fosse com você, eu enfrentaria tudo junto”, disse Matheus, cada palavra dita com convicção.

Denise não conseguiu evitar uma risada.

“Ah, para com isso.”

Ela já tinha passado da fase de se iludir com esse tipo de coisa.

Mas, de repente, ela parou e o encarou com seriedade.

“Matheus, por que você está falando tudo isso? Por acaso... tá apaixonado por mim?”

Apaixonado...

“Vocês são de mundos diferentes. Não dá pra comparar. Agora come logo, depois descansa. Ainda tenho que trabalhar à noite.” Denise claramente não queria prolongar aquela conversa.

Por mais que Matheus insistisse, ela evitava responder.

Depois que ele terminou de comer, Denise o ajudou a organizar as coisas e trouxe algumas roupas limpas.

“Toma um banho depois e veste isso. Você está fedendo a álcool”, sugeriu.

“Obrigado”, disse Matheus, ainda com um semblante entristecido.

Percebendo que ele já estava bem melhor, Denise se preparou para ir.

“Vai aonde?”, ele perguntou, como se quisesse ter certeza.

“Vou pro meu bico.”

Trabalhar de dia rendia pouco, e Denise não queria desperdiçar tempo.

“Você trabalha à noite e ainda tem bico de dia? Não vai descansar nunca? Larga isso. Eu já disse que te dou o dinheiro que eu ganhar”, falou Matheus, com sinceridade.

“Não. Eu não quero depender de ninguém.”

E sem dar chance para réplicas, Denise saiu do quarto, ignorando as palavras dele.

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