Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 228

Cecilia estava na entrada do pátio, sua mente agitada com pensamentos. As palavras de Miranda plantaram uma semente de dúvida dentro dela, e, apesar de seu melhor juízo, sentiu-se atraída para o pátio, compelida a descobrir qual segredo estava oculto.

O pátio era imaculado, com o doce perfume de uma árvore de osmanthus permeando o ar. Esse aroma despertou algo profundo dentro dela, uma sensação de familiaridade que não conseguia identificar, a moça sabia que já estivera ali antes, mas as memórias estavam enterradas, perdidas com o passar do tempo.

À medida que caminhava mais para dentro do pátio, seu olhar caiu sobre uma casa de madeira vermelha, escondida entre a vegetação. Passo a passo, se aproximou da casa, seu coração acelerado, logo estendeu a mão e empurrou a porta de madeira.

Creeeek!

A porta rangeu ao se abrir lentamente, revelando o interior. Todos os móveis estavam cobertos por lençóis, como se escondessem algo à vista, ocultando segredos que o tempo havia esquecido.

O coração de Cecilia disparou com uma mistura de curiosidade e apreensão. O que exatamente Miranda queria que eu visse?

Ela levantou um dos lençóis, revelando os móveis por baixo. Ao fazer isso, um pequeno objeto caiu no chão com um tilintar.

Assustada, se abaixou para pegar o objeto, um porta-retratos. Quando viu a imagem dentro dele, congelou em choque.

A foto mostrava um grupo de duas crianças idênticas de pé lado a lado. Um dos meninos tinha uma expressão fria e distante, enquanto o outro tinha os olhos curvados em um sorriso caloroso.

No canto inferior da fotografia, havia uma linha de texto que dizia: Irmão mais velho, Nathaniel, irmão mais novo, Nicholas.

Nathaniel... e Nicholas.

O fôlego de Cecilia parou na garganta. Uma súbita sensação de inquietação a invadiu, uma sensação inexplicável de pavor.

Ela rapidamente começou a puxar os outros lençóis, descobrindo mais fotografias escondidas por baixo. Cada uma era uma variação do mesmo tema, fotos de grupo dos dois irmãos, mas não apenas da infância. Algumas fotos eram de sua juventude também.

Como pude me enganar todos esses anos? Mas desde o começo, foi Nathaniel que eu sempre amei. Como pude estar tão errada?

Por que nunca soube que ele tinha um irmão gêmeo?

O frio no ar pouco ajudava a acalmar seus pensamentos acelerados enquanto se apressava em direção ao local do banquete, sua mente um turbilhão de confusão e dúvida.

Não muito longe, no segundo andar da casa, Miranda estava na varanda, um copo de vinho tinto na mão, um leve sorriso satisfeito brincando em seus lábios. “Parece que meu palpite estava correto”, murmurou para si mesma, deixando o copo de lado antes de se dirigir para a festa.

No banquete, a atmosfera era de harmonia e celebração, o tilintar de copos e o zumbido das conversas preenchendo o ar.

Mas tudo mudou quando Cecilia apareceu. Seu cabelo desgrenhado, as roupas encharcadas e a expressão de desespero em seu rosto atraíram todos os olhares.

No meio da multidão agitada, Nathaniel a notou imediatamente. Seus olhos escuros se estreitaram enquanto colocava o copo de vinho para baixo e rapidamente se dirigia até ela. A irritação era clara em sua voz ao perguntar: “O que você está fazendo aqui?”

Cecilia o olhou, seus olhos buscando o rosto dele em busca de qualquer sinal da verdade. Mas o homem diante dela não se parecia com o Nathaniel que ela conhecera na infância. Um véu de lágrimas embaçou sua visão enquanto gaguejava: “Eu preciso te perguntar uma coisa.”