Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 703

“Mas, se você realmente não tem muito tempo de vida, não vou ficar de braços cruzados e te ver morrer, porque é minha mãe biológica”, acrescentou Cecilia.

Olhando para a agora poderosa mulher à sua frente, Paula zombou: “Sua garota estúpida, não se empolgue só porque Nathaniel está cego e te deu algum dinheiro. Não vou morrer. Cassandra é muito melhor do que você jamais será. Com ela ao meu lado, a vida tem sido maravilhosa. Eu estava apenas te testando, e agora está mostrando quem realmente é, não é mesmo? Não passa de um ingrata...”

A falação de sempre, mas a jovem não caiu na dela, voltou para a mansão e, junto com o filho, iniciou os preparativos do memorial.

Após o discurso, Paula começou a sentir dores na parte inferior do abdômen e um pouco de sangue começou a correr e manchar suas calças.

A faxineira notou que havia algo errado e perguntou: “Você está bem?”

A mulher já sentia tanta dor que sequer conseguia falar, de modo que a outra correu para dentro em busca de Cecilia, que enrijeceu por um momento quando foi informada, mas decidiu não sair e pediu: “Peça aos seguranças para levarem-na para o hospital.”

“Tudo bem.”

Eduardo ajudava a colher vegetais quando a olhou e disse: “Mamãe, se está preocupada com a vovó, devia ir ver como ela está.”

Conhecia seu coração mole.

Cecilia, porém, fez que não com a cabeça. Não sabia como explicar o conflito entre elas ao filho, por isso optou por uma descrição simplificada.

“Quero compartilhar algo com você”, começou. “É normal que as pessoas digam que devemos cuidar daqueles que nos criaram quando forem velhinhos, mas se eu tivesse engravidado de você e não tivesse te criado, não ia esperar que fizesse isso por mim.”

O menino assentiu e disse: “Então, se a vovó não é legal com você, esqueça ela.”

Cecilia não falou mais e o abraçou.

A verdade era que houve um tempo em que considerou cuidar de sua mãe quando ela envelhecesse, mas suas ações a decepcionaram.

“Tudo bem.”

Depois de desligar, virou-se para o filho e disse: “Espere por mim aqui, querido. Preciso sair e tratar de alguns assuntos.”

“Tudo bem”, assentiu o menino, que, preocupado, seguiu-a discretamente.

Cecilia instruiu ao motorista para ir ao hospital e, no caminho, ligou para Cassandra, que atendeu e disse: “Cecilia? O que é?”

“Paula está no pronto-socorro. Não vai vê-la?”, perguntou.

“Você fala como seu eu fosse filha única. Ela não é sua mãe também? Se você não vai, por que eu iria?”

Continuava chateada por ela ter recusado o divórcio.