Doce Vingança de Lúmina: A Filha Perdida da Família Santos romance Capítulo 1

Cidade S.

Num pequeno quintal de uma comunidade no coração da cidade.

Na entrada do quintal, estacionava um carro de luxo.

Dentro do veículo, um homem vestia um terno sob medida de altíssimo padrão. Seu rosto mostrava impaciência. Ergueu o braço, conferiu o relógio sofisticado no pulso, franziu o cenho, empurrou a porta e desceu do carro, caminhando rumo ao interior do quintal.

No quintal, Maria Luíza Santos vestia roupas simples e baratas. Com uma enxada nos ombros, revirava a terra de um canteiro onde cresciam ervas estranhas.

Miguel Santos se aproximou a passos largos, o rosto marcado por irritação, e perguntou com voz grave:

— O que você está fazendo?

Maria Luíza Santos levantou a cabeça, lançou um olhar a Miguel Santos e respondeu:

— Plantando. Algum problema?

— Esperei você lá fora por duas horas e tudo o que faz é mexer nessas porcarias? — Miguel Santos crispou a testa, a expressão já severa se tornando ainda mais carregada. — Você sabe muito bem que é da família Santos.

Maria Luíza Santos continuou trabalhando, sem pressa, e perguntou:

— E daí?

— E daí?! — Miguel Santos quase riu de indignação. — Esse tipo de coisa não condiz com sua posição. Pare com isso. E mais, eu deixei de lado um projeto de milhões para vir buscá-la. É melhor não fazer eu perder meu tempo.

Finalmente, Maria Luíza Santos parou, ergueu o olhar e encostou os olhos nos de Miguel Santos, em silêncio.

— Maria Luíza Santos, entenda de uma vez: a família Santos não é aquele clube onde você cresceu. Tudo o que aprendeu com Dona Rosa, esqueça. E não pense que só por ser minha irmã pode se achar. O fato de compartilharmos sangue não significa que eu tenha que aceitá-la.

O tom de Miguel Santos era duro, como se falasse com um funcionário da empresa, sem um pingo da alegria de quem reencontra a irmã. Pelo contrário, parecia até achar graça na situação.

Afinal, a irmã que a família criara por dezenove anos não era de fato do sangue deles, e sim essa garota criada por uma mulher de um clube noturno.

Quando souberam disso, a família Santos foi tomada por um verdadeiro terremoto.

Ninguém aceitava o fato de que a irmã biológica fora criada por uma mulher daquele ambiente.

Pior ainda: as informações apuradas mostravam que Maria Luíza Santos fora expulsa da escola ainda no ensino médio, por motivos não esclarecidos — o que só alimentava as suspeitas de que ela não tinha feito nada de bom.

O próprio quintal em questão, por conta de quem a criou, era frequentado por vários homens.

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