Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 117

Ella

Quando Sinclair e Hugo finalmente saíram para a sede da alcateia, Henry e eu nos mudamos para a nossa sala de estar favorita, voltando ao quebra-cabeça que começamos a resolver juntos no início daquela semana. Sentada em frente ao lobo mais velho, fingi examinar as peças espalhadas do quebra-cabeça em busca de combinações, enquanto dava uma olhadinha nele. "Então, o que você acha disso tudo?" perguntei curiosa. "Lydia e o Príncipe?"

Henry fez uma careta. "Eu nunca gostei daquela mulher. Mas tentar argumentar com jovens Alfas teimosos convencidos de que encontraram sua companheira é como bater a cabeça contra a parede." Ele me ofereceu um sorriso carinhoso. "Você verá em breve. Você pode fazer tudo ao seu alcance para tentar ensinar aos seus filhotes as lições importantes e prepará-los para o mundo real, mas no final do dia você tem que deixá-los cometer seus próprios erros, é a única maneira de eles aprenderem."

"Isso algum dia dói menos? Ou fica mais fácil assistir a eles seguirem pelo caminho errado?" perguntei suavemente.

"Nem um pouco." Henry compartilhou de forma sombria. No entanto, apesar de sua expressão triste, seus olhos brilharam quando ele olhou para mim. "Felizmente, isso não parece ser um problema para mim agora. Lydia está fora de cena, meus meninos são amigos novamente pela primeira vez desde que perderam a mãe, e Dominic está a caminho de se tornar Rei."

"Dominic acabou de me contar como sua mãe morreu, esta manhã." Confessei, cobrindo a mão enrugada do velho lobo. "Sinto muito que você tenha passado por isso. Deve ter sido terrível para você ficar sozinho com uma alcateia para governar e dois meninos pequenos para criar, em meio a toda a sua tristeza."

Ele assentiu, "Olhando para trás, não faço ideia de como sobrevivi. A tristeza quase me destruiu... e tenho vergonha de dizer que deixei isso destruir o relacionamento de Dominic e Roger." Henry suspirou. "Eu nem sempre fui o melhor pai, mas posso dizer agora que foi muito mais fácil ser um quando eu tinha minha companheira."

Eu sabia o que ele queria dizer. Quando pensei que ia trazer o meu bebê ao mundo sozinha, estava aterrorizada. Poucas pessoas que planejavam ter filhos esperavam acabar sozinhas com a responsabilidade, e embora eu tivesse sido uma de poucas raras, certamente não foi por escolha. Eu estava emocionada por finalmente conseguir, mas os riscos pareciam mil vezes maiores sem um parceiro. Ainda tinha medo, é claro, mas era muito melhor fazer parte de uma família. Eu sabia que enquanto Sinclair estivesse vivo, sempre teria alguém em quem me apoiar e meu filhote teria dois pais amorosos para guiá-lo pelo mundo.

"Nunca teria acreditado que poderia fazer isso sem ela, e estou orgulhoso por ter conseguido..." Henry continuou, sua boca tremendo. "Mas nunca vou parar de ser assombrado pelo conhecimento de que o pai errado morreu... eles teriam sido muito melhores se Juliet estivesse aqui no meu lugar."

"Por favor, não diga isso." Implorei, sentindo lágrimas nos meus olhos pela segunda vez em poucas horas.

"Por quê? É verdade." Henry deu de ombros, seus olhos escuros brilhando. "Não adianta negar ou deixar o ego atrapalhar. Você também vai perceber isso, nada te humilha como ser pai."

Minha mente buscou por um argumento, não porque eu queira invalidar seus sentimentos, mas porque sabia em meu coração que perder qualquer pai nunca era a resposta. "Dominic já te contou sobre sua última conversa com Juliet?" finalmente perguntei, "antes do incêndio começar, antes de tudo dar errado?"

Henry pensou por um momento, "Não, pelo que me lembro."

Devagar, sendo cuidadosa para acertar os detalhes, repeti a história que Sinclair compartilhou comigo naquela manhã. "A mãe de Dominic deu a ele permissão para ignorar o que a sociedade ditava," resumi no final. "Mas ele já tinha o exemplo que você proporcionou para guiá-lo. Ele tinha apenas seis anos, e talvez sempre se lembrasse dessas palavras porque foram as últimas dela, mas ele as viveu por sua causa. Ele é o Alfa que é hoje por sua causa. Porque você mostrou a ele todos os dias como agir."

"Você sabia que tudo isso aconteceu bem aqui?" Henry pergunteiu pensativo, sua expressão distante enquanto olhava ao redor da sala. "Eu mudei os meninos para uma nova casa depois do incêndio. Mas quando Dominic cresceu e fez fortuna, ele reconstruiu a mansão original em homenagem a ela."

"Eu não sabia," admiti, olhando ao redor da enorme mansão. "Sempre foi tão grandiosa assim?"

Henry riu. "Era ainda mais grandiosa na minha época, Dominic não é o único que se deu bem, sabe."

"Eu sei." Eu ri, pegando uma peça de quebra-cabeça aleatória que surgiu diante de mim. "Mas acho que nos distraímos. Eu estava te perguntando sobre Lydia."

"Querida, quando você tem o dia todo, as distrações são uma bênção, não uma maldição", aconselhou Henry calorosamente, acariciando os braços de sua cadeira de rodas. "No primeiro ano em que estive nesta cadeira, eu teria implorado por uma linda jovem loba para me distrair da monotonia."

"E agora sinto que você pode estar me distraindo de propósito", comentei de maneira astuta.