Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 894

Eu gemo, minhas mãos firmemente segurando o poste de madeira da cama, enquanto Pippa puxa com força as cordas do meu espartilho. -Pippa,- eu ofego, tentando olhar para ela por cima do meu ombro, -você tem certeza de que isso é necessário? Já tenho uma cintura bem pequena...

-Sinto muito, Ariel,- diz Pippa, as cordas tão apertadas em suas mãos que seus dedos estão vermelhos e brancos. -Ordens de Gabriel. Ele disse que quer você bem vestida na altura da moda e...- ela dá de ombros, olhando para baixo para minha elaborada roupa íntima, implicando que isso é realmente necessário.

Suspiro e assinto, sabendo que não é culpa dela, e viro, deixando Pippa continuar.

Quando ela finalmente amarra as cordas e eu fico em pé, passando as mãos sobre o espartilho, fico meio... chocada com a estranha nova forma que meu corpo foi transformado. Minha cintura está tão pequena, e há todo tipo de acolchoamento ridículo costurado sobre meus seios e minha bunda. Deus, pareço... uma estranha fantasia de mulher toda coberta de tecido. Não uma garota real.

O que, suponho, é o ponto.

-Pronta?- Pergunta Pippa, ofegante um pouco enquanto carrega metros e metros de seda azul-cinza em minha direção.

-Tudo isso?- Pergunto, apontando para ela com os olhos arregalados. -É um vestido só!?

Ela ri um pouco, sorrindo para mim, e assente.

-Oh, céus,- murmuro, abaixando-me obedientemente e deixando Pippa levantar todo o conjunto sobre minha cabeça para se drapejar sobre meu corpo. Então ela começa a trabalhar com todos os botões e zíperes e laços e fitas, me deixando toda arrumada.

Me olho no espelho enquanto ela faz isso, me perguntando sobre mim mesma, a mudança que minha vida tomou. Tenho me vestido como um menino há meses agora, Ari se tornando parte da minha identidade. E nem Jackson nem Luca reclamaram uma vez em me ver sem maquiagem, e de calças, meu cabelo desarrumadamente preso sob um boné preto o dia todo.

Quer dizer, eles também tinham gostado de me ver vestida como uma garota. Mas tive a impressão com ambos de que... simplesmente nunca importou como eu parecia.

Mas com Gabriel? Claramente... ele se importa.

-Como está, amor?- Pergunta Pippa, sua voz suave. -Eu sei que você ficou na cama o dia todo. Está... bem? Tem alguma pergunta que eu possa responder, talvez para melhorar as coisas?- Viro a cabeça para olhar em seu rosto, não realmente surpresa ao ver verdadeira preocupação ali. Seja qual for suas motivações, não acho que Elias tenha realmente mentido sobre Pippa ser a essência da bondade. Ela parece ser genuinamente gentil o tempo todo.

Suspiro, encolhendo os ombros um pouco, hesitando. Mas então me permito perguntar, realmente curiosa e precisando de informações. -Ele é sempre assim?- Sussurro.

Pippa intui instantaneamente sobre quem estou falando. -Ele não costumava ser,- ela sussurra com uma careta, como se estivesse ciente de que essa notícia não faz nada para suavizar o significado implícito em suas palavras: sim, ele é assim o tempo todo.

Suspiro, me conformando com a ideia de que meu novo companheiro é meio um pesadelo.

-Bem,- pergunto, meu rosto se contorcendo em confusão. -Quando ele... começou a ser assim? E por quê?

-Tudo começou há quatro ou cinco anos,- Pippa murmura, trabalhando duro na linha de botões que descem pelas minhas costas. A observo no espelho, prestando muita atenção em sua expressão. -Quando ele...

Ela suspira, no entanto, e balança a cabeça, como se decidisse que não é o lugar certo para começar.

-Quando éramos crianças,- Pippa diz, começando de novo, -os três éramos muito próximos. Nossas mães eram melhores amigas, o que explica a rara instância de uma menina mais nova estar tão frequentemente na companhia de dois meninos mais velhos.

-Quão mais nova você é?- Murmuro, curiosa.

-Cerca de três anos mais nova que Elias,- ela diz, quase passiva enquanto se concentra em meu vestido.