Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 151

Ella

A jornada para os territórios escondidos, foi rápida assim que chegamos à costa.

Embarcamos em um pequeno avião e sobrevoamos aos céus em alta velocidade, juro que Sinclair não relaxou até estarmos voando a 30.000 pés. Eu não percebi o quão tenso ele estava, mesmo depois de deixarmos o Vale da Lua, até estarmos fora de perigo, seus músculos finalmente relaxarem.

O voo durou mais de seis horas, embora eu tenha cochilado a maior parte do caminho. Quando finalmente pousamos, Sinclair gentilmente desembaraçou nossos corpos, o que instantaneamente me despertou. Eu emito um gemido sonolento, olhando para ele sonolentamente.

Chegamos?

Sim! — Ele confirma, se inclinando para acariciar minha bochecha. — Mas fique aqui até eu ter certeza de que é seguro, ok!

Sem dizer mais nenhuma palavra, ele desaparece pela porta com seus homens, descendo a pequena escada que leva à pista. Eu me levanto, me movendo para as janelas para olhar para fora. Minha primeira visão dos territórios escondidos tira o meu fôlego; o horizonte é dominado por um lago cintilante, enquadrado pelas imponentes montanhas cobertas de neve. No centro do lago, parecendo flutuar na água, há uma cidade opulenta que só é visível em certos ângulos. O resto do tempo parece ser apenas uma bola de luz.

Ansiosa para sair e explorar, rapidamente avisto meu companheiro, rondando a área com Hugo e nossos guardas para garantir que nenhum perigo esteja escondido à espreita. Ao longe, também consigo ver uma fila de carros brilhantes nos esperando, e reviro os olhos. Lobos superprotetores.

Eu saio do avião e respiro o ar estrangeiro, meus sentidos recém-despertados sendo atacados por cheiros estranhos e desconhecidos. Eu seguro minha barriga em meus braços, sentindo uma onda de curiosidade do meu filhote. Rafe pode não saber o que está acontecendo, mas ele sabe que estou cheia de interesse.

Você está pronto, meu querido? — Eu pergunto a ele. — Vamos embarcar em uma aventura. Ele se agita em meu útero, e me sinto completamente encorajada.

Eu nem chego ao final da plataforma antes de Sinclair se virar e me ver. Uma onda de desaprovação me atinge, e então sua voz soa em minha cabeça.

Eu disse para você ficar quieta!

O que, então você pode me proteger de todo esse ar fresco e das belas paisagens? — Eu respondo mentalmente com sarcasmo, dando o primeiro passo na escada.

Sinclair corre para o meu lado em um instante, me pegando no colo e rosnando profundamente em seu peito.

— Companheira travessa, você não tem ideia dos perigos que podem estar nos esperando.

Ah, como as cobras de banho que você uma vez me alertou?— Eu pergunto com ar de superioridade, achando impossível não sorrir com a lembrança.

Aquilo foi uma piada. Isso não é. — Sinclair faz uma careta. — Estamos em território desconhecido agora, literalmente. Não me peça para considerar sua segurança como garantida, porque eu não farei isso, Ella.

Em algum lugar temos que nos sentir seguros, Dominic. — Eu respondo gentilmente, acariciando sua mandíbula. — Senão, vamos enlouquecer de preocupação.

O único lugar em que eu sinto que você está segura, é quando está em meus braços. — Sinclair compartilha, e de repente eu entendo por que ele está sempre me tocando. Não é apenas por afeto, mas também por seu próprio conforto.

Então, o que diabos você estava fazendo me deixando sozinha em um avião? — Eu provoco, esfregando meu rosto contra seu pescoço.

Meu companheiro balança a cabeça com um ronronar indulgente.

Como nós já pensamos que você era humana, eu nunca vou entender. — Sinclair comenta ironicamente. — Apenas lobas conseguem ser tão insolentes e doces ao mesmo tempo.

Eu dou risadinha, enquanto ele me carrega pelos degraus, percebendo tardiamente que provavelmente deixamos para trás e fora de alcance os segredos do meu passado. Claro, pensamentos sobre meu passado só me fazem pensar na minha irmã,

— Quando Cora vai chegar?

Em breve. — Sinclair promete, beijando minha testa. — Eles estavam vindo da matilha das sombras.

Eu não preciso de mais explicações. Quando fugimos, seguimos caminhos diferentes por questão de segurança, e Roger, Henry e Cora foram para o leste enquanto nós fomos para o oeste. Faz sentido que os outros tenham tido uma jornada mais longa.

Enquanto Sinclair me carrega em direção à fila de carros, a porta traseira do veículo do meio se abre, e então um homem distinto emerge. Ele provavelmente tem cinco ou seis anos a mais que Sinclair, e assim uma década a mais do que eu, mas ele nos recebe com um sorriso largo e braços abertos.

— Dom!

Gabriel! — Sinclair responde, mostrando suas presas, mas sem mostrar agressão. Ele me coloca no chão apenas o suficiente para abraçar o outro homem, e em seguida me coloca rapidamente debaixo de seu braço. — Esta é minha companheira, Ella. Ella, este é o Rei Gabriel MontClair de Vanara.

Meus olhos se arregalam quando ouço que esse homem é da realeza, mas, por outro lado, meu companheiro também quase foi um rei. Eu estendo minha mão para ele dizendo

Prazer em conhecê-lo.

Gabriel envolve suas mãos em volta das minhas.

É uma honra. — Ele responde calorosamente, com uma parte sombria entrando em sua expressão, enquanto olha de um para o outro. — Sinto muito por tudo o que vocês passaram.

Por quê? Você não fez isso. —Eu digo, antes que eu possa pensar melhor.

A expressão terna de Gabriel se desfaz, e então ele joga a cabeça para trás rindo.

— É o que eu pensei.

Sinclair me dá o assento da janela no carro para que eu possa olhar para fora e admirar meu novo ambiente, me maravilhando com as incríveis terras que viram tudo o que eu acreditava saber sobre o mundo de cabeça para baixo. Sinclair já esteve aqui antes e está mais preocupado em discutir logística com o Rei, então ele simplesmente acaricia minha coluna enquanto viro todo o meu corpo para o vidro e olho maravilhada.

É surreal. Em algum momento, suponho que as pessoas tivessem que viajar para saber como o resto do mundo parecia, mas com a tecnologia moderna, pensei que já tinha visto fotos e vídeos de todos os cantos do nosso planeta. Agora estou aprendendo que estava muito errada.

O que você acha, encrenca? — Sinclair pergunta quando os Alfas param sua conversa.

Atualmente, estamos atravessando uma ponte espelhada que dá a sensação de estarmos dirigindo sobre a superfície do lago, e quanto mais nos aproximamos da cidade, percebo por que parecia brilhar: é uma cidade feita inteiramente de vidro. Isso me lembra das esculturas de gelo intricadas que vi em feiras de inverno, quando os artistas criam mundos inteiros com a substância bonita, mas impraticável.

— É incrível. — Respiro. — Nunca vi nada igual... Mas como isso é possível? Eu teria pensado que o vidro era muito frágil para estruturas tão complexas.

Ah, mas não é vidro. — O Rei Gabriel corrige com um sorriso irônico. — É um cristal raro encontrado apenas neste continente, chamado “Vanarium.” É mais resistente até do que diamantes e conduz energia para que a cidade se alimente sem a necessidade de combustíveis poluentes ou energias alternativas.

Incrível. — Murmuro.

O meu coração disparando quando finalmente entramos pelos portões da cidade. Os carros passam por ruas brilhantes e pacíficas, tão limpas que sinto que poderia comer no chão sem reclamar. Todas as pessoas se viram e acenam enquanto passamos, me pergunto se os veículos do Rei são diferentes o suficiente das pessoas comuns para serem tão óbvios. Fico surpresa ao ver alguns metamorfos em suas formas de lobo, que galopam ao lado do carro em forma de saudação. Todos parecem tão felizes, mas não consigo deixar de sentir que algo está faltando aqui.

Aqui não há florestas. — Percebo depois de um momento.

— Nem todos os lobos vivem em florestas.— Sinclair explica, — Cada matilha tem seu próprio elemento, os Vanarans tiram força da água e preferem espaços abertos.

Ah! — Me desanimo um pouco, e Sinclair me dá um aperto. — Não se preocupe, lobinha. Vamos encontrar algumas árvores para você brincar.

Na verdade, temos diferentes biomas montados ao redor da cidade para os lobos que imigram para cá de todo o mundo. E no palácio, podemos transformar seus quartos em um Vale da Lua em miniatura, se você quiser.

Onde fica o seu palácio? — Pergunto com interesse.

Gabriel me dá um sorriso largo e aponta para algo através do centro do para-brisa.

— Ali.

Sigo o meu olhar na direção do seu dedo e sinto minha mandíbula cair de espanto...