Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 161

Ella

Quando voltamos ao palácio, subo direto para o escritório que Sinclair tem usado como sua sala de guerra. Claro, havia uma sala de guerra em sua mansão de volta para casa também, mas aquela era para a campanha, esta é apenas muito literal.

Quando entro no espaço tenso, encontro meu companheiro de pé sobre um grande diorama do continente, um modelo em escala dos territórios, terrenos e cidades de nossa terra natal. Pequenas figuras estão espalhadas por toda a reprodução realista, formando exércitos, grupos de civis, bandidos e refugiados. Um grupo de guerreiros cerca a mesa que sustenta o mundo em miniatura, ouvindo enquanto Hugo faz o briefing da noite.

Nossos espiões relatam que, apesar de suas alianças durante a campanha, os exércitos de Damon agora se voltaram contra as forças rebeldes nos territórios neutros. Aparentemente, sua conquista das matilhas unidas é completa o suficiente para que ele possa direcionar sua atenção para outras ameaças, e ele não está hesitando em fazer isso — Hugo explica. — Qualquer resistência nas matilhas se escondeu por causa de sua repressão severa, e cada vez mais metamorfos estão tentando escapar. São principalmente aqueles que têm motivos para temer o Príncipe devido à política ou status na matilha, mas outros fogem apenas por causa da perda de seus lares e entes queridos. As pessoas reconhecem que qualquer futuro sob o domínio de Damon está fadado a ser sombrio, então estão partindo ao invés disso.

Não consigo acreditar que ele tenha feito tanto em tão pouco tempo. — Um dos guerreiros comenta. Reconheço o homem como o terceiro de Sinclair agora que Gabriel se foi, mas não consigo lembrar seu nome. Philippe? Phelan? Phineas?

Em relação ao seu ponto, Philippe, Damon tem se movido muito rapidamente. Ele não apenas foi atrás do conselho dos Alfas e seus betas, ele também tem eliminado os anciãos de cada matilha, além de qualquer lobo que possa ser forte o suficiente para reivindicar o posto de Alfa. Ele eliminou toda e qualquer competição, criando um vácuo de poder em todos os lugares, exceto no trono. Não é nada novo em termos de autoritarismo, mas é malditamente eficaz.

Nós sabemos se algum dos anciãos sobreviveu? — Sinclair pergunta, com seu belo rosto torcido em uma careta.

Se eles sobreviveram, estão se escondendo ou tentando escapar. — Hugo suspira. — Essencialmente, qualquer um que poderia ter nos ajudado ficou em silêncio por medo de ser detectado, e com razão.

Então basicamente estamos por nossa conta. — Sinclair avalia gravemente, — Mesmo que possamos conseguir algumas alianças em Vanara, provavelmente estaremos indo às cegas, quando voltarmos para casa.

Sinto uma pontada de profunda simpatia por meu companheiro, que aparentemente enviei através do vínculo, porque assim que processamos o sentimento, a cabeça de Sinclair se vira em direção à porta, seus olhos procurando. Percebo que ele estava tão focado na tarefa em mãos que nem percebeu que tínhamos entrado, e tento não me sentir magoada. Como posso culpá-lo por estar tão preocupado com tudo isso?

Se escondendo de mim, encrenca? — Sua voz soa em minha cabeça, e imediatamente entendo por que ele pode suspeitar disso.

Estou parada atrás de Roger e Gabriel, completamente fora de vista. Também há um ventilador bem em frente a nós, soprando nossos cheiros pelo corredor em vez de permitir que eles se espalhem pelo pequeno espaço.

— Claro que não. — Respondo, desejando poder me aninhar em seus braços — Acabamos de voltar.

Qualquer dúvida que eu tivesse sobre meu lugar entre as prioridades de Sinclair desaparece, quando a reunião para por causa da nossa troca de palavras, e no momento seguinte, seu olhar feroz ordena aos homens na minha frente que se movam para que eu possa passar.

Deslizo entre eles e tento não corar sob o olhar de tantos olhos lupinos, me aconchegando ao lado de Sinclair, enquanto ele me envolve com seu braço. Me sinto mais calma imediatamente, preenchida por seu calor e cercada por seu abraço musculoso.

Somente quando Sinclair vira meu rosto para cima e me beija sem sentido, a reunião continua. Fico um pouco surpresa que meu companheiro superprotetor esteja me permitindo fazer parte de um briefing tão estressante e perturbador, mas também estou grata. Preciso saber o que está acontecendo para ter paz de espírito e para poder apoiar meu companheiro. É certo que eu deva estar aqui.

Estaria mentindo se dissesse que os detalhes que aprendi não me pesam terrivelmente, mas logo Sinclair está me levando de volta para nossa suíte na floresta, e tudo o que posso fazer é segurar minha língua até estarmos sozinhos. Tenho tanto para contar a ele sobre minha visita aos refugiados, e mal posso esperar para levá-lo de volta ao acampamento.

É claro que meu companheiro parece ter pouco interesse em conversar quando finalmente estamos sozinhos. Em vez disso, ele me puxa para seus braços e coloca sua boca na minha com uma urgência que me assusta e me encanta

— Deusa, senti sua falta hoje. — Ele admite em meus pensamentos.— Meu lobo estava furioso por eu ter deixado você sair pela cidade sem mim.

Hmm, pense só o quão furioso ele ficaria se você saísse sozinho por Vanara e me deixasse aqui sozinha — Respondo com malícia, beliscando seu lábio inferior com meus dentes.

Sinclair rosna e mergulha sua língua entre meus lábios entreabertos, segurando meus quadris e me pressionando contra sua rigidez, me deixando sentir o quanto ele me deseja através do esforço físico, assim como através do nosso vínculo.

— Cuidado, lobinha — Ele avisa. —Se eu não soubesse melhor, pensaria que você está tentando me manipular.

Me arqueio contra ele, meu sangue aquecendo a uma fervura constante, enquanto ele extrai beijo após beijo de meus lábios.