Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 23

Ella

Devo ter ouvido errado. Ele não pode realmente querer dizer que ele quer que eu me mude para o quarto dele. Será que ele realmente acha que sou tão criança a ponto de precisar de vigilância constante?

"Mas foi apenas um sonho." Eu protesto, minha voz ainda trêmula, "Juro que não é grande coisa."

Sinclair ronrona novamente, e sinto minhas entranhas derretendo contra minha vontade. "Talvez seja, talvez não seja. Só quero que você durma tranquilamente." Antes que eu possa impedi-lo, ele me levanta em seus braços.

"Sinclair..." Ele me interrompe com um rosnado, e rapidamente me corrijo, "Dominic, isso realmente não é necessário. Eu consigo dormir sozinha."

"Tenho certeza de que consegue." Ele concorda. "Mas eu quero você perto."

"E quanto ao que eu quero?" As palavras escapam antes que eu possa detê-las, e Sinclair pausa, olhando para baixo para mim com um olhar avaliador.

"E o que você quer, Ella?" Ele pergunta roucamente, sua voz profunda reverberando pela minha espinha.

"Eu..." Abro a boca para dizer a ele que quero ficar sozinha, em meu próprio espaço e sem sua presença intimidadora. No entanto, de alguma forma, não consigo pronunciar as palavras. Por que é que não consigo me controlar para não falar quando não quero, e depois não consigo falar quando quero? O que esse homem está fazendo comigo?

Sinclair sorri. "Você sabe qual é o problema, não sabe?" Ele provoca, e só consigo balançar a cabeça em resposta. "Você não pode mentir para mim. O filhote está te tornando cada vez mais como uma loba, e lobos não podem mentir para seus Alfas, pelo menos não diretamente."

O ar parece evaporar dos meus pulmões, não posso mentir para ele? Meus olhos se arregalam quando percebo as implicações disso, e quero protestar que isso não é justo, as pessoas têm direito aos seus segredos! "Mas você não é meu Alfa." Finalmente protesto, minha voz soando muito pequena.

Sinclair arqueia uma sobrancelha. "Não sou?" Depois de um momento, ele continua em direção à porta, como se isso resolvesse a questão. Não sei por que não protesto mais - talvez porque ele já tenha tomado sua decisão, talvez porque eu realmente não queira que ele mude de ideia. Deixo que ele me leve para fora do quarto, corando quando vejo tantos guardas esperando do lado de fora. Todos esses homens me ouviram gritar como um bebê? Certamente eu não falei ou disse nada enquanto estava inconsciente?

"Você sempre tem tantos guardas de vigília à noite?" Eu gaguejo.

"Esse filhote é a coisa mais importante para mim, no mundo." Sinclair responde simplesmente. "Você pode esperar muitos guardas por perto a partir de agora."

Claro. Penso, tudo é pelo filhote. Eu sou apenas a hospedeira. Alguma vez serei algo mais?

Não preciso perguntar a Sinclair para saber a resposta - já é dolorosamente óbvio: Não. Em um mundo de seres misticamente poderosos como lobos, uma humana como eu nunca poderia ser nada além de uma preocupação secundária. A única razão pela qual ele está me aguentando é por causa da gravidez. E honestamente, a única razão pela qual estou aguentando ele é o nosso acordo... então por que dói tanto?

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Na manhã seguinte, acordo e encontro uma empregada colocando uma bandeja de serviço de quarto ao lado da minha cama, cheia de minhas comidas favoritas. A princípio, o cheiro de frutas e aveia faz meu estômago roncar, mas antes que eu possa levar uma colherada à boca, uma onda de náusea me domina. Corro para o banheiro e vomito, gemendo miseravelmente.

Quando finalmente termino com as alegrias da gravidez, volto para a cama de Sinclair, enorme e confortável. A comida que parecia tão apetitosa um momento atrás agora faz meu estômago revirar, mas percebo um bilhete dobrado na bandeja. Meu nome está escrito na frente com a caligrafia elegante que agora reconheço como sendo de Sinclair.

Ella,

Marquei uma entrevista para você esta manhã, com os principais veículos de notícias da região. Temos recebido muitos pedidos e o repórter prometeu que você só terá que responder às perguntas que eu aprovar. Me ligue se tiver alguma dúvida. Nos vemos esta noite.

Seu,

Dominic

Uma entrevista?! Nunca dei uma entrevista na minha vida! E isso nem será uma entrevista como eu mesma, será uma entrevista disfarçada, fingindo ser uma pessoa completamente diferente, uma espécie completamente diferente! Que tipo de perguntas eles vão fazer, o que diabos vou dizer a eles? O que vou vestir?

"Mas vocês não se conhecem há muito tempo, é isso mesmo?" pergunta o repórter.

"Sim", confirmo. "Mas quando é amor verdadeiro, não demora muito para o coração reconhecer sua alma gêmea. E então fomos abençoados com um filhote sem nem mesmo tentar."

"Alguns membros da alcateia podem estar preocupados que você venha de uma alcateia tão fraca e não tenha experiência em liderança", diz o repórter de forma direta. "Como você responderia aos medos deles?"

Essa era uma pergunta para a qual Sinclair não me havia preparado em nossas discussões anteriores sobre nossa cobertura. Decidimos o que diríamos às pessoas sobre como nos conhecemos, nada mais. "Eu diria que grandes líderes vêm de todos os tipos de origens e, na verdade, minhas origens humildes me dão uma compreensão das necessidades dos metamorfos comuns de uma maneira que uma criação aristocrática não daria. Estou em contato com o que as pessoas comuns querem e precisam, e posso falar por eles com empatia e compreensão, representando suas vozes em um fórum onde muitas vezes são deixados de fora."

O repórter arqueia as sobrancelhas e eu sei que o impressionei. Toma essa! penso triunfantemente. As pessoas sempre assumem que não tenho cérebro porque sou jovem e atraente, sem mencionar que escolhi trabalhar cuidando de crianças. Mas não sou tola, e espero que isso ajude os metamorfos a perceberem isso.

"E o que você acha que nossa sociedade mais precisa neste momento da história, qual é o maior problema que o futuro Rei e Rainha precisam enfrentar?" ele pergunta.

Navego pelas perguntas dele com mais ou menos dificuldade pelos próximos trinta minutos, me sentindo melhor com algumas respostas do que com outras, e rezando para não ter falado besteira. Acho que me saí bem, mas estou completamente exausta. No começo, parte de mim estava animada para fingir ser alguém além de mim mesma - quase como brincar de se vestir ou fazer de conta. No entanto, esse interesse inicial desapareceu muito rapidamente, quando percebi o quão estressante é estar constantemente atuando.

Eu sei como é construir muros ao meu redor, mas esta é a primeira vez que sou forçada a mentir descaradamente para as pessoas ao meu redor, tentando me passar por outra pessoa. De repente, a gravidade deste acordo que fiz me atinge. Se estou exausta agora, como vou me sentir quando estiver fazendo isso por meses? Anos? Será que consigo realmente fazer isso pelo resto da minha vida? O que acontecerá se a verdade vier à tona? O que as pessoas farão quando descobrirem que sou uma fraude?

Porque, percebo, é isso que sou. Isso não é apenas um jogo ou uma peça que estamos representando, estou enganando ativamente as pessoas. Estou fazendo campanha para ocupar um cargo público e mentindo a cada passo do caminho. Culpa e preocupação me assolam como uma onda, isso está errado! penso freneticamente. Preciso falar com Sinclair.