Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 25

Ella

Não é um encontro, não é um encontro, não é um encontro.

Tenho repetido o mesmo pensamento várias vezes. Eu sei que Sinclair está me levando para sair esta noite porque eu desmoronei completamente esta tarde. Ainda estou me culpando, totalmente envergonhada pela minha fraqueza e determinada a provar a ele que posso me superar. Passei a maior parte de uma hora escolhendo meu vestido para esta noite, acabando por decidir por um vestido preto que realça minha figura e me faz sentir forte e sexy, nada parecido com o meu eu habitual.

Envolvo um casaco de inverno pesado ao redor do meu corpo depois que os maquiadores e cabeleireiros de Sinclair terminam de me arrumar, calço um par de saltos altos e respiro fundo algumas vezes antes de descer as escadas. Sinclair está me esperando no final das escadas, seu olhar esmeralda percorrendo minhas pernas nuas e parando em meu casaco, como se ele estivesse tentado a desembrulhá-lo e ter uma prévia do que está por baixo. É incrível como ele consegue me fazer sentir superaquecida com apenas um olhar - ele já me viu nua, e não é como se houvesse algum sentimento verdadeiro por trás disso de qualquer maneira.

"Pronta?" Ele pergunta, sua voz profunda fazendo meu coração parar por alguns instantes.

Assinto timidamente e deixo que ele me guie para fora da porta com uma mão em minhas costas. No entanto, assim que dou um passo para fora, me vejo recuando para o abrigo protetor de Sinclair. Um mar de repórteres está reunido do lado de fora dos portões da propriedade, câmeras piscando e vozes elevadas em gritos para chamar nossa atenção. É exatamente como a cena que nos aguardava do lado de fora do palácio do rei, só que desta vez é uma terça-feira aleatória - no lugar que estou gradualmente começando a considerar como meu lar.

"Dominic?" Eu gaguejo.

"Está tudo bem", seus lábios roçam meu ouvido enquanto ele me abraça, "sua entrevista foi ao ar esta noite, é só isso. O feedback inicial indica que você foi um sucesso."

"Quer dizer que eles estão aqui por minha causa?" Sussurro, rezando para que eu consiga andar com graça em meus saltos e que Sinclair me segure se eu começar a cair de cara no chão.

"É isso mesmo." Ele sorri, acenando para os repórteres. "Se você estiver nervosa, respire fundo e lembre-se de que tudo acabará em poucos segundos."

Faço como ele aconselha e, com certeza, no próximo instante estou segura no banco de trás de sua limusine. "Você se acostuma com isso algum dia?" Pergunto trêmula.

"Não." Sinclair admite, "mas fica mais fácil."

"Então você vai me dizer para onde estamos indo, ou é outra surpresa?" Adivinho, tentando não parecer muito petulante.

"Desta vez vou te contar." Sinclair cede, em um tom que soa como se fosse um grande sacrifício. "Acho que você já teve um dia difícil o suficiente."

"Obrigada." Anoto de forma afetada, olhando para ele expectante.

O canto de sua boca se curva para cima. "É tão tentador."

"Dominic!" Exclamo exasperada.

Ele ri. "Ok, ok. Vamos a um pequeno restaurante francês que eu conheço, e depois iremos dançar em uma popular boate de metamorfos."

Me vejo praticamente explodindo de curiosidade. "A comida dos metamorfos é muito diferente da comida humana? Os metamorfos têm seus próprios estilos de dança?"

Sinclair sorri, e de repente desejo ter escolhido sentar ao lado dele, em vez de atravessar o carro. "Comemos mais carne vermelha do que os humanos - bifes mais malpassados também - mas fora isso não é tão diferente." Um ronronar baixo, entre um ronronar e um rosnado, soa em seu peito. "E nossa dança pode ser um pouco mais... sensual, mas não se preocupe, estou ansioso para te ensinar."

Oh Deus. Sua intensa concentração e tom fascinante fazem meu corpo se aquecer como uma fogueira, e tenho que apertar minhas coxas juntas para aliviar a súbita dor em seu centro. Não é um encontro de verdade, não é um encontro de verdade, não é um encontro de verdade.

Sinclair arqueia uma sobrancelha, "então é melhor você vir aqui para que eu possa te aquecer." Não era um pedido. Eu me levanto da cadeira e contorno a mesa, deslizando para o banco ao lado de Sinclair, enquanto ele sinaliza para a garçonete abaixar a temperatura da sala. Ele passa o braço ao redor de mim e ronrona de contentamento. "Pronto, muito melhor."

Talvez para ele, mas eu estou me contorcendo na cadeira, dolorosamente consciente da umidade se acumulando entre minhas pernas. Em retrospecto, nem consigo começar a entender a lógica circular que nos trouxe até aqui - mas não estou reclamando. Sinto-me segura estando tão perto de Sinclair, e as borboletas em meu estômago estão voando descontroladamente. Não é um encontro, não é um encontro, não é um encontro.

É claro que só piora à medida que a noite avança. Nosso jantar íntimo se transforma em ele me alimentando com a sobremesa, depois me guiando por uma pista de dança escura com nossos corpos pressionados um contra o outro, girando em passos desconhecidos e infinitamente sedutores. Não bebi uma gota de álcool devido à minha condição, mas me sinto completamente embriagada por Sinclair. A noite passa diante dos meus olhos, e eu me entrego ao meu desejo: meu mundo se reduz à sensação do corpo dele se movendo contra o meu, suas mãos deslizando sobre minha cintura e quadris.

Ainda bem que Sinclair é tão intimidador, senão eu poderia ter tentado avançar, e não tenho certeza se conseguiria sobreviver me envolvendo com esse lobo poderoso. Meu corpo pode querê-lo, mas quando meus sentidos retornarem, vou me lembrar de como somos completamente incompatíveis. Nunca poderíamos ficar juntos, e satisfazer meus desejos físicos só pode levar ao desastre.

Estou começando a suspeitar lentamente que Sinclair não é completamente imune a mim, mas sei que nunca poderia ser mais do que atração física da parte dele, e não sou o tipo de mulher que consegue lidar com sexo casual. Sei que vou me apaixonar mais cedo ou mais tarde, e então meu coração será partido. Sinclair nunca poderia me querer como algo além de uma distração divertida ou brinquedo e, mais importante, estou carregando o filho dele. Preciso ser capaz de me dar bem com ele pelo resto da minha vida, e sei que não sou o que ele quer.

Adormeço me revirando na cama, até que Sinclair perde a paciência e puxa meu corpo para perto do dele, me abraçando e ronronando até eu adormecer. Fomos dormir tarde, mas acordo quando ainda está escuro lá fora, um sentimento de apreensão inundando meu ser.

Algo está errado.

Há umidade entre minhas pernas, mas não é o desejo escorregadio que me atormentava antes. Eu alcanço e, quando retiro meus dedos novamente, eles estão manchados de sangue pegajoso e vermelho.

Tentando não entrar em pânico, sacudo Sinclair até acordá-lo. Ele resmunga e abre os olhos entreabertos, murmurando sonolento.

"Sinclair, algo está errado!" murmuro freneticamente. "Estou sangrando. Acho... acho que posso estar tendo um aborto espontâneo."