Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 252

Terceira Pessoa

Isabel passou a maior parte da cerimônia de acasalamento de Ella e Sinclair distraída.

O problema não era que ela não se sentisse extremamente feliz por seus novos amigos, era simplesmente que sua mente estava focada em outro lugar. E embora esse foco não estivesse muito distante, era completo. De fato, a atenção total de Isabel estava voltada para James, que estava sentado atrás das delegações Vanaran com Sadie pulando em seu colo. O cabelo escuro do piloto estava penteado para trás e sua mandíbula forte estava barbeada pela primeira vez. Ele preenchia seu paletó de jantar forrado de veludo tão completamente que Isabel temia que as costuras pudessem estourar, não ajudava que ela pudesse sentir seu cheiro tão claramente como se ele estivesse ao seu lado, como musgo de carvalho, âmbar e sal marinho... E algo mais que era exclusivamente James.

Enquanto o casal apaixonado trocava seus votos, o olhar de Isabel se alternava entre James e sua filha adotiva, transbordando de emoção não expressa. Ela estava cheia de uma saudade torturante de ir e estar com eles, e sua loba choramingando como um filhote em sua mente.

"Não é justo!" A canina frustrada se manifestou, incapaz de conter sua fúria enquanto Sinclair cravava suas presas na curva da garganta de Ella, provocando um gemido plangente da Lua, um gemido que fez o enorme Alfa rosnar com simpatia e desejo na mesma medida. O ciúme percorria as veias de Isabel enquanto ela observava o casal honrado lutando contra seus instintos para se unirem ali e agora, usando expressões embriagadas e emitindo uma energia selvagem enquanto lutavam pelo controle.

"Eu quero a marca de James." Sua loba exigiu pela centésima vez, instigada a reclamar novamente pela cerimônia íntima. "Por que você não me deixa tê-lo?"

"Ainda é cedo demais." Isabel insistiu, tentando fazer com que a canina sentisse a lógica de sua decisão, em vez do desejo agonizante que assaltava seus sentidos. Ao mesmo tempo, outra voz menor murmurava em algum lugar distante. "Por quê? Quanto tempo será suficiente? Quanto tempo você precisa ficar infeliz?"

"Você está bem?" Cora sussurrou, interpretando erroneamente a expressão dolorida da outra mulher enquanto se aproximava para sussurrar em seu ouvido. "Isso está trazendo memórias difíceis?"

Imediatamente, Isabel entendeu que a humana preocupada esperava que ela estivesse focada no passado, em sua própria cerimônia de acasalamento e vínculo com seu falecido marido. A loba conseguiu balançar a cabeça e desviar sua atenção de volta para Ella e Sinclair, mas a troca foi nada menos que desconcertante. Seu companheiro havia partido há pouco mais de um ano, e a morte de sua filha havia sido um golpe ainda mais recente. Certamente ela deveria estar pensando em sua verdadeira família agora... aquela que ela perdeu, não aquela que estava construindo.

Sua confusão, culpa e ciúme ameaçaram arrastá-la para baixo, então Isabel se sacudiu silenciosamente e afastou os pensamentos indesejados. Era tudo o que ela podia fazer para não deixar seu olhar voltar para James e Sadie até que a cerimônia terminasse e as multidões começassem a se deslocar para o banquete. Agora James se aproximava com um sorriso largo, o precioso pacote em seus braços fortes estendendo-se em direção a Isabel assim que ela chegou perto o suficiente.

"Você está incrível." As palavras de James aqueceram Isabel por dentro, o que, combinado com a súbita euforia de abraçar sua pequena garota, forçou um sorriso relutante no rosto da loba.

"Você não precisa dizer isso." Ela corou, abaixando timidamente o olhar para o chão.

"Oh, sim, eu preciso." James respondeu com firmeza, puxando seu queixo entre o polegar e o indicador. "Eu não acredito em mentiras ou em esconder a verdade, especialmente quando está estampada na cara de todos. Então, se eu digo que você está incrível, é porque você está tão maravilhosa que seria um crime não te dizer."

Isabel assentiu trêmula, ainda mantendo o olhar desviado e grata por poder usar Sadie como desculpa para sua covardia. Minha querida bode expiatório. Ela pensou, fazendo cócegas na barriga do bebê e recebendo um largo sorriso em resposta.

“Nossa filhote não era um bode expiatório.” Sua loba objetou calorosamente, abanando a cauda fofa com adoração enquanto estudava a doce criança. “Ela é um anjo.” A canina fez um esforço especial para garantir que Sadie pudesse sentir as ondas de amor através do vínculo delas, afastando o estresse e a inquietação de sua mãe.

O soldado a considerou por um longo momento, observando a forma como a lobinha se contorcia ansiosamente contra ele, tanto com emoções reprimidas quanto com necessidade física. "Tudo bem." Ele concordou, levando-a para fora da sala de baile. "O berçário?"

Isabel olhou para Sadie, lembrando-se da primeira vez que teve que deixar Sophie com uma babá, e se perguntando se seria mais ou menos doloroso agora. "Para deixar Sophie." Isabel engoliu em seco, escondendo o rosto nas sombras do corredor. "Então vamos para seus aposentos."

James parou no meio do corredor. "Isabel?"

Ela se virou, uma expressão de incerteza selvagem no rosto. "Por favor?" Ela perguntou, com a voz rouca. "Tenho negado minha loba por tanto tempo e você tem sido tão maravilhoso. Não sei por que continuo te afastando..." Isabel se interrompeu com um encolher de ombros impotente. "Quero dizer, eu sei... nós dois sabemos..., mas não quero mais me punir." Ela confessou, a voz diminuindo para pouco mais do que um sussurro enquanto lágrimas enchiam seus olhos. "Acho que é como a Ella diz, seguir em frente não significa esquecer o passado, apenas se libertar de se tornar seu prisioneiro."

James assentiu, franzindo os lábios e concordando. "Ela é uma loba esperta." Ele se aproximou, estendendo a mão para acariciar a cabeça macia de Sadie em sua enorme palma, antes de segurar a nuca de Isabel com a outra. "Mas tenho medo de não entender." Havia um brilho malicioso em seus olhos letais, que dizia a Isabel que ele estava brincando com ela agora, um predador que simplesmente não conseguia resistir a brincar com sua presa. "O que exatamente você está me pedindo, Isabel?"

"Estive aqui a noite toda, fervendo de ciúmes de Ella e Sinclair porque eles estão tão felizes e apaixonados." Isabel admitiu, envergonhada. "Apesar de toda a bondade deles comigo, ainda fico tão irritada por eles aproveitarem o que eu perdi." James fez um som de afeto, se aproximando. "E então me sinto horrível e culpada, e é apenas um ciclo vicioso... então hoje à noite percebi que a única pessoa exigindo que eu seja infeliz... sou eu..." Ela compartilhou, lágrimas escorrendo por suas bochechas em linhas perfeitas. "Ninguém mais está me dizendo que eu tenho que sofrer, que eu mereço ficar sozinha. As pessoas já me disseram isso antes, mas acho que eu não estava pronta para ouvir. Acho que precisava chegar a esse ponto por conta própria."

"Não quero mais ser infeliz, James." Isabel murmurou, fungando enquanto o grande lobo fazia o possível para apenas ouvir, em vez de tentar oferecer conforto ou consertar isso. "Não quero ficar sozinha... e não pude admitir isso até você aparecer. Você tornou isso... muito difícil continuar mentindo para mim mesma." Ela piscou, roendo nervosamente a parte interna da bochecha. "Estou apaixonada por você, por mais motivos do que posso contar." Concluiu com um pequeno encolher de ombros, enroscando os dedos no tecido da camisa dele para se firmar. "Quero que você me reivindique, James."