Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 254

Terceira Pessoa

"Bem, parece que você e eu éramos os únicos solteiros neste lugar", Cora comentou para Gabriel, observando Isabel e James em seu canto isolado da mesa de jantar. Felizmente, eles não eram tão óbvios sobre seu romance quanto sua irmã e Sinclair, que poderiam facilmente escandalizar alguém se o casal não percebesse que tinham uma plateia. Isabel e James, por outro lado, estavam juntos há quase uma hora, próximos, mas sem realmente se tocarem. Na verdade, não era a proximidade deles que os entregava, era o foco intenso que tinham um no outro, sem falar ou olhar para mais ninguém. Era como se fossem as únicas duas pessoas no mundo.

Cora sentiu uma pontada de ciúme e imediatamente a afastou, envergonhada pela emoção feia. Em vez disso, tentou se concentrar na conversa com o rei. "Desculpe-me, mas estou namorando um lobo muito bonito chamado Thomas", respondeu Gabriel, sem parecer nem um pouco incomodado com sua suposição.

"Oh." Cora franziu a testa, claramente desapontada ao descobrir que até mesmo o rei Vanaran fazia parte de um casal agora. "Desculpe, não deveria ter presumido", ela se desculpou com sinceridade, mesmo que perguntas surgissem em sua mente. Especificamente, quando ela se tornara tão sentimental a ponto de a visão de um casal feliz fazer seu coração transbordar de desejo? E saber sobre outro casal poderia fazê-la ferver de inveja?

"Está tudo bem", Gabriel a tranquilizou. "É intencional. Prefiro deixar as pessoas adivinharem sobre minha vida amorosa."

Cora se concentrou o suficiente para resmungar em simpatia: "Sim, imagino que haja cerca de cem opiniões demais sobre esse assunto em particular."

"Você pode dizer isso de novo", Gabriel riu, dando um gole em seu vinho. Então, uma expressão travessa apareceu em seu rosto na forma de um sorriso pequeno e secreto, como se estivesse prestes a admitir algo que não deveria. "Está indo bem, porém. Espero torná-lo oficial em breve."

Cora se forçou a sorrir. "Parabéns!" Tornar um relacionamento oficial no mundo dos metamorfos significava uma reivindicação formal, outra cerimônia de acasalamento. Ela tentou esconder a dor repentina e inexplicável que a consumia por dentro, se perguntando silenciosamente se estava enlouquecendo... ou talvez prestes a menstruar. Ela nunca esteve tão de mau humor e não conseguia entender isso.

"Obrigado, mas se acontecer, será depois da guerra", respondeu Gabriel, visivelmente diminuindo suas próprias esperanças em favor de expectativas realistas.

"Você tem certeza?" Cora perguntou, indicando com a cabeça James e Isabel. "Talvez eles tenham a ideia certa, de formar o vínculo enquanto ainda podem."

Era a última noite deles em Vanara, seja viajando para as ilhas Altaran para encontrar a mãe de Ella, ou voltando para o continente com Sinclair para enfrentar Damon. De qualquer forma, todos eles estariam separados até amanhã... e as despedidas durante tempos de guerra eram as piores de todas. Cora sabia que nunca havia garantias na vida, e ela especialmente conhecia o preço das lutas em casa. De repente, uma imagem surgiu em sua mente, uma visão sangrenta da sala de cirurgia da tarde, de um combatente da resistência que não conseguiram salvar. Apenas em sua mente, era o rosto de Roger naquele corpo sem vida, em vez do estranho que ela não conseguiu salvar.

"Cora, você está bem?" Gabriel perguntou de repente, preocupação tomando conta dele enquanto lágrimas surgiam nos cílios da humana.

"Estou bem", ela o tranquilizou com um sorriso totalmente convincente. "Só preciso de um momento. Um pouco de ar fresco." Ela ofegou, empurrando a cadeira para trás. Ela encontrou o olhar preocupado de Ella e balançou a cabeça para garantir que sua irmã não a seguisse. Infelizmente, não havia nada que pudesse fazer para impedir Roger de segui-la.

Cora se moveu rigidamente em direção às portas da varanda, fugindo para o terraço. Os jardins ainda estavam decorados da noite anterior, embora estivessem muito mais silenciosos agora. Os cortesãos e delegações, todos os refugiados dispostos e capazes de lutar, estavam em casa se preparando para a guerra. Aqueles que não estavam, estavam de volta à sala de jantar tentando aproveitar o tempo limitado que tinham juntos. Cora desceu pelo labirinto de plantas, inspirando grandes goles de ar enquanto sua consciência narrava cruelmente a cena: “E esta noite todos eles irão para seus quartos, se abraçarão com força e farão amor doce e apaixonado, e eu estarei aqui... olhando para uma maldita folha.”

Cora fez uma careta e se sacudiu levemente. "Pare com isso!" Ela se repreendeu. "Você está sendo mimada. Não é culpa deles serem felizes."

"Falando sozinha, humanazinha?" Uma voz familiar e irritantemente profunda soou atrás dela.

Cora se assustou, girando para encarar Roger com raiva. "Você sabe de onde eu venho, é rude perseguir mulheres sozinhas na escuridão e escutar suas conversas privadas."