Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 258

POV: Ella

"Você não é minha mãe?" Sussurrei, minha voz extremamente baixa.

Olhando para Reina, tudo fez sentido. Ela era alta e esbelta, com cabelos pretos, pele oliva e olhos escuros, praticamente o oposto de mim. Eu me lembrava de Henry me dizendo que não me parecia com ela ou Xavier, então devia levar após a Deusa, mas não entendia verdadeiramente o quão grande era a dissimilaridade até aquele momento. Agora parecia uma pergunta boba; é claro que ela não era minha mãe. Como ela poderia ser?

O peso das minhas esperanças frustradas me atingiu de todas as direções, como se elas não estivessem simplesmente caindo de cima, mas se fechando ao meu redor, sufocando e estrangulando. Todos estavam me observando com a mesma expressão de simpatia: Reina, os sacerdotes e Roger. Apenas Cora se recusava a ter pena de mim, optando por lançar um olhar mortal para nossos anfitriões por me deixarem chateada.

"Ella, por favor, sente-se," Reina implorou, me puxando de volta para perto do fogo. "Se você ouvir, explicaremos tudo."

"Ok." Consegui pronunciar fracamente, retomando meu assento. "Explique."

Reina juntou as mãos no colo, respirando fundo. "Quando me casei com Xavier, tinha toda a minha vida planejada. Eu terminaria a escola, esperaria um ano ou dois antes de tentar ter filhotes, talvez trabalhasse um pouco. No geral, eu esperava passar os primeiros anos da minha união aprendendo a ser uma rainha e me preparando para ascender ao trono em mais uma década ou algo assim. Então, o pai de Xavier morreu de repente e inesperadamente, e todos os meus planos desmoronaram. Fomos coroados quando eu tinha apenas 22 anos."

Ela fez uma pausa para tomar um gole de chá, embora o sabor fosse doce, seus lábios formaram uma careta. "Xavier e eu escolhemos um ao outro. Ele rejeitou sua companheira destinada e todos os planos de casamento arranjado de seus pais, tudo por minha causa. Na época, era romântico, eu me sentia como se estivesse vivendo um conto de fadas. E então as coisas mudaram... ou talvez o problema seja que elas não mudaram." Seus olhos caíram para minha barriga grávida, e o músculo de sua bochecha tremeu. "Tive meia dúzia de abortos espontâneos antes que os médicos me dissessem para parar de tentar... eles disseram que eu me mataria se continuasse."

Minhas bochechas estavam molhadas, como se suas palavras tivessem acionado um interruptor em meu cérebro e aberto a comporta. "Sinto muito," murmurei. "Eu sei como é lutar contra a infertilidade, mas eu nunca... sinto muito mesmo."

"Não precisa se desculpar." Reina franziu os lábios, e me perguntei se ela realmente queria dizer isso. "Você não estaria aqui se eu tivesse conseguido conceber, e todos nós estaríamos piores por isso."

"Ainda assim, sinto muito," repeti, querendo abraçá-la, mas não confiando em minha capacidade de sair da cadeira sem ajuda.

"Agradeço isso." Reina respondeu, suavizando um pouco enquanto continuava sua história. "Claro, Xavier ficou perdido. Sua maior responsabilidade como rei era produzir herdeiros e continuar sua linhagem. Minha incapacidade... meu fracasso tornou isso impossível. Estávamos presos. Xavier não podia me rejeitar, não quando eu fui coroada rainha e não depois de ele ter feito tanto alarde sobre me escolher em primeiro lugar, embora ele provavelmente devesse ter feito isso." Uma expressão de tormento cruzou seus traços bonitos. "Mais de uma vez ao longo dos anos, pensei que tudo isso poderia ter sido evitado se ele não tivesse rejeitado sua companheira destinada. Eles teriam produzido herdeiros, a monarquia nunca teria sido ameaçada, e seus filhos teriam assumido quando ele morresse."

"E temos lembrado Reina de que tudo isso foi colocado em movimento por forças muito maiores do que as maquinações de alguns metamorfos ambiciosos." Silas interrompeu, usando um tom gentil que indicava que eles discutiram isso muitas vezes mesmo. "O Deus das Trevas tem trabalhado por séculos."

Reina inspirou fundo quando encontrou o olhar de Silas, acenando em agradecimento. "Bem, seja como for, esse foi o começo do fim para mim e Xavier. Todas as coisas que pareciam tão românticas quando nos apaixonamos pela primeira vez... todos os sacrifícios que ele fez por mim... se tornaram nada além de ressentimentos. Ele me culpava por tudo o que dava errado em sua vida a partir daquele momento, e eu podia ver que ele reinterpretava as coisas que costumava amar em mim como aborrecimentos."

Seus olhos se fecharam, e eu quase consegui sentir sua dor. "Algumas vezes, quando ele ficava muito bêbado, eu o pegava olhando para mim com tanto ódio nos olhos que realmente me preocupava que ele pudesse tentar me matar apenas para me tirar do caminho. Era como se eu tivesse me tornado um obstáculo insuperável entre ele e tudo o que ele sempre quis..." Quando seus cílios se levantaram novamente, estavam molhados de lágrimas. "Ele esqueceu que um dia me quis."

"Então eu fiz a única coisa que podia," Reina deu de ombros, "Eu rezei. Eu tinha rezado para a Deusa por todos os meus bebês, mas nunca me senti tão desesperada. Não era mais apenas uma questão de querer ser mãe, era uma questão de toda a minha felicidade futura, meu casamento e possivelmente até minha sobrevivência. Eu nunca estive tão para baixo antes." Ela levantou os olhos para o céu aberto e as estrelas acima de nós. "Nunca sonhei que ela responderia pessoalmente."