Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 315

Ella POV

Respiro fundo e rapidamente estendo minha mão para segurar a de Roger. Sinto que ele está tão tenso quanto eu enquanto ambos nos sentamos na beira da cama, encarando Cora.

Leon desvia o olhar para mim e faz um sutil movimento negativo com a cabeça e uma pequena franzida na testa. É um gesto pequeno, mas o significado é claro: eu absolutamente não devo perturbar o estado de Cora. Como precaução, levo a mão à boca e a cubro, sabendo que nos próximos momentos posso ouvir detalhes que me façam reagir involuntariamente.

Roger aperta minha outra mão com força enquanto Leon continua.

"Cora." Leon prossegue, curioso. "Admito que estou intrigado por esse homem, esse padre. Você pode me contar mais sobre ele? Quais detalhes você se lembra?"

"É... Difícil." Cora diz, e vejo sua testa franzir. "Ele não queria que eu me lembrasse."

"Isso é muito frustrante." Leon continua, sua voz suave como mel. "Apenas me diga o que você vê."

"Ele é alto." Cora diz, sua expressão de preocupação se aprofundando. "Ele tem pele clara e cabelos escuros... Ele não é velho, mas também não é jovem. Sua batina é preta." Ela dá de ombros e solta um suspiro pelo nariz. Percebo que ela está frustrada, mesmo em seu estado hipnótico.

"Está tudo bem, Cora, esses são detalhes maravilhosos." Leon diz suavemente. Ouço a boca de Roger se abrir e viro minha cabeça para ele, mas Leon levanta um dedo em nossa direção, pedindo paciência enquanto ele continua.

"O que aconteceu em seguida, minha querida?" Leon pergunta.

"Ele me disse." Ela diz, suspirando. "Para destruir a amostra em minha mão, jogá-la na pia e depois descartar o frasco. E foi o que eu fiz." Ela suspira, quase em paz novamente. "Ele me fez ir para o outro freezer, aquele com as amostras dos metamorfos e pegar o número 7285692. Então fiz isso e preparei esse frasco, testei a mobilidade, e quando estava pronto..." Ela dá de ombros. "Fui para a sala de exames e ajudei a Ella."

"Obrigado, Cora." Leon diz suavemente, sorrindo para ela. "Esses são detalhes maravilhosos. Você se lembrou de tudo tão lindamente." Em seguida, ele se vira para Roger e acena com a cabeça, dando permissão para que ele assuma o controle da investigação.

"Cora." Roger diz, soltando minha mão e cruzando os braços sobre o peito. "Você pode me ouvir?"

"Roger?" Ela pergunta, seus olhos ainda fechados. "O que você está fazendo aqui no meu laboratório?"

"Eu só... Estou visitando" Ele diz desajeitadamente, claramente não sendo muito bom em representar o papel necessário para a hipnose de Cora.

"Você não tem permissão para estar aqui atrás." Ela diz, franzindo a testa.

Roger resmunga um pouco, como se lembrando que ela não teve objeções sobre um estranho de batina preta que aparentemente tomou controle de sua vontade e fez com que ela trocasse as amostras de esperma antes de me inseminar. Dou um empurrão forte com o cotovelo em Roger e quando ele se vira para mim, faço uma careta séria, comunicando claramente que ele precisa ser gentil com minha irmã. Afinal, isso não foi culpa dela.

Roger suspira e assente, concordando com meus termos. "Cora." Ele continua. "O que o padre disse a você antes de partir? Ele pediu para você esquecer algo? Ou fazer algo especial com a amostra?"

"Não." Ela diz, virando a cabeça para o lado e pensando. "Ele simplesmente segurou minhas mãos, antes de eu ir, e houve uma luz branca... E então ele desapareceu."

"E então você pegou a amostra?" Roger pergunta. "E você não sabia a quem ela pertencia?"

"Não." Ela diz, juntando as mãos no colo, parecendo, se é que é possível, um pouco entediada. "Pensei, na época, que era a amostra certa. Pensei que era do doador que Ella tinha escolhido."

"Muito bem, Cora." Leon murmura tranquilizadoramente ao lado dela. "Você está indo maravilhosamente bem." Um pequeno sorriso aparece em seu rosto.

"Cora." Roger diz novamente. "Você já viu o padre novamente?" Ele pergunta "Depois daquele dia?"

"Não." Ela diz simplesmente, com um pequeno encolher de ombros. Mas, uma escuridão passa por seu rosto e ela franze a testa. Leon se senta, olhando atentamente para ela, e depois olha para mim, preocupado.

"Cora." Digo, pressentindo que Roger pode ter descoberto algo aqui, mas apenas tenha feito a pergunta errada.

"Ella?" Ela diz, um pouco assustada.

"Está bem." Digo em voz baixa, tanto a ele quanto a Cora. "Não é culpa de ninguém, está bem".

Sinclair estende uma mão e a coloca calorosamente no ombro de Leon, assentindo, deixando-o saber que não culpamos sua prática. Depois, Sinclair faz um gesto em direção à porta, sugerindo que Leon pode sair do quarto se desejar, uma sugestão que Leon aceita com um aceno trêmulo. Observo enquanto os dois se juntam aos investigadores no corredor. Sinclair fecha a porta atrás deles para nos dar um pouco de privacidade.

"Cora." Começa Roger, hesitante. Eu o observo enquanto ele estende uma mão para seu ombro, colocando-a suavemente ali, um gesto que faz Cora estremecer no início, mas do qual não se afasta. Então, ele insiste. "Cora, o que você viu?"

Cora ofega e se encolhe fortemente contra mim, e posso sentir todo o seu corpo ficar rígido enquanto se afasta da lembrança, seja o que for.

Claramente, ela não está pronta para compartilhar.

"Vá embora, Roger!" Rosno, abraçando minha irmã com mais força.

"Mas precisamos..."

"Vá!" Digo bruscamente, pronta para destruí-lo. Sei que é uma reação um pouco injusta, mas quando minha irmã está assim, não permitirei que ninguém a pressione além de seus limites. Nem por um instante.

"Ella." Diz Roger advertindo-me, franzindo a testa enquanto se levanta e enfia as mãos nos bolsos.

Ele está desesperado, eu sei, por saber mais, o que é seu trabalho, lembro a mim mesma. Está tentando ajudar, responder a perguntas importantes que me ajudarão a proteger nosso filho. Forço-me a ser mais gentil do que me sinto agora.

"Só... Nos dê um segundo, Roger." Digo, encontrando seu olhar de maneira firme, esperando que veja e reconheça as complicações completas deste momento, o quão dividida estou, com ele. "Só nos dê um minuto, está bem?"

Ele suspira, mas depois assente. "Está bem. Espero..." Então suspira novamente, balançando a cabeça. "Vou dar um minuto a vocês." E então ele sai do quarto, e seguro minha irmã até que ela fique sem lágrimas.