Dom Alfa e a sua substituta humana romance Capítulo 887

-Quero dizer,- Midnight diz, revirando os olhos, -eu não sei exatamente quem foi - eles nunca me contam nada de bom. Mas provavelmente foram aqueles estúpidos Atalaxianos. Eles estão sempre mexendo por aqui, dirigindo seus carrinhos estúpidos, construindo coisas.

-Quem são os Atalaxianos?- Jesse pergunta, inclinando-se para a frente, fascinado. Eles podem vir aqui? Eles... estão construindo coisas?

-Eu não sei,- ela resmunga, irritada, encontrando seus olhos com os seus próprios olhos castanhos escuros. -Não todos eles podem vir - apenas o Rei e seu filho e o outro - o alto com os olhos bonitos. E mesmo assim, só às vezes. Não como eu.- Ela se senta ereta, bastante orgulhosa. -Eu posso ir e voltar sempre que quiser porque sou a favorita do Papai.

Jesse pressiona os lábios, duvidando um pouco disso. -Eles vêm muito? E trazem coisas?

-Não,- Midnight responde com um encolher de ombros. -Qualquer outra pessoa que venha aqui e qualquer suprimento que esses três tenham que trazer. Mas eles são chiques e ocupados então...- ela dá de ombros. -Eles não vêm muito. Não agora que terminaram.

-Terminaram o quê?

Ela fica em silêncio, olhando para ele, percebendo que disse demais.

-Midnight,- Jesse diz, observando-a atentamente. -Você esteve... espionando os Atalaxianos?

Ela dá um suspiro, seus olhos se arregalando. -Não!

O rosto de Jesse se ilumina com um sorriso. -Outra mentira,- ele diz, fechando um olho e apontando um dedo bem na direção dela.

Ela dá outro suspiro, um pouco maravilhada com como ele sabia, mas então olha ao redor freneticamente, seus lábios cheios se curvando em um franzido desesperado. -Por favor,- ela implora, olhando para todos os lados como se alguém pudesse estar ouvindo, como se pudessem estar em qualquer lugar. -Por favor, não conte, Jesse - por favor - ele ficaria furioso se soubesse que eu espionei - eu estava apenas curiosa - e estou entediada o tempo todo - não há nada para fazer

Ela se ajoelha, inclinando-se para Jesse, sua respiração vindo em arfadas rápidas enquanto balança a cabeça, desesperada para que ele não conte.

-Midnight!- Jesse diz, seus olhos se arregalando ao segurar seus ombros, dando-lhe um pequeno abalo reconfortante. Ela ergue os olhos para ele e ele mantém o olhar, bastante sério. -Não vou contar a ninguém, tudo bem?

Ela o encara, horrorizada, como se não pudesse acreditar que contou a ele em primeiro lugar. Como se não pudesse confiar nele.

-Estou do seu lado, certo?- Jesse sussurra, surpreso por perceber que ele quer dizer isso - realmente quer dizer, do fundo do coração. -Não estou do lado da Escuridão, certo? Ou dos Atalaxianos, o que significa... você e eu ainda discordamos em algumas coisas. Mas eu estou do seu lado, certo?

Midnight fecha a boca trêmula, sua respiração vindo um pouco mais fácil agora. -Certo.- A palavra sai aguda, assustada.

-Não vou contar a ninguém que você me contou,- Jesse diz, calmo, seguro.

-Certo,- ela sussurra novamente, assentindo.

Midnight se senta de volta e Jesse retira as mãos de seus ombros. A ansiedade o atravessa enquanto ele rapidamente faz uma verificação em si mesmo, procurando por seu lobo. Mas seu lobo se pressiona calorosamente contra as palmas mentais de Jesse, assegurando-lhe que está bem - que a corrupção não passou só porque ele tocou a garota. Jesse exala um suspiro trêmulo.

-O que mais você sabe sobre os Atalaxianos?- ele pergunta, sua equanimidade voltando lentamente.

Midnight franze o cenho para ele e ele sorri. -Não vou te contar. Tenho certeza de que não devo. Você está do lado estúpido do Vale da Lua, e eles são maus.

-O Vale da Lua é ótimo,- Jesse diz, displicente e seguindo em frente imediatamente. -Mas não, você tem que me contar.

-O quê?- Suas sobrancelhas se erguem.

-Nós somos companheiros,- ele diz, calmo e fácil. -Você tem que me contar tudo. Essas são as regras.

Seus olhos se arregalam enquanto o encara, claramente comprando a ideia, e o lobo de Jesse suspira, olhando para ele por mentir para essa garota, manipulando-a com lógica que funcionaria em uma criança de cinco anos. -Ei,- Jesse diz internamente, dando um pequeno empurrão em seu lobo. -Estamos em guerra, e essa garota tem informações.

Seu lobo apenas resmunga seu descontentamento enquanto Midnight cruza os braços sobre o peito novamente.

-Tudo bem,- ela diz, erguendo o queixo. -Mas então você também tem que me contar coisas.

-Vou te contar o que você quiser,- Jesse diz, dando de ombros, sabendo que ele quer dizer isso bastante sinceramente, exceto em termos de segredos de estado ou algo assim. Mas ele não tem muitos deles de qualquer maneira.

-Tudo bem,- ela suspira, levantando-se. -Mas vamos para minha casa e conversamos lá. Onde tem lanches.

Minha mão imediatamente vai para a minha boca, cobrindo meus dentes afiados, porque essa mulher - ela é pequena, e discreta, e lindamente vestida, e muito, muito grávida. Claramente, ela não é minha sequestradora, e muito provavelmente não é alguém que me deseja mal.

-Me desculpe-, eu também digo, forçando meus dentes de volta. -Um - você me assustou.

-Oh, querida-, a garota diz, se aproximando apressadamente de mim, seus olhos arregalados. -Você deve ter tido um grande susto.- Ela estende a mão para mim, calorosa e materna mesmo sendo tão jovem - Deus, ela tem mais de dezesseis anos? Suas mãos são suaves e quentes enquanto alisam meu cabelo e pressionam minhas bochechas.

Eu apenas a encaro porque...

Honestamente, ela está sendo muito, muito doce. E depois de ontem à noite, isso não é de forma alguma o que eu esperava.

-Isso não é o que você esperava, minha querida, não é?- Ela inclina a cabeça enquanto me olha, clicando a língua em preocupação.

Eu fico ainda mais rígida quando a mulher repete minhas palavras. Ela é... uma leitora de mentes? Ou apenas muito, muito empática?

Franzo a testa para ela porque... o quê? Mas ela segue adiante.

-Mas aqui-, ela me dá um sorriso feliz que enruga seus bonitos olhos castanhos. -Temos regras para proteger nossas mulheres! E você está completamente segura. Tudo bem?

-Tudo... tudo bem-, eu digo, minhas palavras ofegantes. Porque mesmo que eu não entenda, honestamente me dá paz pensar que meu companheiro não vai estar arrombando a porta a qualquer momento.

O terror corre através de mim com a ideia.