— Você se lembra de como respondeu à minha pergunta ontem?
Claro que ela se lembrava do que havia dito no dia anterior.
Só que Marília não esperava que fosse se arrepender tão rápido.
Se ela tivesse aceitado de imediato, não estaria passando por esse constrangimento agora!
— O que eu disse ontem foi para que você não se sentisse obrigado a ficar comigo por pura responsabilidade!
Marília enfatizou a palavra "obrigado" enquanto apertava a bolsa sobre os joelhos, visivelmente nervosa, mas mantendo um sorriso doce no rosto.
Leandro a observava em silêncio.
Depois de alguns segundos, ele abriu os lábios, falando num tom frio:
— Então você não quer que eu me sinta responsável por você?
Marília sabia que, se respondesse negativamente, ele certamente usaria isso como desculpa para rejeitar de vez sua investida.
Ela ajeitou os cabelos e disse com suavidade e clareza:
— Eu fiquei sabendo que você não tem namorada, e eu também estou solteira. Podemos tentar?
— Não é necessário. No momento, não estou pensando nisso. — Leandro pegou o celular, se levantou e lançou a ela um olhar. — Vou trancar a porta.
Marília percebeu que ele estava praticamente pedindo que ela fosse embora!
Se sentiu irritada, mas, acima de tudo, impotente. Ela nunca havia perseguido um homem antes e achava que insistir daquele jeito era humilhante. Contudo, comparado ao que aquelas duas pessoas a haviam feito passar, isso não era nada!
Marília se levantou, apertou os lábios e disse:
— Leandro, você pode não aceitar, mas não pode me impedir. Correr atrás de você é algo que faço por mim mesma, é um direito meu.
Leandro baixou os olhos para encarar o rosto dela. De repente, soltou um leve sorriso:
— E você disse que eu também tenho o direito de não aceitar.
O sorriso dele carregava um toque de frieza.
Marília fez um biquinho e respondeu:
— Você pode não aceitar agora, mas isso não significa que nunca aceitará. Eu não vou desistir! Além disso, estar com você foi a minha primeira vez. Sou uma pessoa tradicional, gosto de ser fiel à minha escolha...
— Primeira vez? — O olhar de Leandro ganhou uma profundidade indecifrável, mas logo voltou ao tom sarcástico enquanto curvava os lábios. — Nem parece... Você é bem experiente em conquistar homens!
Marília ficou sem reação por um momento.
O calor em seu rosto subiu rapidamente, o deixando completamente vermelho, e ela o encarou com raiva.
Leandro observou a reação dela, os lábios exibindo um leve sorriso. Ele continuou, num tom indiferente:
— Sair para beber à noite, ir para um hotel com um homem... Não parece coisa de iniciante, não é?
— E você? Também estava lá! — Marília tremia de raiva, rangendo os dentes enquanto retrucava. — Leandro, você não tem o direito de me acusar! Foi você quem foi para o hotel comigo. Você também não é tão puro assim! Se fosse tão certinho, o que estava fazendo em um bar, se divertindo?
Olhando para ele, era fácil se deixar enganar. Ele parecia impecável, com uma presença que enchia os olhos.
Se não fosse pelo reencontro, ela já teria esquecido o lado cruel que ele escondia por trás daquela aparência atraente.
Marília cerrou os punhos e soltou um riso frio:
— Foi você quem me levou ao hotel, quem me jogou na banheira, quem me viu toda molhada e não se afastou. Quando eu tomei a iniciativa, você não me empurrou. Você é homem, é mais forte do que eu. Se realmente fosse um bom sujeito, nada daquilo teria acontecido naquela noite!
O rosto de Leandro endureceu, e ele respondeu num tom frio e firme:
— Se você acha que eu não sou uma boa pessoa, deveria se manter longe de mim!
Os lábios de Marília se moveram, como se fosse dizer algo, mas, nesse momento, a voz de Diógenes ecoou na porta:
— Leandro, já terminei aqui. Você também acabou? Se não descermos agora, vamos ficar sem nada de bom pra comer!
Marília engoliu o que ia dizer e virou o rosto para o lado.
Quando Diógenes entrou e viu que havia outra pessoa ali, seus olhos brilharam ao se deparar com o rosto lindo e radiante da garota. Ele deu alguns passos à frente e exclamou com entusiasmo:
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