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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 9

O homem carregava nos olhos uma impaciência e frieza que não fazia questão de esconder.

Marília sustentou o olhar dele, mas sem muita firmeza. Estava claro para ela que ele queria cortar qualquer vínculo, desejando ao máximo se distanciar dela, temendo que ela o importunasse.

Se Marília tivesse um pouco de orgulho, teria desistido naquele momento.

Porém, ao lembrar que no ano passado Anselmo e Esperança tinham se envolvido pelas suas costas, sentiu uma raiva difícil de conter.

Leandro não era apenas o homem que Esperança havia admirado em vão por quatro anos.

Ele era superior a Anselmo em todos os aspectos. Os amigos falsos de Anselmo sempre diziam que ela nunca encontraria alguém melhor.

Só para provar o contrário, Marília precisava conquistar Leandro.

— Vamos trocar nossos contatos! — Disse ela.

Marília pegou o celular, mas Leandro permaneceu imóvel, olhando para ela com frieza. Tentando improvisar, ela rapidamente continuou:

— Você comprou roupas para mim. Posso transferir o valor!

Foi só então que Leandro tirou o celular do bolso e abriu o aplicativo.

Marília acrescentou:

— Para transferências de valores altos, é preciso salvar o contato.

Leandro entregou o celular para ela. Marília escaneou o código e o adicionou à sua lista de contatos. No fundo, se sentiu feliz, convencida de que o jantar não tinha sido em vão.

Mas sua alegria foi breve. Assim que finalizou a adição, ouviu Leandro informar um número:

— Sete mil, oitocentos e noventa e nove reais.

— O quê...? — Marília olhou para ele, confusa e de olhos arregalados.

— Aqui está a nota fiscal. — Leandro tirou o recibo e entregou para ela dar uma olhada.

Embora Marília normalmente não comprasse itens de marca, especialmente roupas e sapatos que se desgastam rapidamente com o tempo, ela sabia que esses itens eram caros. Ainda mais porque Anselmo fazia questão de lembrá-la disso...

— Não era você quem queria devolver o dinheiro?

Os lábios finos de Leandro formaram um sorriso quase imperceptível enquanto a encarava.

Marília, irritada, respirou fundo e, mesmo contrariada, fez a transferência do valor exato.

Sete mil, oitocentos e noventa e nove reais. Nem um centavo a mais ou a menos. Contando também o jantar, ela havia gastado todo o salário do mês e ainda precisou recorrer às economias.

Quando ouviu o som de confirmação do pagamento no celular dele, Marília sentiu como se estivesse sangrando por dentro.

— Mais alguma coisa?

Leandro guardou o celular no bolso e começou a caminhar.

Marília não tinha mais desculpas para insistir.

E não pretendia continuar. Ela sabia que ele era médico e que sua agenda era cheia. Perseguir Leandro só faria com que ele se irritasse ainda mais.

...

Quando Leandro voltou para a clínica, não demorou muito para Diógenes entrar em seu consultório, trazendo duas xícaras de café e uma sobremesa.

Diógenes colocou o café e o doce na mesa de Leandro, olhou em volta, não viu mais ninguém e perguntou:

— Leandro, por que você não trouxe sua sobrinha para dar uma passada aqui?

Leandro franziu as sobrancelhas ao ouvir a palavra "sobrinha" e levantou os olhos.

— O que foi?

— Nada demais... — Diógenes parecia nervoso, hesitando ao falar. — É que sua sobrinha parece se preocupar muito com você. Ela até me perguntou se você tem namorada...

Os olhos de Leandro escureceram gradualmente, mas sua expressão permaneceu impassível.

— E o que você respondeu?

— Claro que eu disse a verdade: que você não tem. Mas também falei que muitas garotas estão interessadas em você e que só está esperando o momento certo.

— Certo. — Leandro abriu o computador, encerrando a conversa.

Diógenes, no entanto, parecia convencido.

Capítulo 9 1

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