As lágrimas voltaram a escorrer dos olhos de Marília, e, nesse momento, o celular em sua bolsa tocou novamente. Seu coração deu um salto repentino. Ela rapidamente pegou o aparelho e, ao ver que era uma ligação de Leandro, recusou a chamada.. Depois, enxugou as lágrimas, respirou fundo, pegou a chave e abriu a porta.
Leandro estava com a testa franzida enquanto olhava para o celular. Ao ouvir o barulho, levantou a cabeça.
Marília entrou na sala pela porta de entrada e, assim que seus olhos encontraram os dele, sua mente ficou completamente em branco. Abriu a boca e disse:
— Você... já comeu?
— O que o médico disse? — Leandro a observava com calma e indiferença.
Os dedos de Marília, que estavam ao lado do corpo, se cerraram em punhos, e seu olhar vacilou.
— Leandro, eu... me desculpe. — O homem a encarava com tranquilidade, esperando que ela continuasse. — Na verdade, foi um mal-entendido. Eu não estou grávida. Este é o resultado do exame.
Marília não teve coragem de encarar os olhos dele. Baixou a cabeça, tirou o exame da bolsa e o entregou com o olhar baixo.
Assim que ele estendeu a mão para pegar o papel, ela continuou:
— Eu não quis te enganar de propósito. Também não imaginei que o teste de gravidez daria errado. Me perdoa de verdade. Podemos nos divorciar!
— Divorciar? — Leandro apenas lançou um olhar rápido ao exame e depois levantou a cabeça, o olhar gélido e penetrante.
Marília assentiu:
— Você só se casou comigo por responsabilidade, por causa da gravidez. Agora que eu não estou grávida, não quero te prender por obrigação. Podemos nos divorciar. Afinal, registramos o casamento ontem, ainda não se passaram nem dois dias...
— Você acha que casamento é brincadeira?
Marília se calou. Como não perceber que ele estava bravo?
Ela estava desesperada por dentro, sem saber como resolver aquela situação.
O divórcio era a única solução que conseguia imaginar.
Ela apertou os lábios e levantou a cabeça:
— Então... como você quer resolver isso? Eu aceito o que você decidir. Eu sei que estou errada nessa história...
Leandro viu que os olhos dela estavam vermelhos, a maquiagem toda borrada de tanto chorar. Franziu levemente a testa, mas falou com tom calmo:
— Eu já tenho vinte e oito anos, e você sabe que minha mãe vive me pressionando para casar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago